O destino de Gina Weasley

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Snape P.O.V
O relógio bate 00:00 e eu saio do quarto. Entro na enfermaria e vejo a menina Weasley dormindo.
Chego sorrateiramente perto da cama dela e ela acorda.
"Professor Snape?" - ela pergunta.
Sua voz está tão fraca e seca que mais parece um grunhido do que palavras.
"Sim, Weasley. Vim aqui por motivos que você conhece. Então seja boazinha e não faça um escândalo." - eu peço.
Matar uma pessoa não é fácil. Eu me sinto terrivelmente mal, mas se eu não fizer isso... Ela pode abrir o bocão e Merlin sabe o que o Lorde das Trevas faria se soubesse.
"Minha mãe sabe? Que eu estou doente?" - ela pergunta, sempre a inocente. Meu coração endurece a cada respiração sofrida dela. Tenho que acabar com isso. É o certo a fazer.
"Sabe. Na verdade, ela recebeu a carta há duas horas e já está se arrumando para vir aqui. Sinto muito mesmo, Ginevra, pela sua mãe e seu pai, e pela visão que vão ter quando chegarem aqui amanhã de manhã." - eu digo.
"Eu entendo. Pode escrever uma carta? Quero que eles tenham um pedaço de mim depois de eu partir." - ela pede, quase chorando. Me seguro para não revirar os olhos. Bom, é o mínimo que eu posso fazer, não? Pego um pergaminho do meu bolso e a minha varinha para escrever as palavras.
"Claro. O que eu escrevo?" - eu pergunto.
"Mamãe e papai. Quando vocês lerem essa carta, eu provavelmente não vou mais estar aqui. Acordei à noite, fraca, e sabia que minha hora tinha chegado. Uso minhas últimas forças para escrever-lhes essa carta. Eu amo vocês. Não importa o que vocês ouvirem, ou o que pensem, saibam isso. Muito obrigada por tudo. A minha vida foi cheia de amor e isso é muito mais importante que riqueza. Eu queria escrever mais, escrever rios de palavras, e acima de tudo, viver, mas não vou reclamar. Vou aceitar a morte como uma velha amiga. Não, eu não sei quem me deu tule. Queria eu poder falar, mas não sei. Sinto minha respiração falhando. Saibam que a minha morte foi pacífica e eu tive consciência até o último minuto de que minha vida foi a melhor que poderia ter sido.
Á Fred e Jorge, deixo todos os meus equipamentos de quadribol.
Á Carlinhos, deixo meu caderno de desenhos de dragões.
Á Gui e Fleur, usem todo o meu dinheiro para comprar algum presente de casamento. Felicidades, a propósito.
Á Rony, deixo meus álbuns de foto, minhas bandeiras da Grifinória e doces.
Á Harry, deixo meu primeiro pomo de ouro.
Á Hermione, todos os meus livros.
Mamãe e papai, á vocês eu posso apenas deixar meu amor, porque não sei o que poderia dar, mas sintam-se á vontade para pegarem tudo o que quiserem.
O resto que vocês não pegarem, doem para a caridade.
É isso. Da filha de vocês, que passou todos os seus últimos minutos rodeada de amor e paz, Gina."
"Pronto?" - eu pergunto.
"Sim." - ela diz, chorando.
"Sinto muitíssimo. Garanto que seus pais vão ficar felizes com a sua carta. E garanto que a sua morte vai ser rápida e indolor." - eu digo.
"Só acabe logo com tudo." - ela pede, rangendo os dentes.
Pego um frasco no bolso, contendo tule alterado pela Arte das Trevas.
Coloco todo o conteúdo em uma seringa, e após a garota Weasley acenar com os olhos cheios de lágrimas, eu injeto no pescoço dela. Seus olhos vão ficando de um tom rosa, até virarem uma esfera completa. Ela tosse e se engasga até sua boca transbordar de uma substância rosa. Sua mão treme e suas unhas ficam brancas cor de neve. Finalmente, sua cabeça cai para trás e eu sei que ela está morta.

