Bônus

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Narrando:Sebastian

Eu nunca fui apaixonado pela Milena, tudo aquilo parecia claro depois de ficar anos sem o sangue dela, eu fiquei sedento e tive que ir atrás dela, fazia o que deveria fazer por ela e menti diversas vezes.

Tudo pelo sangue dela, eu acho que passei a vê-la como uma bolsa de sangue ambulante. Ser controlado por uma criança era patético, ter que fazer diversas coisas e abaixar a cabeça era patético.

Não sentia amor, eu estava morto, não sentia felicidade, mas quando eu pude andar novamente sobe a luz do Sol sem ter que preocupar com o fato de ser vampiro foi quando eu consegui entender.

Eu era um monstro, mais de três mil anos de idade marcaram tudo sobre mim, assassino, torturador, agiota, entre diversas coisas acompanhavam minhas sombras, eu tinha a cede incontrolável por conta de brigas quando eu era mais novo, eu fui mudando aos poucos, aprendendo a controlar minha sede, mas o desejo de matar era constante.

Uma vez eu tirei a Milena daquele lugar horrível que aquela maldita bruxa a forçou a ficar, e foi a pior decisão que eu tomei desde que a conheci.

Milena estava muito machucada e com febre, sua magia não a estava a curando, eu a levei para um apartamento discreto na capital, cuidei dela, mas sua magia ficou descontrolada. Enquanto ela dormia pronúnciava palavras em latim, norueguês, espanhol, e francês, ela não sabe falar inglês e algumas outras, mas seu poder foi assustador.

Raios invadiram o céu quando ela mandou naquele noite, incêndios foram iniciados, terremotos, entre diversas outras coisas me impediram de me aproximar. Tudo aquilo era culpa da magia reprimida a força, ela tinha que sair, e o esforço foi tão grande que levou dias para ela se estabilizar e a febre passar.

As mortes foram poucos, para minha surpresa, Milena nunca quis matar, fazer alguém sofrer, ou transformar a vida de alguém o próprio inferno, a dela já era assim. As vezes preferia que ela tivesse uma voz dentro de sua cabeça que falasse que não precisava fazer isso.

Infelizmente ela não tinha, ela só tinha a mim, e eu dependia do seu sangue. Eu dei um colar falso pra Milena e menti quando disse que a alma da mãe dela estava lá, a única alma que ela tinha era a da Judith, ela foi preservada por Erick por anos, e Milena não "quebrava" por isso.

O medo dela quebrar e eu não poder mais ficar com seu sangue me assustava, eu não queria morrer de fome, por isso menti para ela diversas vezes. O ritual que ela faria não a mataria, não ressusitaria ninguém, ele era inútil.

Milena não poderia saber disso, ela não poderia nunca saber disso.

A verdade pode machucar, mas ela ainda é melhor que a mentira., aquela frase martelada na minha cabeça, alguma parte de mim queria contar para ela, mas eu não poderia.

Nunca poderia contar pra ela, mas ela descobriria, e eu não posso evitar, então tento adiar esse dia o mais rápido possível, para não perdê-la.

Eu queria que ela esquecesse da mãe, do pai, da madrasta, daquela bruxa, de tudo que lembra-se ela disso tudo, se as lembranças desaparecerem eu poderia ter ficado e me aproximando dela. Mas era impossível mudar isso, aquela era a Milena agora, totalmente consumida pelo desejo de reencontrar a mãe, e eu não esperava menos dela.

-Você não pode controlar para a bruxa o que eu fiz. -  Falou Agatha se referindo a Milena do futuro.

-Não vou falar, eu prometo. -  Falei fazendo pouco caso, aquilo era perigoso para Milena, se aquela maldita bruxa descobrisse que ela não pode realizar o ritual, a mataria.

Ela era assim desde que a conheci, a muitos anos atrás... Sempre fazia de tudo para sair como a vila e levar a culpa de tudo, na verdade ela não fez muita coisa além de dar as ideias e os planos.

-Ela vai realmente fazer o ritual? -  Eu concordei com  cabeça. -  Você sabe que ela não pode. - Agatha me alertou, a mesma não sabia da verdade sobre o ritual, ela era só mais uma das marionetes de Milena.

-Não dá para evitar, você é mais velha que ela - Eu dei uma pequena pausa. -, mas sua idade mental é bem menor do que a dela. - Não dei tempo de Agatha me responder e fui embora.

Tínhamos nos encontrado perto de um riacho, para que eu desse uma poção para ela. Milena tinha preparado para que não tivesse problemas na hora do ritual, Agatha precisava estar em uma distância programada, tudo aquilo para trazer a mãe de volta a vida, e nem irei mencionar os preparativos iniciais.

Ela talvez me matasse quando o tão planejado ritual não desse certo, mas era preciso. Ela precisava de um choque de realidade, e eu me alimentar.

Quando eu estava mais longe de Agatha parei, fechei meus olhos e me permiti suspirar, a fome estava começando a aparecer, e a única coisa que iria saciar aquilo era Milena, aquela maldita criança.

-Vai ficar tudo bem... - Eu tentei me acalmar, fiquei anos sem o sangue da Milena, mas quando o tomei novamente minha fome se iniciou de novo, talvez ela soubesse disso.





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Foi? EBA!!! FINALMENTE!!!

EU NÃO QUERO IR PRA ESCOLA 😭😭😭😭

A Serva Do Alfa (Hiatus) Onde histórias criam vida. Descubra agora