Harry P.O.V
Acordo com alguém passando a mão carinhosamente na minha testa.
"Acorde, Harry. Mamãe disse que o Ministério convocou uma sessão no tribunal e nós fomos intimados a ir. Uma coruja acabou de chegar para ela falando isso." - diz Draco, bocejando.
"Tribunal? Que horas são?" - eu pergunto, bocejando também.
O quarto está claro por causa das lâmpadas, mas posso ver o lago totalmente escuro pela janela.
"3:15. Eles querem o tribunal começando ao raiar do dia." - ele me responde.
Levanto preguiçosamente e suspiro. O Ministério só me causa merda.
Tomo um banho demorado, quase dormindo em determinadas horas, e quando saio, Draco está literalmente com a escova de dentes na boca e dormindo.
Rio da cena toda e desejo ter uma câmera por perto para registrar isso. Draco parece acordar com o som da minha risada e quase se engasga com a escova na boca quando se dá conta da situação.
"Merlin! Isso que dá eles convocarem uma sessão a essa hora!" - resmunga ele, limpando a pasta de dente que caiu.
Eu continuo rindo, tanto que minha barriga dói e a minha toalha cai.
Draco começa a rir também, apontando para mim.
"Estamos quites agora, Potter." - ele diz em meio a risadas.
Resmungo e troco de roupa.
Cerca de dez minutos depois, todos estamos prontos e Ron e Hermione já estão na porta.
"Como vocês souberam?" - eu pergunto.
"Narcisa mandou uma coruja." - responde Hermione, dando de ombros.
"Ok. Todos prontos, certo? Agora preciso que peguem tudo que tiraram da lápide. Não podemos voltar lá agora, eles já tiraram tudo que restou de lá e colheram como evidência, mas disseram não provar nada. Me digam que acharam pelo menos a varinha." - ela diz, séria e nervosa.
Eu puxo o livro e tiro a sacola com tudo e entrego a Narcisa.
Ela pega com cuidado, como se fosse quebrar e faz um inventário.
"Varinha, espada, colar, envelopes. Certo. Isso é ótimo. Perfeito. Justamente o que eu queria." - ela diz.
Ela pega um envelope em específico e abre para todos nós vermos antes de queimar.
"Gina, me alegra muito que você morreu. Queime. Narcisa Malfoy." - lê ela em voz alta.
"Por que queimou?" - pergunta Ron.
"Porque é prova que eu me envolvi com ela na sua época como Comensal. E eles me prenderiam. E eu não vou ser presa." - ela diz, séria.
Todos concordam.
Ela arruma tudo em sua bolsa, que tenho certeza que tem um feitiço extensível dentro, e abre a porta.
Ela dá uma última olhada em nós e arruma o meu cabelo.
"Seu cabelo é rebelde. Desisto. Só espero que não pegue mal na corte." - ela diz, rindo.
"Já estive lá antes. Não pega." - eu digo, sorrindo.
Draco sorri e pega minha mão.
Narcisa anda na nossa frente e Ron e Hermione são os últimos na fileira.
Dou uma olhada no outro lado do corredor, onde Parkinson geralmente dorme.
A porta está fechada, com uma faixa amarela dizendo para manter distância. Passamos pelo Salão Comunal e chegamos no lugar onde o trem deixa os alunos.
Ele apita e abre as portas.
"Mas que...?" - eu falo.
Narcisa sorri.
"Dumbledore nos deu permissão para usar o trem já que vamos para uma sessão oficial e tudo mais." - ela diz.
Hermione está sorrindo e Ron parece aliviado.
"Graças a Merlin. Não ando em uma vassoura para fora daqui de novo nem que me paguem." - ele diz, rindo.
"Agora, se comportem. Eu vou no vagão onde os monitores geralmente vão junto com o Professor Snape, que foi liberado temporariamente. Não baguncem muito, sim?" - ela fala.
"Qual é, mãe. Não somos mais crianças." - Draco responde, rindo.
"Sim, eu sei. Só avisando." - ela diz.
Assim que Narcisa some de vista, nós corremos pelo trem, rindo.
É tão diferente quando vazio!
Draco me puxa em um beijo em uma parede, e eu retribuo, sorrindo.
Ron e Hermione sentam em um vagão e começam a se pegar também.
Eu e Draco sentamos de frente para eles e eu puxo ele pela nuca, beijando ele mais forte.
Paro para respirar e Ron e Mione estão ofegantes, agora só abraçados.
Nós rimos e conversamos um pouco.
"Sabe, se alguém me dissesse ano passado que nesse momento eu estaria em um trem indo testemunhar contra Pansy Parkinson por ter 'matado' minha irmã, que na verdade era uma Comensal, com Snape e dois Malfoys, um deles namorando meu amigo Harry Potter, eu diria para a pessoa ir ser foder." - diz Ron, rindo.
Todos rimos juntos.
"Se alguém me falasse que eu estaria conversando com os amigos de Harry Potter, que é meu namorado, com Snape e minha mãe no trem que está indo para um tribunal onde eu vou testemunhar contra a minha agora inimiga Pansy Parkinson, eu amaldiçoaria a pessoa e riria da cara dela." - diz Draco, puxando meu braço de brincadeira.
"Minha vez. Se alguém me dissesse que eu seria amiga de Draco Malfoy e que ele está namorando meu amigo SUPER HÉTERO NO QUINTO ANO Harry Potter e falasse da situação do tribunal, eu levaria ela para o St. Mungus." - diz Mione, rindo especialmente na parte 'SUPER HÉTERO'.
"Mione, você sabe que eu sou a pessoa mais heterossexual que você conhece." - eu digo.
Draco puxa meu rosto para um selinho e me larga.
"Continua hétero agora, Potter?" - ele pergunta, levantando as sobrancelhas.
"Oh. Bem, isso muda as coisas." - eu digo, rindo junto com os outros.
"Vai você, agora." - diz Ron.
Penso por um momento e falo.
"Se alguém me dissesse como esse ano seria, eu não sei como iria reagir. Mas eu sei que a pessoa descreveria como o melhor ano da minha vida. Muita merda aconteceu, eu sei. Gina. Esse ano todo foi doido por causa dela, mas sinceramente, não me arrependo. Eu conheci uma pessoa incrível, que eu julgava um babaca, mas que hoje eu posso afirmar com certeza é minha alma gêmea, o amor da minha vida, como quiserem chamar. Essa pessoa, como vocês obviamente já sabem, é o Draco. E esse ano foi incrível principalmente por causa dele. Não só por ele ter virado o meu namorado - eu sorrio brevemente - mas sim porque ele virou amigo dos meus amigos e passou pelas piores situações conosco, e continuou aqui. Ele sempre continuou aqui comigo, e eu agradeço todo dia por isso. Eu acho que eu abraçaria a pessoa que me falasse como eu seria feliz. Porque tudo que eu conseguia ver na minha vida antes de você - eu aponto para Draco - era Voldemort chegando e me levando. Tudo que eu queria fazer era sobreviver. Você me deu um propósito. Todos vocês me deram. Eu amo vocês, galera. Obrigado por terem feito esse ano ser o melhor." - eu digo, sorrindo.
Hermione limpa uma lágrima e Ron bate palmas. Draco praticamente pula em cima de mim e me dá um beijo longo.
Ele se afasta e sorri.
"Obrigado você por ter feito o meu ano o melhor de todos." - ele sussurra no meu ouvido.
Sentamos normalmente de novo e Ron abre um sorriso meio triste.
"Sem querer atrapalhar a vibe positiva, mas... É um assunto que eu venho remoendo na cabeça desde que nós descobrimos sobre... Você sabem." - diz Ron.
"O quê? Pode falar." - diz Draco.
"Por que vocês acham que ela virou uma Comensal? O que causou essa vontade? Ela lutou conosco no Departamento de Mistérios no Ministério da Magia ano passado." - ele diz.
"Foi no meio do ano, Ron. A visão que Snape mostrou diz que ela entrou um pouco depois de Agosto. Qualquer que tenha sido o motivo, aquele dia foi verdadeiro." - eu digo.
"Mas será que não foi por causa DAQUELE dia? Será que ela não achou legal o que eles fizeram lá, e tirou um tempo para pensar até se juntar? Me sinto culpado. E se tiver sido? Eu não consegui evitar ela ter ido junto naquele dia." - ele diz, lágrimas descendo sua bochecha.
"Pode ser que sim, Ron. Pode ser que não. De qualquer jeito, não foi sua culpa. Se ela se juntou a eles no final, foi porque já tinha a sementinha de vontade enterrada no seu coração. Não acho que você poderia evitar esse destino." - diz Mione, abraçando ele.
"Tem razão, amor. Obrigada. É que não consigo evitar agora que a maior parte da raiva saiu. Comecei a me sentir culpado e de luto de novo como me senti quando ela morreu. Quando ela morreu eu me senti um lixo ambulante, sabe. Como não percebi? Como não fiquei lá com ela? Mas tudo passou. Só tenho que seguir em frente." - ele diz, sorrindo fracamente.
Draco encosta sua cabeça no meu ombro. Acaricio seu cabelo distraidamente e pego minha varinha.
Uma música começa a tocar no trem. (N/A: "Heroes, David Bowie", para quem está curioso.)
"Vamos animar isso aqui, gente. Deve ter alguma coisa interessante aqui. Só precisamos procurar. Vamos, ainda temos 3 horas de viagem!" - eu insisto, rindo.
Ron é o primeiro a levantar. Hermione o segue.
Draco é o último, vindo atrás de mim.
Eu e Ron vamos para a parte onde o pessoal da Corvinal sempre fica, e Draco e Hermione (milagre!!!) vão para a área da Grifinória.Draco P.O.V
Eu e Hermione andamos pelos vagões da Grifinória e procuramos por nada em particular. Acho que essa é uma coisa mais de moleque. E eu nunca fui um desses. Fui sempre mimado e chatinho, então essas coisas não são muito minha cara.
