Capítulo 10

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Estou correndo, como nunca corri antes. Eles vão me pegar mas eu não posso, se eles fizerem isso sera meu fim.

- não adianta fugir coelhinha, nós vamos te pegar!.- escuto um gritar, me assustando mais ainda, eles estão perto.

Não sei onde estou, são tantas folhas, então vejo uma luz e corro pra ela. Eu sei o que eles querem, já me assustaram assim uma vez e foi horrivel, estou machucada até hoje. eu tropeço e sinto a terra no meu rosto. Tusso um pouco e vejo sangue em minha mão. Meu peito chia e minha garganta anseia por água, não sei o quanto vou aguentar, só sei que não quero vivenciar aquele circo de horrores de novo.

- cade você coelhinha!? vamos brincar, foi tão divertido na ultima vez, nós queremos fazer de novo!- outro grita, sei que estão mais perto. Eles são altos e rapidos, não tem como eu escapar.

Me levanto com dificuldade e corro um pouco mais, mesmo sem energia. Sinto o piso frio nos meus pés e sei que estou no patio. Eu continuo correndo mas não tem onde me esconder, não tem ninguém por perto, não tenho ajuda. Vejo paredes e mais paredes e, antes que eu possa correr sinto alguma coisa me segurando.

- te achamos coelhinha, agora vamos brincar!- um diz no meu ouvido.

-NÃÃÃÃÃO!!- grito e eles me apertam ainda mais, eu tento me soltar mas não adianta eles são muito fortes. Sinto um deles por cima de mim e ele começa a me chacoalhar.

-melissa!- não, para por favor, para. Não faça isso. - melissa acorda!!

Abro meus olhos e tomo um susto quando vejo philip em cima de mim segurando meus ombros e me chacoalhando, assim que percebe meus olhos abertos para e se afasta. Estou molhada do que imagino ser suor, minha cabeça gira por um momento e eu tento entender o que está acontecendo, sinto como se tivesse corrido uma maratona. Foi outro pesadelo. Eu sento devagar e vejo philip sem folego, ele me olha procupado por um momento e não fala nada. Eu estou tensa e assustada, isso vive acontecendo comigo, não me lembro a ultima noite de sono descente que tive desde o que aconteceu. Meu coração começa a bater um pouco mais devagar. Vejo philip sair do quarto, deixando a porta aberta. Após um tempo eu já estou melhor, meu corpo está gelado então entro debaixo da coberta. Em poucos segundos philip está de volta no quarto com um copo de água na mão. Ele se senta do meu lado e me entrega.

-você está bem?- pergunta enquanto eu bebo água e eu afirmo com a cabeça. Termino a água e ele pega o copo.

- foi só um pesadelo, é normal. Agora eu só estou cansada mesmo. - falo me cobrindo mais, ele concorda, coloca o copo no criado mudo e se deita do meu lado.

Eu me encolho debaixo das cobertas e ele também. Phil parece receoso em me tocar, eu percebo que está eviando. Começo a pensar se falei algo de errado enquanto dormia e resolvo perguntar.

- philip, - falo me virando para ele, que me olha atentamente - por acaso, eu falei alguma coisa enquanto dormia?- pergunto. Ele me olha por um momento e concorda com a cabeça.- o que eu falei?- pergunto olhando seus olhos. Ele para e pensa por um segundo, como se cogitando me contar ou não, e acaba falando.

- você estava gritando, pedindo para eu sair, me mandando parar... você disse que não queria brincar. Eu não estava entendendo nada e tentei te acordar, mas você começou a me bater e eu tive que te segurar. - diz segurando minha mão, eu respiro um pouco. merda, não acredito. ainda não é o momento certo para conar para ele.

- sinto muito, eu faço essas coisas as vezes.-tento me desculpar por ter acordado ele- pode voltar a dormr, acho que você tem que ir trabalhar amanhã... acho.- completo. 

Ele me olha pensativo por um momento e concorda, esticando o braço para apertar o enterrupitor e a luz se desliga. Ele se estica ao meu lado e aperta minha mão, mas sem nenhum contato mais intimo. O clima está um pouco estranho, com um silêncio horrivel. sei que ele não dormiu ainda pois vejo o branco dos seus olhos com a luz da lua que entra pela grande janela. Sei que não vou conseguir dormir mais, nunca consigo.