Rony P.O.V
"Mione!" - eu chamo.
Está no meio da noite, e eu e Mione estamos estudando.
"Vem logo!" - eu grito.
Mione entra no quarto e deita do meu lado, rindo.
"Esqueci de te contar! Mamãe, papai, Fred, Jorge, Gui, Fleur e Carlinhos vão vir visitar Gina amanhã!" - eu digo.
"Uau! A família toda?" - ela pergunta.
"Acho que quando você quase morre é assim." - eu digo.
"Ai que dó, Ron!" - Mione diz, rindo.
Não posso esperar para amanhã... Toda a família aqui! Gina vai ficar tão feliz.

Harry P.O.V
Acordo com Hedwiges me olhando. Ela traz uma cartinha. Olho pela janela; o lago ainda está escuro, então provavelmente é 3 e pouco da manhã. Draco está encolhido do meu lado, ainda dormindo.
As nossas camas continuam grudadas, pois eu não me incomodei em tirar. Abro o envelope e leio.
"Harry, minha família toda vai estar aqui amanhã para visitar Gina.
Você e Draco estão convidados, não convidados, na verdade, mas sim obrigados a ir também amanhã as 8:15.
Rony.
P.S.: Desculpa te acordar no meio da noite!"
Não consigo evitar um sorriso.
Quero tanto que Gina melhore logo. Levanto para guardar a carta, e acabo tropeçando no cobertor e quase dando de cara com o chão.
Alguém me segura antes de eu cair. Draco.
"Você está bem?" - ele pergunta.
"Sim, sim. Só um tropeço." - eu digo.
"O que é isso?" - ele pergunta.
(N/A: Draco cadela ciumenta; adoro)
Eu entrego a carta para ele.
Enquanto lê, sua expressão se suaviza.
"Ah. Só isso? Ok." - ele diz.
"Achou que fosse o quê? Um encontro secreto? Uma carta de amantes?" - eu pergunto, rindo.
"Ah, sei lá..." - Draco diz, e eu vejo que ele está um pouco envergonhado por ter se preocupado assim.
"Draco, antes de você eu mal conseguia falar com alguém. Se só para achar um namorado me deu esse trabalho todo, como eu ia arranjar um amante ainda? Que preguiça! Além do mais, você é único. Quem tem Draco Malfoy não precisa de mais nada." - eu digo.
"Own, que romântico você está hoje." - Draco diz, rindo.
"Eu falei sério!" - eu digo.
"Eu sei que sim. Eu também me sinto assim, Harry. Posso te contar um segredo? Eu te amo." - ele sussurra e me dá um selinho.
"Achei que você só gostasse de mim... Isso significa muito. Eu também te amo." - eu digo.
Draco dá um sorriso que eu nunca vi antes e me beija. Eu acabo dormindo com a cabeça no seu pescoço. Suas mãos ficaram afagando meu cabelo até eu dormir, e quando eu acordo, ainda estão assim. Eu olho no relógio e vejo que são 7:45.
"Draco, acorda." - eu digo, beijando a testa dele.
"Belo jeito de acordar alguém, Harry. Sussurrando o nome dela e fazendo carinho." - ele diz, com um sorrisinho e os olhos fechados.
"Preferia que eu gritasse no seu ouvido? Vem, levanta. A gente tem que chegar na enfermaria 8:15." - eu digo.
"Que saco. Odeio acordar cedo." - Draco diz, esfregando os olhos, sonolento.
Me troco e desço com Draco para o café. Olho em um espelho enquanto andamos e percebo que a imagem, minha e do Draco, é bonita. Parecemos só dois alunos normais da Sonserina indo para o café. Tomamos café no Grande Salão quase vazio, a não ser pela família inteira de Ron e Hermione.
Cumprimento todos, e Draco, surpreendentemente, faz o mesmo. Ele dá bom dia, aperta a mão de todo mundo e até dá um abraço na Fleur. Um problema resolvido, eu acho.
A Sra. Weasley me abraça forte.
"Que bom que você mudou o menino, Harry!" - ela diz no meu ouvido.
Eu olho para Draco com aprovação e ele dá de ombros.

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