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Lochen

— Ah é?

Ela me pergunta, se virando para mim.

— É sim!

Me aproximo mais até estarmos quase nos tocando.
Como senti falta dela.
Do seu cheiro, da sua pele, dos seus lábios, dos seus olhos sobre mim, dos seus cabelos entre meus dedos, do seu abraço, da sua companhia.

Com toda certeza eu fui enfeitiçado pela feiticeira.

— Eu a ouvir cantando.— comentei, sabendo que ela ficaria envergonhada.

— Deuses! —Ela desviou o olhar do meu, olhando para a grama escura, envergonhada.

— Adorei a música. E sua voz então...

— Você é um galante lisonjeiro!— retrucou Zey com um sorriso encantado— Mais obrigada.

E quanto ela sorriu, não pude me conter mais.
Ataquei seus lábios com os meus, desfrutando de tudo o que me era oferecido, puxei-a mais para mim, segurando sua cintura atraindo-a mais e mais.
Nos separamos por falta de ar, só para recomeçar novamente.
Eu adorando como ela se entrega para mim, tão linda, tão minha.

Passamos aquela noite na mata, deitados no tapete natural, admirando as estrelas e a lua, fazendo planos para um futuro juntos.
Mas antes do nascer do sol, ela teve que retornar ao chalé. Mas voltaria na próxima noite, e na outra após essa.

***

Ela é minha!

Meu Lobo a elegeu, possessivo, forçando romper a superfície para marca-la minha.

Ela é a parte da minha alma que faltava, é minha companheira, meu lar, meu tudo. Para estar ao meu lado, assim como eu estarei do seu.

Em pouco mais de um mês, afeiçoei-me a Zeya de tal forma que a distância agora é uma tormenta. Nas horas em que passamos juntos, tudo que aprendi sobre ela sobre sua família, em como ela tem lutado dia após dia para manter os irmãos, isso fez com que a respeitasse e a admirasse profundamente. Estava apaixonado, perdidamente.

Só não sei se ela sabe disso!
E se não sabe tenho que contar, de alguma forma, antes que seja tarde demais.

— No que você tanto pensa?—Perguntou Zey me tirando dos meus devaneios.— Você parece preocupado, há algo errado?

Indaga mas uma vez.

— Por quê acha que estou procurando?

Afago seus cabelos compridos, ela olha para cima escorado o queixo no meu abdômen. De um jeito íntimo, mas de puro aconchego.

— Você está franzindo o cenho, e você apenas franze o cenho quando está preocupado.

Sorri para ela, entrelaçando nossos dedos, com minha mão livre.

— Você me conhece tão bem!—Devolvendo meu sorriso, ela confirmou com a cabeça.

— Então o que o aflige?

— Você.

— Eu?— perguntou espantada, de olhos arregalados— Fiz algo errado?

Se sentando ao meu lado, para compartilhar o mesmo nível dos olhos, a preocupação era evidente no seu olhar.

— Não anjo, você não fez absolutamente nada errado!— puxei-a mais para perto de mim.— Apenas me expressei mal!— muito mal.

— Então explique-se, por favor.

— Meu lobo— Comecei de forma lenta tanto porque não sabia como me expressar como também queria que ela entende-se— Escolheu você como minha.

— E qual é o problema, você não me quer?

— Não, não. É claro que a quero, só não sei se você me quer.

É tão fácil falar com ela, até sobre meus medos, e inseguranças. Não é a todos– ninguém na verdade– que me exponho, de tal forma, nunca deixo que vejam minhas fraquezas, mais com ela, é apenas diferente.

— Mais claro que o quero, você já me pertence dês que te salvei da morte.

— Verdade é?

Pergunto divertido, puxando a totalmente para mim, de forma que ela precisava apoiar- se no meu peito.

— Exatamente assim!—Sorri de forma sapeca.

— Pertence-me Lochen, assim como seu Lobo!— declarou ela olhando nos meus olhos, e apesar da escuridão pude ver o brilho de felicidade no seu olhar— Que fique claro, todas suas partes são minhas para amar!

Ela era meu coração, meu anjo salvador. Presente dos deuses para mim, uma companheira que seria minha para amar e cuidar. Assim como eu a pertencia, de corpo e alma. Todas as minhas partes eram dela!

Beijei-a com toda minhas felicidade, com todo o meu amor, meu coração vibrava no peito, pulsando em genuína felicidades.

— É minha feiticeira! Todas as suas partes.

Sussurrei contra seu lábios, e sentir ela sorrir.
Ela era minha, e amava me pertencer.

***

Zeya era a mulher mais forte que já conheci. Durante o dia a observava de longe, sobre a proteção das árvores.

Ela era uma irmã terna, como uma mãe. Firme mais afável. Seu amor pelos pequenos ficava visível no modo como os tratava.
Cuidado da sua segurança, ouvidos suas histórias, brincando e os deixando ser crianças.

Nesse momento Chonan e Kintyn brincavam na parte da frente do chalé, rindo e dançando entre as galinhas do terreiro. Aprontando as últimas minutos de sol que restava.

Já Zeya os observa de longos com olhos vigilantes, encantado trabalhava a pequena horta, com terra até o cotovelo, corada pelo mormaço do sol poente.
Ela trabalhava duro para mantê-los na fartura. Isso ele sabia.

Tinha visto dia após dia, como Zeya contava as sacas que cereais que ainda faltavam, com medo de não durar o suficiente, e seu empenho em cuidar das hortaliças para que produzam em abundância.

Mesmo assim nem tudo estava em seu controle. Outro dia após o jantar, ele estava perto da cabana cuidado da pequena família em segredo quando ouviu o garotinho, Chonan reclamar a falta de mistura vermelha. Zeya havia prometido tentar conseguir, e ela tentou. Mas sua ligação com os animais e as plantas a impediam de ser eficaz, levando-a a frustração.

Ofereci minha ajuda, mesmo vendo a gratidão em seus doces olhos, Zey havia pedido uma chance de tentar por si só. A feiticeira provavelmente queria provar ao pai morto que ela era capaz, ou talvez mostrar aos irmãos que apesar das lutas eles sobreviveriam.


Com muita insistência da minha parte, conversas apelativas, Zey cedeu, deixando que a a caça fosse por minha conta, já que minha experiência era bem maior que a sua.

A simples tarefa me tirou de mim, pela tamanha alegria, por que com todo carinho, amor e administração, trabalhei meu caminho através da barreira– emocional– que ela havia criado ao redor dos seus irmãos.

Um dia seríamos uma família, e eu queria contribuir para esse caminho que seguiamos. Não seria agora, por quê para Zeya era mais fácil manter nosso amor em segredo por hora, mas para meu lobo e eu, era um grande  salto de confiança que ela nos confiou.

A lembrança desses sentimentos fez meu peito inflar de alegria, então uivei para o céu. No jardim Chonan e Kintyn, rindo uivaram em resposta, se divertindo com a bagunça.
Amei a a forma como responderam a mim, mesmo sem saber o que significa, porém o que fez me lobo uivar de novo foi quando Zeya se juntou a nós, jogado a cabeça para trás e uivando para o céu, como uma loba. Minha loba!

O Lobo que Eu Amo [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora