Os dias seguintes foram atormentadores, me meti em duas bigas por causa de Clara e quer saber, eu adorei. Não briguei na escola, eu esperei eles saírem, aquele tal de Mark veio querer se vingar de mim, mas eu sou esperto de mais para ele, acho que agora ele aprendeu a lição, foi prazeroso ver a cara dele completamente ensanguentada, só parei porque precisava ir para casa, por mim eu o teria matado. Clara e eu saímos muitas vezes agora depois da aula, fomos ao parque, cinema, sorveteria... Eu estava me sentindo um tanto esquisito, normalmente não costumo sair para lugar nenhum, mas isso a deixava feliz e...a tirava de casa, e era bom ela ficar lonje daquela vadia da mãe dela. Sempre que vou lá nós brigamos, não gosto de fazer isso ma frente de Clara, porque sei que a machuca, mas não posso evitar, eu odeio aquela mulher, odeio o jeito como ela a trata, eu queria tortura-la, mata-la não, primeiro eu quero que ela sofra, tanto quanto ela faz Clara sofrer.
- Hoje a noite está tão linda. Queria ficar aqui com você pra sempre. - ela estava com a cabeça apoiada no meu peito. Estávamos no lago, eu gostava de leva-la porque era um lugar onde ficávamos a só, sem pessoas, sem mães, nada. Só nós dois. No silêncio. Sem dor.
- É. - falei
- Ben?
- Sim.
- Eu...sei que tem pouco tempo que estamos juntos mas...acho que eu te amo. - ela olhou nos meus olhos. Eu ainda conseguia ver a escuridão dentro deles, as vezes ela sorria com os lábios mas seus olhos não. Ela tentava me enganar com um "não foi nada" ; "está tudo bem" ; "não se preocupe", mas eu sabia que não estava, eu sei como é difícil para ela, quando estamos juntos, eu consigo faze-la se sentir bem. Mas quando ela vai para casa e eu não a vejo mais, eu sei o que acontece com ela, sei que ela deita na cama e chora a noite inteira, e eu não estou lá... Meus olhos se encheram de lágrimas, eu estava falhando, mas eu tentava fazer o melhor por ela, mas não conseguia.
- Ben? Por que você está chorando?
- Não estou chorando.
- Sim você está.
- Clara eu amo você. E eu não sei o que fazer. - agora eu estava chorando de verdade.
- Mas...do que você está falando?
- Eu sei que você não se sente feliz. Eu sei que você se desfaz todas as noites. E eu não estou lá com você...
- Ben - agora ela chorava - a culpa não é sua, você não pode está comigo o tempo inteiro. Você tem uma vida também.
- Não! Minha vida é você. Você é a única que eu me importo. Quero te ver feliz. Comigo. Só nós dois. - ela me beijou. Sem dor. Eu a amo. Me importo com ela. Tenho que salva-la.Ela estava de costas para mim. Seu cabelo voava, o silêncio como sempre pairava no ar, eu me via impotente, não sabia o que estava acontecendo. Ela estava armada. Se virou.
- Eu te amo.
Depois. Mais nada.Acordei atordoado, eu estava suando, queria vê-la, ela não tinha celular, email, nada, nenhum meio de comunicação, esse sonho foi tão real, eu tenho sonhado muito com Clara e em todos os sonhos ela está...está morrendo.
Era sábado, então vesti minha blusa preta de capuz e fui em direção a casa dela, cheguei e Mason estava parado em frente, concertando o carro, ele era repugnante, eu tinha nojo daquele cara. Dor.
- Clara está em casa?
- Sim. Ela está na cozinha. - fui em direção a porta e ele gritou - de nada - babaca. Clara estava preparando alguma coisa, me aproximei silenciosamente e beijei seu pescoço, ela estava fria. Eu a abracei e ela se entregou em meus braços, seu cabelo estava cheiroso e macio, mordi de leve sua orelha. Ela virou e me beijou, começou a chorar e sussurrou no meu ouvido.
- Me tire daqui.
- Vamos.
Ela largou o que estava fazendo, eu peguei sua mão e saímos. Caminhamos até uma praça, que estava um tanto cheia, o que me incomodava. Ela sentou-se do meu lado eu podia ouvir alma cinza, ela pedia socorro.
- Eu sonhei com você essa noite - falei.
- Mesmo? E como foi?
- Você... Morria.
- Não. Eu não posso morrer. Porque eu já estou morta.
- Eu tenho sido inútil, não é mesmo?
- Não. Você tem sido incrível. E eu amo você. Mas só serei feliz quando eu sair daquela casa.
- O que aconteceu dessa vez? Foi a vaga... - me detive - foi a Abigail?
- Também. Mas dessa vez...foi pior Ben. Muito pior.
- Diga. - Dor.
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Blood
RomanceA quem diga que o amor é uma arma poderosa. Mas a verdade é que as pessoas não sabem usa-lo. Nesse livro, você vai descobrir quem é mais forte. O amor ou a morte. Entenda a mente de Clara e seu oposto Benjamin. Sem dor. Nem vozes.