Sento em um vagão e Hermione senta na minha frente, suspirando.
"Que bom que você também ficou de saco cheio disso. Não queria ofender Harry, mas só o que eu quero às 4 da manhã é dormir." - eu digo.
Hermione concorda e se recosta no assento.
"Não sei o que vamos enfrentar na corte. E se eles quiserem ver a memória da Pansy? Ela não cometeu realmente nenhum crime. É arriscado." - ela diz, colocando as duas mãos no rosto e bufando.
"Eu sei. Mas com certeza não vão. Penseiras são raras e desnecessárias, na opinião do Ministério." - eu digo.
"Certo. Mas ela mereceu, realmente? Sabe, estar lá. Eu sei que ela ficou com o Harry, sei que foi um insulto a sua honra. Mas ela merece mesmo ser condenada por um assassinato que o homem que está no mesmo trem que nós cometeu?" - ela pergunta, parecendo intrigada.
"Não sei, Hermione. Isso também me incomoda. Mas cansei de bancar o herói e correr atrás de monstros, corredores escuros em mansões, oceanos, lápides, tule... Cansei. Quero sentar no dormitório com Harry e beija-lo. Terminar a escola sem problemas. Quem sabe casar com ele um dia. Ter filhos, adotados, é claro, e uma linda casa perto do mar. Sossegar." - eu admito, sorrindo com a ideia.
Hermione sorri solidariamente para mim.
"Você pensa em casar com ele, Draco?" - ela me pergunta, realmente curiosa.
"Sim. Mas não saia falando. Eu penso no futuro e a única coisa que eu vejo sou eu e ele." - eu digo, rindo suavemente.
Ela estende sua mão pela mesa e pega a minha.
Eu fico um pouco apreensivo no começo, mas ela é minha amiga.
"Não sei muito bem o que te dizer, mas nunca fui muito sentimental mesmo. Nunca tive amigas para ser menininha - ela ri um pouco -, mas acredite quando eu falo, vocês são perfeitos um para o outro. É magnético. Qualquer um que observe vocês dois comprova.
Você tem a minha benção se quiser pedir ele em casamento hoje até, porque eu sei que ele é a única pessoa que vai te fazer feliz e você é a única que vai fazer ele feliz. Como você é um leitor como eu, vou fazer as bênçãos propriamente.
Draco Lucius Malfoy, você e Harry James Potter tem a benção de Akiva, Baz, Simon Snow, Tessa, Will, Jem, Jace, Clary, Izzy, Simon, Magnus, Alec, Sebastian e de Atena para o seu casamento. Que dure." - ela diz, rindo alto na parte dos personagens literários que ela cita. Mas eu não acho ridículo. Acho... Lindo. Meu coração se aquece um pouquinho com o pensamento de casar com o Harry.
Eu levanto e faço sinal para ela levantar também.
Abraço ela.
"Obrigada. Significa muito para mim ter a sua benção e a dos meus personagens favoritos." - eu digo, rindo. O lado bom da nossa amizade é que ela leu os mesmos livros que eu.
Me afasto delicadamente e vamos para o vagão da Corvinal onde os meninos estão caídos no chão, rindo.
"E aí? Acharam algo?" - pergunta Ronald.
"Não, nada. A Grifinória é limpa. Vamos só sentar aqui." - eu digo, e me recosto no assento e fecho os olhos.
Harry levanta as sobrancelhas e senta do meu lado.
Durmo no seu colo e só acordo quando ele me cutuca.
"Chegamos. Londres." - ele diz.
Eu levanto em um pulo e dou um beijo na boca de Harry.
"Ok. Estou empolgado. Ou ansioso. Os dois. Ah, merda. Espero que tudo ocorra bem." - eu digo, rindo nervosamente.
Minha mãe entra correndo e alisa o vestido várias vezes.
"Ok. É agora, gente. Só falem quando a palavra lhes for direcionada, não sejam rudes, usem tom normal e evitem usar gírias, nada que nos faça parecer burros." - ela diz, nervosa.
"Sim." - todos dizem.
Seguro a mão de Harry. Ronald segura a mão de Hermione.
Minha mãe abre as portas do vagão e sai.
Nós a seguimos até um táxi que ela afirmou ser do Ministério.
Snape pelo jeito vai voltar para Hogwarts para discutir algo com Dumbledore.
O táxi anda até chegarmos na frente de um prédio que parece ser um monte de lixo. Uma cabine telefônica está lá na frente.
Entramos nela, mamãe fala o código e a porta se abre para o tribunal
"Sorriam e ajam sérios." - ela diz, forçando um sorriso para um homem passando.
"Deixe que os jogos comecem." - eu digo, tão baixo que só Hermione ouve e dá um risinho nervoso.
Entramos.
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Mudanças
FanfictionHarry e Draco tem que conviver diariamente um com o outro após eventos na escola. No começo? O inferno. Depois de um tempo? Aí você tem que ler para saber.