Lemon

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Draco P.O.V
Harry saiu correndo da mesa para se juntar a sua Sangue-ruim e nem me disse nada. Depois, foi embora com ela! Será que esse merda não entende que eu preciso dele aqui comigo? Achei que ele fosse pelo menos perceber que eu gosto dele porque eu abri meu coração e falei sobre a minha família. Mas ele foi embora!
Na hora que eu me sentei com ele na mesa da Sonserina, fui pegar sua mão, mas os panfletos começaram a cair e então tudo foi uma série de eventos... Parabéns aqui e ali, algumas sonserinas falando como é uma pena eu ser gay, o que, admito, aumentou um pouco meu ego, alguns corvinos falando como acharam isso um clichê, várias vezes representados em livros em que o vilão se apaixona pelo herói... Então, chegaram os lufanos.
Trazendo um bolo.
Um bolo com duas mãos entrelaçadas e meu nome e do Harry escritos. DUAS MÃOS ENTRELAÇADAS. Seria cômico se não fosse trágico. Se o meu pai estivesse aqui, ele me cutucaria com a ponta da sua bengala e diria que eu precisava agir como um homem, um Malfoy, e se precisasse, pegar a mão do Harry à força. Tem horas que eu penso que meu pai está certo. Se eu simplesmente parasse com o fingimento de que estou feliz com toda essa comoção pública e falasse para o Harry que tudo que eu queria era ir para o quarto para a gente dar uns beijos e talvez algo a mais, ele não teria saído. Mas, depois que eu penso em como a vida do meu pai anda, acho melhor não ter feito nada do tipo. De qualquer jeito, isso não muda o fato de que Harry foi embora sem me dirigir um olhar. Puto da vida, pego o bolo e vou embora. O quê? Mesmo que eu tenha achado o desenho uma provocação, eu não desperdiço comida! São 20:00, então eu volto para o quarto e espero. Sento na cama, olhando para o teto. Como um pedaço do bolo. É muito bom. Escovo os dentes. Leio 30 páginas de um livro chamado "Cidade dos ossos", ando pelo quarto, coloco um pijama, bato uma punheta, escovo os dentes de novo. Penteio o cabelo, arrumo a cama do Harry. Arrumo minha cama. Já são 22:00. Nada de Harry.
23:00. Nada.
Chega 00:00 e eu decido dormir, afinal, tenho aula amanhã cedo, então Harry entra correndo no quarto, todo suado e nojento, com uma substância rosa gosmenta no peito.
"Você masturbou alguém e essa pessoa gozou no seu peito? Fale para ela procurar um médico, querido, porque a cor geralmente é branca." - eu digo, rindo sarcasticamente.
Harry, no entanto, não ri. Só me dá um olhar de relance.
"É tule." - ele diz.
Abro a boca para perguntar o que ele quer dizer, mas sou interrompido. Ele começa a tirar a roupa.
Tirar a roupa.
Será que eu acabei dormindo e estou sonhando? Ai, que não seja um sonho, pelo amor de Merlin.
Ele fica só de cueca e taca fogo nas roupas.
"Caramba! Já não bastava esse fogo que você acendeu na bunda, que fez você começar a ficar todo pelado, agora isso? Você vai queimar esse quarto inteiro e eu vou fazer você pagar." - eu digo, tremendo um pouco. Estou falando para disfarçar meu nervosismo cada vez mais evidente. Eu sinto que a minha pele pálida está ficando da cor de um pimentão. Não porque tem um garoto semi-nu na minha frente. Não porque esse garoto é Harry Potter. E sim porque ele desaparece sem explicações e volta com uma substância rara na blusa, e não diz nada. Ou pelo menos é o que eu me digo. No fundo, eu estou falando para preencher o tempo, porque eu sei que quando eu calar a boca, talvez... Talvez algo aconteça. Algo que eu venho querendo há bastante tempo. Mas é difícil. Ao mesmo tempo que é tudo que eu mais quero no mundo, ver Harry assim significa que eu estou mais um passo perto disso e... É tudo real demais. Saiu da imaginação e veio para a realidade. Não sei se estou pronto, ao mesmo tempo que sinto que estou sim, mais do que nunca. Faz sentido? Provavelmente não. Sofro de ansiedade.
"Você está vermelho! Que belezinha!" - diz Harry, debochando. Que ótimo. Ele notou.
"Belezinha é o caralho, Potter. Você poderia me dizer porque tem uma substância raríssima na blusa que você acabou de queimar? Ou onde ficou a noite toda? E porque apareceu aqui do nada, com sangue que eu sei não ser seu na pele?" - eu explodo.
"Olhe, Draco, eu sinto muito. Eu vou te contar tudo, mas agora eu só quero um bom banho, só isso." - diz Harry.
"Ah, que azar. Eu estava prestes a ir tomar o MEU banho, então eu acho que você vai ter que esperar!" - eu digo, bocejando.
Me espreguiço que nem um gato e passo por Harry.
Faço que nem ele e começo a tirar as minhas roupas, num gesto que parece despretensioso, mas que exige grande força da minha parte para que eu não trema. As roupas formam uma trilha até o banheiro.
A mão de Harry treme visivelmente, e ele puxa meu braço.
"Por que você está fazendo isso comigo? O que eu fiz?" - ele pergunta, com uma carinha de preocupação que me faz querer puxá-lo contra o meu peito em um abraço apertado. Resisto.
"Eu acho que a pergunta mais apropriada seria o que você NÃO fez." - digo solenemente.
"E o que eu não fiz, Draco?" - pergunta Harry.
Ele parece verdadeiramente triste e, embora tudo o que eu queira é esticar a mão e acariciar seu rostinho lindo, eu resisto a tentação novamente.
"Não me contou ainda sua noite. Não me explicou porque saiu da mesa da Sonserina. Não me perguntou se eu estava bem com o Snape sentado na mesa dele, me olhando. E Merlin, não me beijou nem uma vez desde que seus amigos apareceram. Há oito horas atrás!" - eu digo.
"Eu saí porque minha amiga parecia ter sido agredida. Você está bem? Me desculpe. Te explico minha noite depois do meu banho, e se o problema é falta de beijo, então cala a sua boca e me beija. É simples. Você gosta de complicar as coisas." - diz Harry. Eu acabo rindo, porque eu sou meio patético mesmo. Puxo Harry para um beijo, que acaba sendo o beijo mais tenso da minha vida, por nós dois estarmos somente usando cueca, e eu ter que me controlar muito para não ficar duro. Por isso, o beijo dura apenas uns três minutos. "Você quer saber? Eu realmente preciso de um alívio do stress que foi essa noite. Foda-se explicações." - Harry diz, sorrindo, e eu me arrepio inteiro, involuntariamente.

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