Benjamin Edwards: Diversão

34 5 2
                                    

    Cheguei em casa e me joguei na cama, fechei os olhos e rapidamente adormeci. Acordei as 7h30min, não queria ir para a escola mas, aquele sentimento me tomou de novo e me vi na necessidade de levantar. Tomei um banho quente e vesti meu casaco preto, desci e vi Lucy na cozinha, eram 7h40min o ônibus passaria daqui a cinco minutos, e não daria tempo de chegar na parada, minha única saída era pedir o carro da Lucy.
- Você pode me emprestar o carro para eu ir para a escola hoje? Não vou conseguir pegar o ônibus. - Lucy nunca me deixava dirigir, não sei por que, sempre dava uma desculpa, as vezes em que dirigi, peguei o escondido.
- Bom...eu estou de saída para o trabalho... Posso lhe dá uma carona - imaginei que fosse dizer isso.
     Saimos apressadamente, odeio ter que sair com ela, fica puxando assunto, por que não se cala, será que não entende que isso só faz meu ódio crescer.
- Então você não me falou como foi seu primeiro dia querido. Ande, me conte. Como é a escola nova?
- Uma droga. - falei furioso - quer saber a verdade Lucy? Eu odiei aquela escola, eu entrei na sala e todos me olharam estranhos, os professores insultam nossa inteligência, a comida é horrível, você quer mais?
- Sinto muito querido mas...não tive escolha Ben, depois do que houve, foi difícil achar uma escola que lhe aceitasse.
- Você fala como se eu fosse um monstro Lucy, mas eu não sou. - virei meu rosto para olhar a rua, queria ver qualquer coisa menos o rosto dela. Passamos pelo cruzamento e lá estava Clara, ela iria se atrasar, deve ter perdido o ônibus também.
- Lucy pare o carro. - falei
- Por que?
- Porque... Tem uma garota da minha escola ali e...acho que ela perdeu o ônibus.
- Espere um pouco. - ela parou o carro no acostamento. Abri a porta e gritei por Clara. Ela veio e entrou, Lucy começou a puxar assunto com ela, por dentro meu sangue fervia, se Clara não estivesse ali eu teria sufocado aquela mulher, tenho que comprar uma arma o quanto antes, não aguento mais ver seu rosto, ouvir sua voz, sentir seu cheiro....
     Chegamos na escola e sai do carro o mais rápido possível, esperei Clara no armário dela, quando veio, perguntei o que tinha conversado com Lucy, no começo ela mentiu para mim, mas depois falou a verdade, não sei se ela deveria saber minha história, não sei como reagiria, minha cabeça girava, um turbilhão de pensamentos me atingiam, sai fulminando, o ódio tomava conta de mim. Dor. Muita dor. Morte.
     Entrei na sala de aula, o professor ainda não tinha chegado, os murmúrios começaram, ontem foi do mesmo jeito, é por isso que eu odeio as pessoas, elas me causam nojo, queria acabar com todas elas até não restar ninguém além de mim e...
- Ei cara qual o seu nome? - um garoto alto, porte atlético, com um college jacket ridículo, perguntou.
- Benjamin.
- Nossa. Esse é um nome gay em cara - começou a rir, os outros foram na mesma onda. "Ben, você tem que se controlar nesses momentos, você consegue controlar seu subconsciente muito bem, continue assim, você não pode sair por aí agredindo as pessoas assim." a voz da psicóloga soava na minha cabeça.
- Cale essa boca antes que eu asfixie você com seu casaco. - isso não era uma agressão.
- Ei cara fica frio aí. - ele se afastou de mim com uma expressão estranha. Menos mal, não queria ninguém me enchendo.
   Na hora do almoço, encontrei Clara perto do armário, era agora. Estava na hora dela saber toda a verdade sobre mim, caminhei na sua direção e... Uns dois garotos se aproximaram dela e começaram a alisar seu cabelo, o que estava acontecendo? Ela os empurrava, mas eles continuavam. Uma raiva tomou conta de mim, fui em frente e... Dor.
- Saiam de perto dela. - eles se viraram para mim.
- Ou o que?
- Ou vou quebrar todos os ossos do seu corpo.
- Então vem! Tenta a sorte. - um deles me deu um soco. Dor. Adoro isso. Soltei uma risada. Vamos nessa. Peguei o primeiro e o joguei contra o armário, comecei a dar vários socos no seu rosto, o sangue escorria, eu estava adorando. O outro veio por trás e me pegou pelos ombros, me soltei e o joguei no chão, subi em cima dele e com ódio nos pulsos soquei sua cara, ele estava gostando, falava para continuar, eu estava me divertindo muito vendo o sangue dele nos meus dedos, eu o batia loucamente, aquilo me dava um prazer inexplicável.
- Benjamim! Pare com isso! Pare! - só parei quando um homem baixo e gordo, com o cabelo grisalho, me tirou de cima dele, ele estava arrasado, e eu cai na risada, vendo a cara daquele babaca.
- Nunca mais encoste um dedo nela! Você ouviu? - Dor. Diversão. Direção.

BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora