— Eu já disse não a necessidade, não fará falta.
— Chonan, discutimos isso ontem, e chegamos a um acordo, porque mais drama hoje?
Já estava perdendo a cabeça com esse menino.
— Não estou satisfeito com nosso acordo.
Debrucei-me sobre a mesa na sua frente de forma que ele pudesse ver meus olhos e o quanto falo sério.
— Vou colocar de uma forma que você entenda.— falei calma mas firme— você fará isso, quer goste ou não, porque isso ninguém poderá tirar de você.
— Você vai me obrigar?—Perguntou incrédulo.
— Sim, se for necessário. Cho não entendo porque tanto rebuliço, é tão simples, útil, e importante.
— Down não queria que você nos ensina-se tal coisa!
Down não está mais aqui!
Eu queria gritar, mais soube me controlar.— Magia é nosso legado, corre em nossas veias assim como nosso sangue. Herdamos de nossa mãe, por isso é nossa por direito, e nem Down nem ninguém pode dizer o contrário.
Somos ligados ao mundo ao nosso redor, de uma forma que sei que você não compreendi, mas peço-lhe paciência para aprender, por quê é o que nós somos.— Mas...— puxou fôlego pronto para começar a discutir de novo.
— Vamos fazer uma simulação— propus, interrompendo seus argumentos—Eu vou a vila como todo mês, chego lá e acontece um imprevisto, fico resfriada, terei que ficar lá até tal mal passar, então te mando uma mensagem de fogo, que é a comunicação primordial dos feiticeiros, contando o ocorrido, mas a um grande porém. Você não sabe ler, e ainda por cima não sabe usar magia para ler a mensagem, nenhum de vocês sabe. E é por isso que aprenderam!
— Mais...—Começou ele novamente, mas o cortei antes que terminasse.
— Sem mais Chonan, vá pegar um dos livros de mamãe, e os traga aqui.
Bufando e pisando duro, ele foi para o quarto que um dia mamãe e Down dividiriam, e agora estava fechado sem nenhum dos dois.
— Você também pequenina, vá buscar um livro.— pedi para Kin que nos assistia sentada em seu canto da mesa com os bracinhos apoiados da superfície lisa.
— Um sou pequena de mais pla lê.
— Nunca é cedo de mais para começar, além disso como vou ensina-la feitiços se você não pode lê-los?
Esse comentário foi o bastante para convence-la.
Naquela manhã, ensinei a eles a magia de descobrir palavras, e foi divertido.Quando já estivessem dominando as palavras, os ensinaria a magia das cartas de fogo, mas essa era uma lição para mais a diante.
***
Muitas coisas haviam acontecido.
Agora, por exemplo, eu era oficialmente companheira de Lou. Nossa almas agora são apenas uma, e nossos corações batem como um.Nós bruxas não temos isso de parceiros de alma, mas os lobos tem. E mesmo não fazendo parte da minha cultura, não existe nada mais certo.
Tudo em mim pertence a ele, meu corpo, minha alma, meu coração, e tudo dele me pertence.
Não há como voltar atrás agora.
Lochen foi contra todas suas regras por mim, Por Nós!
Mas ainda não podemos nos expor, é perigoso de mais. Complicado de mais.
Tanto para ele como para minha família.Espécies tão antigas quanto as dos Lobisomens, são conservadoras. Ou seja, não era uma opção manchas no sangue puro, com um mestiço. Então união entre lobos e as demais raça, que não fossem lobos era proibido.
Para as bruxas também era assim, mas nunca tive uma ligação real com um clã de bruxas, meu único contato com minha ancestralidade havia morrido com a minha mãe.
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O Lobo que Eu Amo [Revisão]
FantasyEm um pequeno chalé no vale, vive uma garota sonhadora. Zeya Nowmas, é uma moça que dês se muito cedo se vê na obrigação de criar os irmãos menores, depois da morte da mãe. Com um pai que não os ama, e que não aceita seus dons, a vida é um pouco com...