Benjamin Edwards: Um sentimento novo

27 4 0
                                    

    Dormir com ela foi...não sei uma palavra que possa definir, não sei, legal. Eu estava mesmo namorando, não sei como me sinto em relação a isso, é uma sensação estranha, eu nunca tinha namorado antes, não faço a menor ideia de como isso funciona. Todos aqueles toques e a aproximação dela, tenho que me acostumar, eu acho que realmente gosto da Clara, preciso absorver isso direito.
- Ben! Onde você estava? - não, agora não.
- Eu estava na casa da Clara.
- Na...casa da Clara? - ela fez aquela expressão de novo, a mesma que eu não consigo saber qual é.
- Sim. Você não ouviu?
- E o que você foi fazer na casa dela?
- E isso é da sua conta?
- Claro que é Benjamin! Você não pode sair sem me avisar, tarde da noite, ainda mais de carro!
- Pare de gritar comigo! Eu não sou um demente! Pare de me tratar como se fosse! - eu avancei, o ódio estava atacando novamente, eu não estava conseguindo me controlar - por que você não me deixar fazer nada!? Deve ser por isso que Call a odiava tanto e batia em você!
- Benjamin! Olhe como você fala comigo! Eu sou sua mãe...
- Mãe! Você só pode estar de brincadeira. Eu odeio você! Por mim você estaria morta.
- Ben... - ela começou a chorar, droga! Dor. Sempre ela, quando está tudo "bem" ela tem que estragar tudo. - não fale assim comigo...
- Por isso Call a odiava, e eu a odeio tanto quanto ele. - Subi para o meu quarto e fechei a porta, não iria para a escola, se não iria acabar matando todo mundo.
    Dormir até as 10hrs, pensei no que fazer, era hoje que Clara viria jantar aqui. Tinha que me controlar, desci para comer alguma coisa, não vi Lucy em lugar algum, espera que dia é hoje? Quarta!? Droga! Hoje é dia da consulta com a psicóloga, não quero ir, mas para não piorar a situação, é melhor fazer o que ela pede, não quero que Clara pense como Lucy. Por falar nela.
- Hoje é a sua consulta com a psicóloga.
- Sim.
- Já que você não foi para a escola hoje, eu agendei a visita para mais cedo. Para eu ter mais tempo para fazer o jantar. Você disse a Clara que ela viria jantar aqui, não disse?
- Sim.
- Então vá logo se arrumar.
- Já estou pronto. - ela me olhou dos pés a cabeça. Fez uma expressão de desprezo e saiu.

- Bom dia Ben, como vai? - ela estendeu a mão. Eu me consultava com a Dra. Hill a alguns meses, era quase sempre a mesma coisa, eu contava como tinha sido minha semana, perguntava como era minha relação com Lucy e etc.
- Tô legal.
- Que bom. E sua mãe, vocês estão se dando bem?
- Sim - menti
- Teeem certeza?
- Sim.
- Ben, você tem que se abrir para mim. Me diga. O que você pensa hã...sobre Lucy?
- O mesmo que eu pensava na consulta passada. Eu ainda a odeio.
- Mas por que?
- Você já sabe. Eu já respondi essa mesma pergunta todas as vezes em que vim aqui.
- Tudo bem. Não vou forçar você a nada.

  Depois de quase 1hr conversando sobre as mesmas coisas, finalmente a consulta acabou. Dentro do carro evitei Lucy o máximo que consegui, ela insistia em puxar assunto, mas eu nem liguei. Chegamos em casa e eu passei o dia trancado, jogando meu jogo favorito, os jogos que eu mais gosto são os de RPG, eu sempre sou o vilão, sempre sou o cara mais mal, eu adoro isso. Espera. Será que eu tenho que buscar a Clara na escola? Era isso que eu deveria fazer? Era melhor eu fazer isso.

    Eram quase 3hrs, se eu fosse andando rápido chegaria a tempo. Fiquei parado em frente a escola, ela não aparecia. Será que ela já tinha ido embora? Mas tinha acabado de tocar o sinal, a menos que ela não tenha vindo.
- Olha quem está aqui. Se não é o Super Ben. - droga! Era aquele babaca de novo.
- O que você quer?
- Só vim aqui te dizer, que vai ter volta, eu vou acabar com a tua raça.
- Quando você for fazer isso, me avisa que é para mim pegar leve - sai e fui procurar por Clara, eu não podia me meter em confusão. Ela estava saindo do banheiro quando a encontrei, estava triste e eu descobriria o por quê. Eu prometi para ela e para mim mesmo que a protegeria, e eu faria o que fosse preciso para cumprir minha promessa.
- Clara.
- Ben. - me abraçou... Preciso me acostumar com esse tipo de toque. - por que não veio hoje?
- Eu estava dormindo. Mas...o que aconteceu?
- Nada. Só fiquei sozinha sem você aqui.
- E é por isso que esta triste?
- Sim. Mas o que veio fazer aqui?
- Vim buscar você, uma vez vi em um filme o namorado indo buscar a namorada, então achei que devia ser isso que eu deveria fazer. - ela riu, não sei por que, mas também comecei a rir, isso era algo totalmente novo, eu gosto de fazer Clara sorrir, me faz sorrir também e essa é uma expressão que não faço com muita frequência.
- Bom, então você acertou. - ela parou - mas...minha mãe não quer que você vá mais para minha casa.
- Bom, se eu tiver que olhar para a cara dela, realmente prefiro não ir.
- Não fale assim Ben.
- Mas você vai jantar lá em casa hoje? Não vai?
- Sim. Estarei la, mas...não sei onde é sua casa.
- Eu a buscarei, ou melhor Lucy.

   Levei a para casa, no caminho falamos sobre varios assuntos, eu estava...estava...qual aquela palavra? Não sei, mas era o que eu estava sentindo. Sem dor. Uma vez eu ouvi a Dta. Hill falando para Lucy que eu não seria capaz de amar ninguém a não ser eu mesmo mas, isso estava acontecendo, eu estou...aman...amando. Sim. Clara eu acho que...eu...te...não... Eu não amo...eu só gosto dela. Eu nem a conheço direito, não posso ama-la. Chegamos na casa dela, deixei-a até a porta, ela me abraçou e me deu um beijo, seus lábios eram quentes e macios, eu me sentia completamente atraído por eles, não queria solta-la, ela é linda, tudo que há nela me deixa louco, eu a quero demais. Sem dor. Acho que te amo.

BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora