Capítulo 26

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Narrando:Milena.

Quando olhei para traz e senti medo do que poderia acontecer.

-O que acha que está fazendo? - Ela falou antes de me empurrar para o lado.

Atrás de mim estava Apholo juntamente com Ayumi. Ele me olhou sentada no chão sem fazer nada enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade pela forte dor de cabeça que me atingiu de repente.

-Está bem? - Apholo perguntou olhando para Margarete.

Olhei na mesma direção que ele e percebi que Margarete tinha voltado a sua forma humana, e seu "companheiro" minha sumido. Tenho minhas dúvidas em relação ao senhor Dracula, pelo fato de que todos os livros que eu li a respeito dele dizerem "perigoso", "frio", "sem coração", "amaldiçoado".

Levantei do chão e arrumei a saia preta e comprida antes de receber um tapa na cara e ir novamente para o chão.

-A culpa é sua! - Ayumi me acusou.

Coloquei a mão no lugar onde fui atingida, antes de revidar com palavras frias:

-Posso saber do que sou acusada?

-Que arrogância! - Ela revidou.

Apholo sem se pronunciar me puxou pela mão até eu ficar em pé, depois me olhou de forma fria - que admito que me assustou - antes de se pronunciar:

-Quero a senhorita na minha sala em dez minutos. - Engoli em seco pensando no pior, Apholo saiu logo após falar isso sem demonstrar emoções.

Escutar risos cheios de malícia atrás de mim me afetou mais ainda. Minhas mãos trêmulas se fecharam na tentativa de me acalmar, mas foi fracassada.

Me virei para ter certeza da situação de Margarete, me arrependi logo depois, pois na extensão da barriga marcas roxas quase pretas estavam visíveis.

-O que aconteceu? - Perguntei assustada.

-Como assim o que aconteceu? Você é responsável por ela, deveria saber! - Ayume respondeu irritada.

Ela tentava segurar Margarete, mas a mesma mal conseguia se levantar. Achei estranho afinal até a pouco tempo atrás ela estava me atacando.

-Te ajudarei... - Me aproximei sem esperar uma resposta, mas assim que tentei tocar Margarete algo em mim gritou para não prosseguir.

-Não toque nela! - Uma voz conhecida falou.

-Doutor? - Ayume perguntou sem soltar Margarete.

-Olá, senhor! - Comprimentei meu pai.
Ele não me respondeu antes de usar magia para afastar Ayume com violência a levando a desmaiar. Olhei confusa para ele, mas logo entendi que eu não deveria me intrometer.

-SAIA DA MINHA FRENTE! - Ele falou irritado.

Sai da frente antes que ele fizesse algo, mas assim que olhei para as mãos dele percebi que não estava entendendo o que estava acontecendo, como não obteria respostas apenas observei de lado o que ele fazia.

-Ela está grávida de um híbrido? - Ele me perguntou.

-Não, o pai do bebê é de uma espécie diferente dela. - Respondi sem me prolongar na explicação. - Mas o que o traz aqui?

-Sabe muito bem do porque! - Ele respondeu.

-Não, não sei.... - Ele me interrompeu.

-É uma pena, pois não irei explicar. - Ela falou antes de se aproximar de Margarete.

-Fale suas intenções meu velho amigo. - Uma voz conhecida falou fazendo meu pai parar.

Era o pai do bebê, impressionante que ele só aparece quando convém, pensei comigo mesma.

-É uma reunião? - Perguntei.

Como não obtive resposta caminhei até Margarete e tentei usar meu poder para curá-la, mas antes que eu pudesse tocá-la senti minhas mãos queimarem. Desisti de me aproximar e me voltei aqueles homens que me encaravam friamente.

-Já disse para não encostar... - Meu pai falou antes de se aproximar de mim e segurar minha mão. - Viu? Você se machucou! - Ele pareceu preocupado, aquele era sem dúvida a primeira demonstração de preocupação que teve dele.

-Quem é você? - Perguntei.

-Será que podem parar com sentimentalismo? Acho que todos sabem o porque de estarmos aqui! - Dracula proclamou com frieza sem se preocupar com a "companheira" desmaiada.

Meu pai levantou um dos braços para o auto e estalou os dedos, o céu ficou vermelho e não era mais ouvido barulho de fora, como se o tempo estivesse parado.

-Vamos conversar! - Meu pai falou antes de se afastar de se sentar. - Temos algo a discutir você - Ele apontou para mim. - E você - Ele apontou para Dracula. - Se sentem! - Falou autoritário.

Assim que vi que Dracula obedeceu fiz o mesmo, estava nervosa e com medo devo admitir. Mas não poderia sair daquela situação facilmente.

Me aproximei e sentei junto deles antes de falar:

-O que está acontecendo? - Não era a única coisa que eu queria perguntar, mas era a única que teria certeza da resposta.

-Queremos sua ajuda! - Meu pai falou simplesmente.

-Para o que exatamente? - Perguntei com minha máscara fria.

-Que nos ajude a matar aquela criança. - Dracula respondeu sem exitar.

-Não estamos falando do seu filho? - Ele riu assim que eu perguntei.

-Por isso mesmo. Essa criança é perigosa e eu quero ela longe dele - Ele falou se referindo a Apholo. - Aquela criança irá matar Margarete, não que eu me importe, mas Apholo iria me matar e amaldiçoar toda minha raça... - Meu pai interrompeu ele.

-Para simplificar, mate a criança que está na barriga dela e traga o coração e sangue para nós. - Ele disse friamente.

-Por que não fazem isso vocês mesmos? - Perguntei ignorando o fato de terem me pedido para matar um bebê.

-Acha que podemos? - Dracula respondeu de forma irônica. - Primeiro: aqui está cheio de lobisomens e Margarete é Beta dele.

-Segundo: Margarete é forte demais. - Meu pai respondeu fazendo pouco caso. - Precisamos do bebê completamente formado e saudável, e nesse meio tempo Margarete ficará mais forte por causa do bebê assim como sua mãe.... - ele falou sem expressar emoções.

Antes que eu desse minha opinião eles me interromperam e falaram se intercalando:

-Aquele bebê pode acabar com nosso mundo sem perceber... Sabe bem as capacidades de híbrido totalmente desenvolvido? - Eles me perguntaram.
-Assim que os pais morrem o híbrido herda todos os poderes deles depois de certo tempo... - Falei antes de meus olhos se encherem de lágrimas. - vocês sabem que aquela criança não tem culpa? Ela não pode morrer por causa disso! - Falei demonstrando desespero.

-Se aquela criança viver você assumirá a responsabilidade de arruinar o mundo? - Meu pai me perguntou.

Levantei da cadeira e olhei fundo dos olhos deles antes de dizer:

-Não prometo nada, mas verei as possibilidades.... - Antes de minhas lágrimas desabarem falei - Não esperem que nada de mim...

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