Clara Jones: Despedida

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Depois de toda a confusão eu fui tomar um banho, tinha sangue espalhado pelo meu corpo, a água estava muito fria, eu quero terminar logo. Assim que acabei, vi Ben sentado na minha cama, ele estava segurando minha caixinha, dentro dela eu guardo o que representava minha família, a presilha que minha mãe me deu, a carta do meu pai e...minhas lâminas. Ele se aproximou de mim e começou a beijar minha orelha, um arrepio percorreu meu corpo, estava acontecendo, Ben me colocou na cama e...nossa. Eu tive minha primeira vez. Eu o amo. Amo muito. Ele é maravilhoso para mim, ele me deixava feliz, eu não queria que ele fosse embora, não queria que ele me deixasse só, eu estava com medo. Sei que quando ele for, tudo vai voltar a ser como é. Me levantei e coloquei uma música clássica, o puxei para dançar comigo, ele veio. Sem vozes. Só nós dois.
- Você quer morar comigo? - claro que eu queria, eu iria para qualquer lugar com ele, mas não é tão simples, expliquei isso a ele, e no meio da nossa conversa Mason invadiu o quarto, ele estava armado, o que ele iria fazer? Matar Ben? Não! Eu não deixaria isso acontecer. Mas...ele estava apavorado, Ben apontou a arma para sua testa e ameaçou puxar o gatilho, Mason estava muito assustado, então saiu correndo com um pouco de dificuldade, mas Ben foi até a escada e atirou varias vezes, mas nenhuma pegou nele, mas ele continuou atirando.
- Ben! Já chega! - ele se virou. Jogou a arma no chão e veio em minha direção.
- Desculpe.
- Ben...eu...acho melhor você ir para casa, já tivemos confusão demais por hoje.
- Você vem comigo?
- Não. Eu...adoraria mas não posso. Deixe me pensar um pouco.
- Tudo bem. Até mais. - ele beijou minha testa e se foi. Eu não queria que ele fosse, a solidão me abrassou, tudo voltou, Ben, volte, não me deixe, eu vou morrer sem você aqui.

Dentro do meu quarto senti o vazio, senti o medo, a escuridão, a solidão, o frio, a morte. Eu estou morrendo. Ninguém pode me salvar? Por favor me ajudem! Não quero morrer! Não! Eu nunca fui capaz de pelo menos fingir esta bem, enganar as pessoas com um sorriso, para os outros eu era uma esquisita depressiva, não tinha amigos, nem familia... Eu tinha Ben, mas ele não podia preencher o vazio de anos, por mais que tentasse. Eu estava morta a tempos, e ninguém viu isso, mas ele viu e ele tentou me trazer de volta a vida, mas não adiantou. Estou no chão frio. O meu lugar. O inferno me espera. "Filha eu te amo, perdoe o papai", " Eu amo você Clara" , "Você só me da prejuízo garota", "Está gostando Clara", "Esquisita" , "Onde você compra suas roupas? Em um brechó?" Acabou. Minha vida acabou. Levantei e escrevi uma carta, uma carta para todos. Eu queria me despedir de Ben. Mas eu não aguentaria.
Desci, minha mãe estava na sala. Olhei para ela, linda, eu a amava, apesar de tudo. Eu não a culpo por nada. Eu sou a culpada. Eu.
- Mãe. - ela se virou. - Eu amo você. - Sem esperar pela resposta sai. Peguei o carro de Mason, que ainda estava em frente a nossa casa, olhei para trás, morei ali toda minha vida, um dia eu fui feliz, mas isso acabou. Acabou agora. Para sempre.

- Ben?
- Clara? De onde você esta me ligando?
- Eu amo você. Amo muito - as lágrimas rolavam - obrigado por tentar.
- Clara! Clara o que houve...
Fim da ligação. Adeus para sempre.

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