A Serva Do Alfa (Hiatus)

Capítulo 36

Eu não revisei... Se encontrarem erros me avisem 🎤🎤

Narrando:Milena.

Eu forcei um sorriso e corri até onde pensava que Margarete estava.

Eu errei, meu senso de direção era horrível. Eu não conhecia bem a casa, ninguém havia me apresentado. Talvez não me apresentassem, também não pretendia ficar aqui por muito tempo, mas as circunstâncias que mandam no rumo que eu tomo, não eu mesma.

Sinceramente, se eu pudesse escolher. Escolheria ter nascido em uma circunstância diferente, ter uma família diferente, ter uma história diferente. Talvez ter nascido em uma pequena cidadezinha do interior, com uma família digna de livros de histórias infantis, com uma criação que não fosse pelos livros, ou pelas experiências ruins da minha mãe.

Minha mãe... Talvez a única pessoa do mundo que eu realmente ame incondicionalmente. Por ela eu faria tudo, por mais que tivesse que sacrificar uma vida.

-Pare de reclamar Milena! - A voz de Erick ecoou. Eu não tinha notado sua presença. - Pare de reclamar como uma tonta. Sabe que por mais que queira não vai mudar né? - Ele riu de forma sarcástica e tomou a minha frente.

Estávamos em algum dos corredores daquela enorme casa. Não sabia nem em que andar estávamos. O visual do ambiente condizia com a época, algumas das decorações eram desnecessárias, mas acrescentavam uma certa forma de vida.

-Eu sei, - Respondi encarando o nada com um olhar cansativo. - mas não custa nada imaginar...

-Errado. - Ele me interrompeu com arrogância. - Sabia que é igual a sua mãe? Essa mania irritante de pensar no "e se". - Ele reclamou andando em círculos no estreito corredor.

-Minha mãe dizia que era igual a você. E consegue ler mentes? - Perguntei voltando a encara-lo.

-Só se for na aparência. - Ele murmurou antes de vir em minha direção. - Que tal conversarmos Milena? - Ele me perguntou de forma fria, não conseguia imaginar uma pessoa como ele amando alguém como Judith. Apesar dos apesares, ela era bem acolhedora.

-Onde? - Perguntei frangindo o cenho. Ele riu de forma sarcástica e começou a caminhar para atrás de mim.

-Sabe... - Ele começou a fantasiar olhando para o teto de cor marcante. - Eu pensava em lhe contar um pouco de sua mãe... Mas já que não quer... - O interrompi.

-Sim, eu quero! - Talvez estivesse um pouco desesperada, sabia pouco sobre minha mãe. Nos falavamos pouco quando era pequena, não sabia sua cor preferida, comida preferida, sua infância, praticamente nada.

-Então me siga. - Ele falou antes de caminhar além dos corredores, andamos por tempos. Não estava preocupada com nada que não fosse saber da minha mãe.

E depois de andarmos muito, paramos. Paramos em frente de uma porta de madeira, não sabia bem que lugar era aquele, nunca havia estado na frente daquela enorme porta antes.

-Pode parecer estranho, mas você conhece bem esse lugar. - Eu franzi o cenho pelas palavras dele. Assim que ele abriu a porta, tudo fez sentido.

Era a biblioteca que eu passei a maior parte do meu tempo. Aquelas enormes prateleiras com mais de cinco metros de altura, aqueles livros grossos, com aparência velha, e seus conteúdos que me fizeram viajar pela fantasia durante anos estava bem na minha frente.

Eu não resisti, confesso, corri na direção daquela maravilha. Me sentia como pandora na tentação de abrir a caixa. Não sabia por onde começar, aquela biblioteca era meu ninho de lembranças, minhas lágrimas de felicidade pela alegria de personagens, minhas tristezas pelo seus lamentos, tudo naquele lugar me lembrava isso.