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 —Mais rápido!— Apenas os sons dos cascos de Pek soavam na noite silenciosa.

—Mais rápido!

Meu coração batia no mesmo compasso que Pek afundava as patas na terra macia.

Mais rápido!

Eu preciso vê-los, ver se estão em segurança. Toca-los, beija-los e abraça-los, tirar o medo de seus corações.
Fiz uma pequena prece a Héstia, protetora da família, e para Selene, pedi para que sua luz iluminasse a escuridão para meu caminho de volta ao meu lar. Pedi também a Hécate, deusa da noite, magia e mãe das feiticeiras.

E fiz uma prece também pelo coração atormentado de um lobo negro, pedi que a culpa não o corrompa, assim como fez com meu pai.

Rezei também pela alma triste de Down, que ele encontre paz pelo menos na pós-venda, que seu espírito pudesse finalmente chegar em casa.
Pedi pelo meu coração, para que não existisse ódio nele, implorei com lágrimas nas bochechas para que eu pudesse ter coragem, fé e sabedoria para poder cumprir com a tarefa que me foi incumbida.

Mais rápido!
Não era possível ir mais rápido, se fosse estaríamos voando.
Mas eu não me importo com a lógica, só quero chegar em casa e beijar a cabeça dos meus pequenos.
Oh, que eles estejam bem.

***

Mesmo de noite, podia ver a curva- a mesma curva que ontem cedo Lochen me esperou.
Quase em casa.
Um peso saiu do meu coração, mas ainda restava a angústia, que só acabaria quando os visse sãos e salvos.

— Só mais um pouco.

Pek parecia entender meu sofrimento, pois correu ainda mais, não me importei com a cabelo no rosto tampando parcialmente minha visão, ele sabia o caminho e me levaria em segurança. Não me importei com o frio da noite que a capa não pode afastar, logo estaria em casa e todo o incômodo e o medo, não passariam de lembrança ruins.

Já podia ver a luzinha fraca por entre as árvores, o chalé, bem ali na frente.

Quando atravessamos o portão da frente, um estrondo sou, um tiro! Alguém atirou.
Pek ficou nervoso, relinchando e empinando, mas não recuou, é um cavalo valente.

— Chonan!—Gritei com toda minhas forças. Minha garganta ardendo.— Chonan, sou eu.

Escorreguei do lombo de Pek, não me importando com a esfoliação que causou na minha perna. Eu preciso entrar lá, eles estão com medo é assustado.
Então corri.
Corri, em direção a porta da frente, pulei os degraus da varanda e abri a porta.

- Zey!

Sussurrou meu irmão, com o rosto pálido, coberto de suor, que se misturavam com as lágrimas.

—Shii, tudo ficará bem agora!—Puxei-o para mim.

—Pa-pai.. não volt-ou, e.. eu fui procurar... tinha tan-to  san-sangue...

—Eu sei, eu sei, nós vamos ficar bem.

— Me... Meu Deus!—soluço— E-eu ati-atirei— soluço—em vo-você.

—Eu estou bem, não me acertou.— Não passou nem perto.

O apertei firme conta mim.

— Onde está Kin?—procurei a pequena em redor, sem acha-la.

—No quarto.

Respondeu já mais controlado.

—Vêm, vamos nos juntar a ela!— peguei ele no colo, segurando seu corpo junto ao meu.

O Lobo que Eu Amo [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora