Benjamin Edwards: Uma noite e tanto

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Eu o mataria, esse desgraçado, ele nunca mais vai encostar um dedo em Clara, nunca mais. Eu comecei a dar vários golpes de faca nele, aquela velha sensação de prazer me tomou, ele implorava para que eu continuasse e eu não pararia até ele esta morto.
- Ben! Pelo amor de Deus! Pare! Por mim. - "por mim" eu a amo, só estava tentando defende-la, ele abusou dela, eu queria ele morto, mas ela me pedia para parar, eu parei. A Sra. Jones chegou, o ódio ainda estava no ápice, qualquer coisa que ela dissesse seria o seu fim. Ela falou que iria chamar a polícia, eu estava rindo por dentro, ela podia chamar, mas a vitima aqui era Clara, e eu seria sua testemunha e diria tudo o que realmente aconteceu. Eu a pressionei contra a parede, meu desejo era mata-la, era isso que minha mente estava mandando, mas atrás de mim Clara gritava, para não fazer isso, ela estava com aquela expressão que eu não consigo descrever, então larguei aquela vadia no chão.
- Ben! Saia daqui! Vá embora! - ela estava me mandando embora? Mas por que?
- Embora?
- Mason esta morrendo eu tenho que fazer alguma coisa. Sai por favor! - ela chorava como nunca vi, seu rosto se transfigurou, a escuridão estava saindo e a tomando eu podia ver isso acontecendo.
- Não Clara! - eu me vi chorando - eu não quero ir, não me mande embora, eu só...só quero proteger você desses humanos podres.
- Vá embora Ben.
- Não me mande para fora da sua vida, eu...eu não saberia o que fazer sem você por perto...eu posso ser diferente...eu posso mudar...por você... Não faça isso.
- Olha o que você fez. - as lágrima caiam como uma queda d'água - eu quero ficar só.
- Não! - gritei - Não vou te deixar só. Não importa se você me quer longe, eu vou ficar aqui. Por que eu amo você e nada vai mudar isso.
- Ben, minha mãe vai chamar a policia, não quero que você seja preso, eu...eu não suportaria, eu carregaria essa culpa para sempre.
- Ela não vai fazer isso, por que se não ela e esse desgraçado vão presos também, ela não arriscaria - me aproximei, ele ficou imóvel, olhei em seus olhos molhados, durante esses meses, tudo que eu fiz foi olhar para eles, para ver a situação da sua alma, nada mudou - eu vou ficar aqui. Onde eu possa ver você e te proteger. - eu a beijei, sua boca estava com o gosto das lágrimas salgadas. Ela se entregou e colocou a mão nos meus ombros, eu a queria tanto, se eu a perdesse seria meu fim.

Depois de colocarmos Mason no sofá a Sra. Jones limpou seus ferimentos, apenas observei , enquanto ele sentia dor. Ela me olhava com desprezo mas ela sabia que eu sou esperto demais para ela. Clara foi tomar um banho, entrei no quarto silenciosamente e sentei na cama, só ouvia o barulho da água caindo. O quarto dela era meio velho, o piso de madeira estava roído no canto, as paredes rachadas, tudo que tinha era um guarda roupa de madeira velho, uma cama, um criado mudo ao lado, no qual ficavam o abajur, e uma caixinha. Peguei a caixinha em minhas mãos, ela era roxa, com uns detalhes em preto, abri e dentro tinha, a presilha que ela usou nosso jantar, duas lâminas e um pedaço de papel, na verdade era uma carta...
- O que está fazendo? - ela havia saido do banheiro, usava uma toalha branca, um pouco amarelada, olhei a dos pés a cabeça.
- Nada. - caminhei até ela, seu cabelo molhado, tinha uma textura diferente, senti seu cheiro, o mesmo de sempre, beijei sua orelha, ela se arrepiou, desci pelo seu pescoço...
- Ben. O...o que está fazendo? - dei a volta no seu pescoço, sugando toda a água, ela estava resistindo, eu não fazia ideia do que eu estava fazendo, mas estava gostando. Levei a até a cama, comecei a beijar sua boca, ela estava gelada, parecia que tinha tomado banho com água fria. Ela me puxou para perto, eu deitei por cima dela, mordi sua orelha e sussurrei:
- Eu amo você.
- Eu também te amo. - sussurrou de volta.

Ficamos deitados de frente um para o outro, nos olhando, ela sorria, parecia que já tinha esquecido o que aconteceu e era melhor assim. Ela pegou o iPod dela e colocou uma música clássica, as mesmas que Lucy escuta. Se levantou, vestiu minha blusa e me puxou, me levantei vesti a calça e me aproxiemei dela, coloquei as mãos na sua cintura, ela pôs a mão no meu pescoço e ficamos dançando, lentamente, afundei meu rosto no seu cabelo, não queria que aquilo tivesse fim. Eu tinha que tira-la daqui, eu sei que quando eu for embora, tudo vai voltar, a mãe dela vai atormenta-la, esse desgraçado do Mason vai machucar ela de novo, eu tenho que fazer alguma coisa...
- Você quer morar comigo?
- Você é louco? Sua mãe não deixaria.
- E quem disse que eu preciso da permissão dela, sinceramente, não quero deixar você aqui.
- Eu também não quero ficar aqui.
- Então. Estou lhe dando uma solução.
- Não é tão simples.
- É sim, e...
- Eu vou te matar... - Mason entrou no quarto, ele segurava uma arma, o que ele está pensando? Que pode me machucar, vamos ver. Soltei me de Clara e me coloquei na sua frente.
- Vai mesmo? - ri.
- Mason por favor, não faça nada. - Clara falou.
- Cala a boca! Desça! Vamos desça!
Caminhei em sua direção, ele estava com aquela expressão de novo, agora eu acabaria com ele.
- Eu não mandei você para o cemitério ainda? Você veio aqui pedir para eu fazer isso?
- Se afaste de mim, se não eu atiro
- Atire. - peguei a arma e apontei para sua testa, ele tremia - atire, se não... Eu atiro. - ele largou a arma e desceu rapidamente, peguei a arma e fui até o corrimão da escada, disparei. Um, dois, três...aquilo era divertido, eu estava rindo, adorando.

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