Capítulo 24

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Narrando:Milena

Na minha frente estava Apholo, ele parecia bravo comigo sem motivo aparente. Antes que eu conseguisse falar alguma coisa ele entrou no quarto e se sentou na cama com uma cara arrogante falou:

-Por que escolheu Margarete além de mim?

-Não intendo a pergunta senhor. - Falei antes de fechar a porta.

-Então irei reformular! - Ele quase gritou. - Tínhamos conversado antes sobre você trabalhar para mim, e a senhorita escolheu trabalhar para a Margarete de repente. - Ele cruzou os braços.

-Na verdade estou trabalhando para o senhor. Não diretamente, mas o dono da casa que me hospedará é o senhor, quem compra a comida que irei comer é o senhor, e além disso não sei se seria apropriado o senhor ficar muito tempo aqui. - Falei não fazendo muito caso.

Ele levantou da cama e caminhou até a porta, antes de sair ele me deu um beijo e falou:

-Não ache que a deixarei em paz, Milena... - Ele falou meu nome com um timbre diferente.

Assim que o Apholo saiu eu fechei a porta me sentei no chão com a cara vermelha. Ele tinha roubado meu primeiro beijo em um sonho e agora, não conseguia retirar o sorriso nervoso que se formava em meus lábios.

Depois de algum tempo sentada no chão levantei e bati na minha cara, na tentativa de me acalmar.

Assim que me acalmei sai do quarto para ver como Margarete estava. Aquele nome era meio esquisito se fala-se várias vezes seguidas, foi o que eu fiz enquanto tentava encontrar o quarto dela naquela enorme mansão. Sem sucesso eu desisti depois de algum tempo, e tentei voltar para o quarto em que estava, mas não consegui.

Entrei em desespero depois da minha terceira tentativa, que me fez ficar ainda mais perdida. Minha respiração ficou irregular e sem perceber eu estava checando todas as portas até dar de cara com o Maurício, entrei no quarto sem fazer cerimônia - afinal éramos amigos - e me arrependi momentos depois.

-O quê está fazendo aqui menina? - Maurício perguntou tentando esconder a nudez e a mulher entre suas pernas.

-Cheguei em mau hora? - Perguntei tentando disfarçar.

-Não! - Maurício empurrou a mulher que saiu do quarto vermelha. - Sente-se enquanto eu ponho uma roupa. - Falou antes de ir em direção a um armário.

Fechei a porta assim que percebi que a mulher havia saído do quarto, e me sentei na cama. Não estava com vergonha dessa cena, não era a primeira vez que eu via pessoas fazendo esse tipo de coisa. No mercado os carcereiros viviam fazendo isso com homens e mulheres na frente de crianças para sabermos que nossos mestres tinham total controle sobre nós.

Não podíamos reclamar por que eles não colocariam a mão em nós até saberem para que setor iríamos ser designados, se fossemos para o de prostituição eles não poderiam nos tocar até mudarmos de lugar e conseguimos alguns clientes, se fossemos para o de construções ou serventia eles poderiam fazer o que bem entendessem conosco. Mas o outro motivo era que a maioria das crianças não conheciam outra vida além dessa, eu mesmo não "quebrei" lá por reler de todos os livros que já li mentalmente em minhas memórias. Não era inocente e sabia que o pior me esperava então não me enchia de falsa esperança como os adultos que conheci quando era mais nova.

-Terminei de me arrumar, pode me falar o que queria agora. - Maurício falou se sentando ao meu lado da cama, ele usava roupas que para mim eram esquisitas e estranhas e comecei a rir. - Por que está rindo? Me fale o que é tão engraçado! - Falou bravo.

-Suas roupas não combinam com você! - Falei rindo.

-Motivo estúpido! - Ele falou virando os olhos. - Mudando de assunto, me fale o que queria.

A Serva Do Alfa (Hiatus) Onde histórias criam vida. Descubra agora