A aula estava muito chata, então parei de prestar atenção, na verdade eu nem tinha começado a fazer isso, só pensava em Ben, em como minha noite tinha sido incrível, em como minha tristeza estava se esvaindo de mim, sim, eu conseguiria me manter viva, eu conseguiria ser feliz. Essa noite que se passou eu não ouvi nenhuma voz, a escuridão que me tomava estava se transformando em luz, o sorriso que eu não dava a muito tempo estava voltando. Serei eu salva de mim mesma, eu estava sendo resgatada da minha solidão e sofrimento. Isso acabaria e eu seria feliz. Durante a aula sorria feito boba, acho que as pessoas ao meu redor notaram isso. No fim da aula, Alice e Anne me fizeram o favor de estragar tudo.
- Posso saber qual o motivo dessa sua felicidade toda Clara? - disse Alice.
- Isso não é da sua conta. - me dirigi para a porta, mas Anne segurou meu braço.
- Olha como você fala. Só estamos felizes por você querida. Faz tempos que eu não te vejo assim.
- Então me deixe ir.
- Depois que você me disser o que está havendo. - disse Anne
- Não direi nada. - contorci meu braço no intuito de me soltar, mas Alice me segurou e me jogou contra a parede.
- Então é isso. Tá se achando a forte, olha aqui Clara, eu posso fazer da sua vida um inferno...
- Como se você já não fizesse. - Alice me deu um tapa e Anne riu. Depois me jogou no chão, cuspiu em mim e saiu.
"Sabe querida, no dia em que você morrer, será o dia mais feliz da minha vida", " Hey Clara! Faça me um favor!? Morra"
- Não! - gritei, não dessa vez, vocês não vão me fazer mal, Ben me salvará, saiam da minha cabeça, parem de sussurrar isso nos meus ouvidos, eu não sou o que vocês estão falando. Parem por favor! Eu estava chorando desesperadamente, onde está você? Você disse que eu podia confiar em você, que ia me proteger? Deixe de ser boba Clara, Ben não pode esta com você o tempo inteiro.
Me levantei e fui para o banheiro, olhei para o espelho quebrado e me senti pior, entrei no boxe e...não! Eu não faria isso. Não dessa vez. Sai e fui procurar Ben, não o encontrei em lugar nenhum, a solidão me abraçou, eu estava me apoiando nele, mas eu sabia que ele não estaria ali sempre, tinha que me acostumar com isso. Voltei para a sala de aula, agora meus olhos estavam inchados e eu me sentia triste, ignorei tudo e todos, eu só ouvia murmúrios, a sala girava ao meu redor, minha alma cinza queria me devorar, eu achava que estava tudo bem, mas me enganei. O sinal tocou, sai o mais rápido possível, fui no banheiro e lavei o rosto, não adiantou muito, antes de sair ouvi duas meninas sussurrando.
- Ela é tão estranha.
- Não era ela que se mutilou no banheiro aquele dia?
- Sim. E ela é namorada daquele doido que quase matou o Mark.
- É... Eles se merecem.
Sai do banheiro e vi Ben, o abracei forte e ele me correspondeu, disse que viu em um filme que os namorados buscavam as namoradas na escola, ele estava ali para me levar para casa. Começamos a rir, ele era um fofo, seu sorriso era lindo, quando sorria seu rosto se transformava, parecia outra pessoa, ele sempre era frio e apático, ve-lo sorrir me deixava feliz. No caminho conversavamos sobre varias coisas, e hoje era o dia que eu jantaria na casa dele estava ansiosa. Ele me deixou na porta da minha casa, eu o beijei, ele me trouxe para perto, e eu não queria deixa-lo ir, mas... Daqui a pouco eu o veria de novo. Entrei e fui tomar banho, fui na cozinha ver se tinha algo para comer e para minha supresa a geladeira estava cheia. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas era algo bom. Ouvi a porta se abrindo, não podia ser minha mãe, ela ainda estava no trabalho, ela trabalhava de 8hrs à 18hrs em uma loja de roupas, não ganhava muito, e o dinheiro que conseguia gastava com bebidas, ela se alimentava a custa dos homens dela.
- Oi. - Um homem baixo, com um bigode horrível, meio calvo e que tinha uma barriga de chop disse entrando na cozinha.
- Oi. Quem é você?
- Sou Mason, prazer. - me estendeu a mão, ignorei. - Bom tudo bem, sua mãe disse que eu podia ficar aqui, então comprei algumas coisas pra gente comer.
- Humm. Então é melhor eu subir.
- Não. Você pode comer também, tudo bem.
- Não. Valeu. - Subi para o quarto e fui procurar uma roupa para ir ao jantar hoje, não tenho muitas opções, minha mãe não costuma comprar roupas para mim, todas que eu tenho são bem velhas, eu só tenho um vestido, que usei no casamento do meu pai com Shirley, acho que vou experimentar. O vestido estava dentro de um saco plástico, ele era lindo, era o único que eu tinha, meu pai que me deu, era a única lembrança que eu tinha dele, ele era o único que ainda se importava comigo, meus olhos se encheram eu comecei a chorar, por que ele se foi? Eu o amo. Queria que ele ainda estivesse aqui.
- É... Garota? Pode vir aqui? - Mason bateu na porta.
- O que você quer? Me deixe em paz.
- Só quero que me ajude em uma coisa. - eu conheço esse truque, eu abro a porta e ele avança em cima de mim, mas isso não vai acontecer. Eu só o igonoro e me tranco dentro do banheiro.19hrs começo a tomar banho, entro debaixo do chuveiro e me ensaboou, quero ficar linda para Ben, linda sei que não vou ficar, mas eu quero ficar ao menos apresentável. Lavo meu cabelo, depois seco e o penteio delicadamente, faço uma trança de lado e coloco uma presilha dourada, que ganhei da minha mãe no aniversário de 13 anos. Chegou a parte mais esperada, meu vestido, ele era azul escuro, com uma manga curta, tinha uma babado de renda, ele era lindo. Mas...faltava alguma coisa. Eu não tenho sandália, tudo que tenho é meu tênis que já esta bem surrado, mas eu não tenho outra escolha, calço o tênis e é isso. Estou pronta. 19hrs35min, mas falta o perfume, eu não tenho perfume, teria que usar o da minha mãe, mas obvio que ela não me emprestaria. Mas não custava tentar. Fui até o quarto dela bem devagar, ela estava na cozinha, entrei, o perfume estava em cima da cômoda, passei um pouco depois voltei para o quarto e esperei.
- Clara! - minha mãe gritou, ai não, será que ela já descobriu? - desça aqui agora!
Desci rapidamente e lá estava ele, mas...e minha mãe? Ela diria que eu não poderia ir e me humilharia. Ben sorriu, ele estava lindo, usava uma blusa de manga longa, preta como sempre, um calça jeans simples e um tênis tão básico quanto o resto da roupa. Será que eu estava produzida demais?
- Vamos? - disse. Ele segurou minha mão e me girou - você está... Linda. -"Linda".
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Blood
RomanceA quem diga que o amor é uma arma poderosa. Mas a verdade é que as pessoas não sabem usa-lo. Nesse livro, você vai descobrir quem é mais forte. O amor ou a morte. Entenda a mente de Clara e seu oposto Benjamin. Sem dor. Nem vozes.