- ei, - ele chama, quebrando o silêncio que nos sufocava- está acordada?- pergunta.

- sim.- sussurro. Sinto sua mão alisar meu rosto levemente.

- você quer conversar sobre o quê aconteceu?- pergunta receoso. 

Penso um pouco. "Será que eu falo para esse homem, que mal conheço e já adimiro, sobre o meu passado sombrio? toda minha dor e pesar? falo por tudo que passei? sinto que se falar ele pode entender, mas ainda assim tenho medo. Se ele entender do modo errado e resolver me largar na rua, se ele não me quiser por isso, não sei o que farei. Sei que uma hora ele vai ter que saber, isso é inevitavel. Mas agora não é essa hora, fora que isso é pessoal de mais, nem minha mãe sabe. Se alguém soubesse eu não estaria aqui, mesmo sabendo que é contra a lei o o que aconteceu eu acabaria sendo punida por já ter acontecido."

- não, agora não. Por favor. - falo, esperando que ele não insista no assunto e ele o faz, não falando mais nada. 

Ele aperta um pouco minha mão e fecha os olhos, eu fecho também mais o sono não vêm, e é assim até o raiar do dia. Philip continua dormindo, segurando minha mão, e eu olho seu rosto a algum tempo. Aproveitei o momento para ver a serenidade no seu rosto, de dia ele mantem aquele olhar firme e sexy, a noite parece tão calmo e vulnerável - tirando a parte que ronca um pouco -. Tive sorte, muita mesmo, na minha vila vivia ouvindo histórias, de meninas que eram compradas e seus compradores as prostituiam, mesmo isso sendo proibido. Eles dizem que sua antiga menina havia morrido num acidente ou coisa assim e eles precisavam de outra, então viviam comprando. Não sei se fazem isso até hoje mais tal história me assusta. Muito. há muitas outras histórias, mas antes que eu possa pensar nelas o despertador toca. O som alto me assusta e acabo caindo da cama fazendo um barulhão. 

- awtch!!- exclamo depois de bater a cabeça. Ouço um farfalhar na cama e o despertador para de tocar. Afago meu cabelo por cima do lugar que bati e me sento no chão.

- o que aconteceu !? - ouço phil perguntar  se sentando na cama ao meu lado.

- nada eu só cai da cama.- explico, olhando para ele. Eu espero ele me ajudar a levantar mas, ao inves disso ouço ele rir.

- Hahahaha! - ele gargalha se deitando na cama. Quando se acalma senta de novo e me olha, contendo o riso. - como você conseguiu fazer tal peripécia?

- ei, não tem graça tá! - falo séria para ele, que me olha quase não aquentando. - não é para rir mas... eu me assustei com o despertador.- ouço ele rir mais alto ainda. - pode parar tá! não tem graça! - falo brava e ele para. Olha para mim e fica em pé me esticano a mão, eu a empurro para o lado e fme levanto sozinha. - não preciso da sua ajuda. - falo e me sento cruzando os braços sobre a barriga.

- ooooownt - ele fala se abaixando para ficar na minha altura.- você fica tão fofa quando está brava.- fala e segura minha boca.- fazer biquinho não te deixa mais intimidadora, muito pelo contrario.- fala soltando meu lábio e fica em pé com um sorriso presunçoso.

- eu não estou brava!- falo negando e fico em pé. - e eu estou bem tá, obrigada por perguntar!- falo e vou ao banheiro.

- certeza? - pergunta me seguindo, eu paro na frente do espelho e me olho. Meus olhos estão com olheiras enormes, consequência da insônia de hoje.- não parece.- fala vendo minha mão cobrindo o machucado na minha cabeça.

- tenho - falo e tiro a mão. - agora eu vou me organizar. - falo esperando ele sair do banheiro mas, olha só, adivinha? ele não sai.

- também vou. - fala e se junta a mim na frente do espelho.

my PreciousOnde histórias criam vida. Descubra agora