Capítulo 33

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A cafetaria No Break ficava bem no Centro de Bervely Hills, e quando chegamos lá, de longe vi a camisa preta e boné vermelho que meu pai havia falado.

- Vou ficar aqui no carro...- meu pai diz.

Concordo com a cabeça e desço do carro com a Taylor.

- Vai ficar tudo bem...- Taylor diz segurando meu braço. - E qualquer coisa, eu estou com meu spray de pimenta.

Sorrimos e nos aproximamos da mesa onde o cara estava sentado. Quando parei na sua frente, ele me olhou e tirou o boné. Quando olhei para a sua cara, senti como se tivesse me vendo.

Os olhos, o formato do rosto, a boca pequena, o nariz fino, o cabelo cor de fogo, a pele super clara...Ele era uma cópia minha,ou eu era uma cópia dele.

- Oi...- ele diz assim que me vê. Eu estava assustada. Antes estava calma mas ver ele na minha frente, todas as minhas estruturas foram derrubadas.

Taylor se sentou e foi falando , já que eu não tinha reação.

- Eu sou a Taylor, amiga dela....

- Sou Patrick...hm..pai dela.

Me sentei e não consegui encarar seus olhos. Patrick. Então esse era o nome dele. Engoli o seco e respirei fundo. Não ia continuar ali como uma pessoa imatura. Ia conversar normalmente com ele, embora eu não estivesse nada bem.

- Oi...- digo a ele.

- Você é tão linda...as duas são. - ele diz sorrindo pra mim e depois para a Taylor.

- Obrigado. - Taylor diz.

- Então, o que você queria falar comigo?- Pergunto direto a ele.

- Hm... Só queria te conhecer. Você é minha filha..

- Meu pai se chama Oliver.- digo seriamente.

- Eu sei que foi ele que cuidou de você, mas o sangue que corre na sua veia, é meu.

- Isso não muda nada.

- Eu sei. Eu só quero que você me dê uma chance. É injusto concorrer com o Oliver se você não quer nem falar comigo.

- Você não vai substituir o lugar dele.

- Eu sei, e nem quero isso. Quero conquistar o meu próprio lugar no seu coração.

Ele diz isso de uma forma que dividiu meu coração em duas partes. Uma parte queria conhecer ele. E a outra era a parte que lembrava que ele tinha ameaçado o Ed.

- Você tem quantos anos, 18?- ele pergunta sorrindo.

- É, acabei de completar.

Coloquei minhas mãos sobre a mesa e sua expressão mudou. Foi evidente o susto que ele levou.

- O que aconteceu com...sua mão...- ele pergunta com receio.

- Problema de nascimento. Isso te assusta?- pergunto direta.

- Não, isso não é ...hã..eu não me importo com isso.

Revirei os olhos e suspirei. Ficamos um tempo em silêncio e logo eu olhei mais brava para ele.

- Eu não entendo...- digo a ele.

- O quê?

- Meus pais estão juntos desde que minha mãe tinha a minha idade...como eu sou sua filha? Minha mãe não trairia meu pai, não é?

- Ela não traiu ele, o traído fui eu...

- Como assim?- Perguntei incrédula. Minha mãe não seria capaz de fazer isso...

Victoria ( LIVRO 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora