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Lochen o homem que despertava em mim sensações que até então jamais sentirá.
E quando ele sorri, do mesmo modo que está sorrindo agora, sinto que se não estivesse sentada na charrete, não duraria muito em pé.

— Porque está indo à cidade, se me permite saber?

— Os mantimentos estão acabando, e não há mais sementes para a horta.

— E você tem lugar para ficar?

—Geralmente quando vou a vila, fico na casa da irmã do meu pai.

Mais uma vez seu lindo sorriso brinco em seus lábios.

— E você milorde, tem propriedades na cidade?

—Sim, tenho mas como pode perceber eu prefiro o campo, precisamente a floresta.

Gargalhei um pouco, até perceber que ele me encarava.
Senti minhas bochechas ficarem quentes, sinal que estavam cobertas de rubor, ele deve pensar que sou escandalosa.
Desvio dos seu olhar profundo, admirando o rápido trote do cavalo negro do lado esquerdo da carroça, não querendo que veja o poder que exerce sobre mim.

—Qual o nome, milorde?— Perguntei assim que o silêncio começou a ficar um tanto desconfortável.

—Hum?—Disse confuso assim como eu, estava emerso em seus pensamentos.

— Do alazão!—Expliquei apontando para o animal que agora caminhava lado a lado com Evo.

— É Pek.

— E o que significa?

— Não sabe?— Perguntou com espanto, nego com a cabeça. Busquei o nome em meus pensamentos mas nada me veio a mente, nenhum lenda ou canção, não por parte do meu povo!

— Eu também não.

Devo ter olhado com uma careta muito feia, porque em seguida gargalhou bem mais alto que eu, a pouco tempo, ainda com um quase imperceptível roquinho no final. Que realmente foi um encanto.

— Coloquei seu nome quando ainda era garoto, mas não sei de onde saio, por isso não sei explicar o porquê do nome.

— É um belíssimo animal.


O resto do caminho ocorreu tranquilamente sem problemas, as vezes a conversa fluía animadamente, outras vezes o silêncio nas cercava, mas até mesmo calados conversamos muitíssimo.
Cada um contou um pouco de tudo.
Contei a ele sobre Chonan e Kintyn. E ele me contou das suas aventuras e façanhas.

Em certa altura da estrada, ele me fez parar a carroça e de um salto pulou da mesma, correndo para uma campina na borda da floresta, com canteiros de margaridas.

— Um singelo presentes para minha cuidadora, não chega nem aos pés do que lhe devo como prova de minha gratidão, mas peço milady, que aceite essa flor, pois é tudo que tenho para oferecer a ti neste momento!

Disse ele me entregando uma flor branca. Seu pequeno discurso tirou-me o fôlego. Talvez essa fosse a magia dos lobisomens, o magnetismo no qual envolvia suas presas.

— Eu a aceito, mas não deve nada a mim! Mas agradeço!— Sorri para ele, que também sorria para mim— São as minhas favoritas!

No impulso estiquei-me para ele depositado um beijo estralado na sua bochecha áspera pela barba que estava nascendo.

—Apanharia todas as flores da floresta por outro desse.

Seus lindos olhos verdes estavam tão próximos dos meus, que podia sentir sua respiração acariciar minha face.

O Lobo que Eu Amo [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora