Havia certos dias que eu estava bem. Esses eram os dias bons, mas existam os dias ruins. Nos dias ruins eu não sabia explicar como eu ficava. A pressão e o stress se acumulavam e junto com a dor me fazia ficar mal.Fisicamente eu estava instável. Emocionante eu estava destruída. Já fazia mais de cinco horas que eu estava na casa do Ash, estava começando a anoitecer e eu queria ir embora.
Encostei no sofá ao seu lado e ouvi o celular dele tocar. Ash tirou os olhos do filme que estávamos assistindo e atendeu com o mal humor de sempre.
- Alô?...Oi Ian...hm..Ah, essa noite não vai dá. To com a Victoria aqui em casa...sim... amanhã também não...faz na sua casa... tá... depois..Ok.. Tchau!
Ele desliga o telefone e ver que eu estava olhando para ele. Ash não desvia o olhar mas eu sim, pois ele estava me fuzilando com o olhar.
Eu não sei o que aconteceu mas eu tive vontade de chorar só com aquele olhar. Eu estava com o coração na mão, batendo forte e totalmente descontrolado.
Cravei os olhos na TV e tentei prestar atenção no filme que passava. Era o filme do James Bond, muitos tiros e ação. Mas não dava para prestar atenção com ele ali do meu lado.
Céus, o que estava acontecendo? Por que eu estava com tanto medo? Por que eu estava sentindo que ele queria me matar? Por que eu sentia que tinha que ficar longe dele?
- O que foi?- Ele pergunta olhando para mim.
- O quê?
- Você tá quase se afundando no sofá e tá suando...- Ele diz em um tom suave e despreocupado.
- Eu posso ir para casa?- Pergunto baixinho.
- Você tá chorando?- ele pergunta se aproximando de mim.
Imediatamente me afasto e olho assustada para ele. Sim, eu estava chorando. Sentia coisas inexplicáveis nesse momento. Só sentia que ele ia me machucar a qualquer momento.
- Sua casa não existe mais , esqueceu?- Ele diz em tom rude e hostil. - Você só vai embora quando seu tio retornar a ligação, a essa altura seu pai já falou com ele.
Abaixo a cabeça e tento me acalmar. Tudo estava uma droga, eu sentia que estava sozinha com um psicopata e meu irmão estava em um hospital muito machucado.
Crio coragem e olho para o Ash. Ele me encarava duramente e em um movimento rápido ele vem para cima de mim e deixa seu rosto e todo seu corpo quase colado ao meu. Mas não tinha nada de romântico nisso, pelo contrário...ele colocou uma de suas mãos no meu pescoço e apertou.
Ele ia me matar!
Comecei a chorar e a me sentir sufocada.
- Por favor... não..me machuca!- Digo com dificuldade e sentindo dor até para chorar.
- Eu odeio você.- Ele diz de forma dura e rude. - Odeio!
Ele fala isso com mais força e pude sentir o ódio em sua voz. Olhei bem no fundo de seus olhos e vi o ódio que ele disse que sentia por mim ali.
O seu aperto foi diminuindo, meus olhos ainda estavam cravados nos dele. Ele abriu a boca para falar algo mas se calou. Seu rosto mudou totalmente a expressão e pude ver alguém vulnerável ali na minha frente. Parecia só um Ash com medo e assustado. Não parecia mais aquele homem que acabou de tentar me matar. Só parecia alguém traumatizado.
Ele me solta e sai de cima de mim me deixando ainda mais confusa com isso tudo. Ele fecha os olhos e cai de uma vez no sofá.
- Porque você não me matou?- Pergunto sentindo todas as partes do meu corpo se arrepiarem. Eu estava maluca em perguntar a um psicopata porque ele não me matou, mas eu fiz isso.
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Victoria ( LIVRO 3)
Ficțiune adolescenți" Não ser politicamente normal, não faz de você imperfeita. Afinal somos todos pequenas imperfeições que tentam se acertar nessa jornada da vida. Isso só significa que você é diferente. E ser diferente é ser especial." Victoria Becker é a filha de O...