4

1.9K 146 3
                                    

—Aqui está a lista das sementes que eu quero.

Peguei o pequeno pergaminho que Down me estendia. E li os itens, como se eu não soube-se que teria que trazer arroz, e outros grãos.
Guardei a lista junto a sacola que eu tinha arrumado com minhas roupas, assim que cheguei da floresta.

—Zeya eu telo dumi.resmungou minha irmãzinha entrado no quarto, coçando os olhinhos e ressonando, pelo sono.

—Venha cá, vamos dormir então.

Disse pegando-a no colo, Kin entrelaçou as pernas na minha cintura e abraçou meu pescoço deitando a cabeça no meu ombro.
A passos lentos caminhei para o quarto que ela divide com Chonan.

—Zey eu não quelo que você vá pla vila.

—Mas eu tenho que ir, será apenas dois dias passará mais rápido que você pensa—afaguei seus cabelos cacheados— Você vai ver, e qualquer coisa tem o Cho, e lembre-se que posso sentir quando estão em perigo.

— Você pometi que vai voltar?

Seus olhos suplicavam por um sim.
A perda da mãe, mesmo para ela que era tão jovem, abalou seu espírito, agora seu medo de perder sua família a consumia nas vésperas das viagens. Todas as noites que antecederam a minha partida tivemos a mesma conversa.

—Eu volto sempre não é mesmo? Dessa vez não será diferente Kintyn. Eu sempre voltarei por vocês! Juro!

Um sorriso meigo e sonolento passou por seu lábios. Me deixando aliviada com a certeza que ela dormiria bem.

— Eu amo você, mamãe.

Essa não era a primeira vez que ela me chamava de mãe, e sempre à corrigi, não quero tomar o lugar da mamãe mesmo que ela não esteja mais aqui. Kin tem que saber que sou sua irmã e não sua mãe, mesmo que eu a tenha criado.
Mas dessa vez não a corrigi. Deixasse que sua alma repousasse em paz naquela noite.

—Também te amo amor.

Beijei sua testa, e fiquei ali velando seu sono por alguns instantes.

***

— Cuide dela Chonan, e cuide-se também.

Sussurro para meu irmão mais novo deitado na sua cama do outro lado do quarto que dividia com Kin separados apenas por uma cortina.

— Eu vou cuidar, te prometo, vai se orgulhar de mim.

Sorri com todo meu amor pelo pequeno menino inocente.

—Já me orgulho, meu valente homenzinho.

Sorri para ele. Beijei sua bochecha, e levei os lábios a sua orelha.

—Cho, se algo acontecer fuja para a caverna na floresta, perto do Carvalho Sussurrante, estará seguro lá—falei com apenas um fio de voz, só para ele ouvir— Ou entre para dentro feche as janelas e portas, não abra para ninguém a não ser eu, a uma velha espingarda de debaixo da minha cama, Apenas. Para. Emergência!— pronunciei pausadamente para que ele entende-se, sem nunca levantar a voz— Está carregada, é perigosa, Só. Você. Pode. Pega-la. Não. É. Brinquedo! —alerto — E Cho, eu me importo só com você e Kin.

—Eu entendi Zeya.

Sussurrou de volta.

—Eu te amo.— odiava deixar essa responsabilidade para ele, mas o sussurros do vento havia mudando, fizeram com que quisesse proteger os meus!

—Eu também te amo, cuide-se também!— sussurrou ele em resposta. 

***

O Lobo que Eu Amo [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora