Heyy,
Só queria lembrar que o link da playlist está no meu perfil. Eu escolho cada uma dessas músicas com carinho e com a intenção de encaixá-las na cena de forma que o clima seja totalmente diferente. Tudo bem se vcs não quiserem ouvir ou ouvirem outras músicas, mas seria ótimo se dessem uma chance à playlist. Afinal, somos todos livres e se alguém quiser ler a fic ouvindo Ilarilariê tá tudo bem também. Beijinhos e boa leitura!
Dile Que - Enrique Iglesias
Shadow and a Dancer - The Fray
Stranger - Secondhand Serenade (a versão que tá no spotify é diferente. A que está no link foi a que tinha em mente na cena, mas podem escutar qualquer uma. O que importa é que a letra é linda demais e podem procurar se ficarem curiosxs)
Segundo Heráclito, não entramos duas vezes no mesmo rio, porque tudo está em constante mudança. Com isso, o pensamento desse filósofo ia além, levando a mesma questão para o tempo. Vivemos, experimentamos, mas não podemos repetir o que já passou. Estamos sempre submetidos ao presente e a impossibilidade de retornar ao passado. E esse presente é tão imediato tal que quase não podemos senti-lo. Quanto tempo ele dura? Enquanto se pensa no próprio, o mesmo já passou e torna-se intocável, inatingível, passado. Como seguir a premissa do carpe diem se sequer é possível medir o presente? Não tocamos nem no passado, nem no futuro, e talvez nem no próprio agora. Lauren refletia sobre isso, o que a trazia uma sensação de finitude, de que tudo que está acontecendo se foi, como se não estivesse em lugar nenhum, nem no tempo e nem no espaço.
Play Dile Que
Enquanto beijava Camila, tentava focar apenas naquele beijo, em seu toque, seu cheiro, e memorizava toda a extensão que sua pele encostava. Seus lábios macios e carnudos, a língua aveludada se entrelaçando com a sua e seus corpos colados. Todas as bocas que ela havia beijado não encaixavam daquela forma. Tentava gravar aquele momento, pois sabia que ele poderia acabar em alguns instantes. Em pouco tempo, estaria novamente em sua casa, sozinha, presa com seus pensamentos, inseguranças e ansiedade. Aquele era o instante de felicidade que logo acabaria, que logo não seria mais presente.
Quando ambas perceberam que já estavam se beijando há alguns minutos no meio do Central Park resolveram parar e seguir conversando. Havia folhas no chão, pois era outono e a maioria das árvores tinham seus galhos inteiramente visíveis e nus. A barreira do contato físico já havia sido quebrada e os toques no meio da conversa tornavam-se frequentes. Portanto, a latina sentiu-se confortável para alcançar a mão branca a centímetros da sua. Os olhos verdes observaram a delicadeza do movimento à medida que os dedos se entrelaçavam lentamente. Por fim, seus olhares se encontram e a morena desejou pausar o tempo para poder sentir de fato o presente. Parecia que não faltava nada para ser melhor.
– Acho que é aqui que você fica então – Lauren disse olhando para o design moderno de Juilliard.
– É... Essa semana tenho uma prova importante e vai ficar difícil da gente se ver, mas final de semana está aí – Camila disse. Era natural estarem falando sobre um segundo encontro. Não havia motivos para se privarem da presença uma da outra depois de terem se conectado daquela maneira. Não se lembravam de terem se sentido assim com ninguém tão rápido. Tudo parecia encaixar. Tudo estava em seu devido lugar.
– Será uma longa semana... – a morena pensou alto e suspirou. – E boa sorte com isso! Tenho certeza de que vai se sair bem!
– Como pode afirmar se nem sabe se eu estudei ou nunca me ouviu tocar? – questionou em tom de brincadeira.

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Synesthesia
FanfictionSeu número 2 era laranja, sua quarta feira era rosa e podia ouvir a cor dos sons, da música e das vozes. Camila Cabello, uma jovem com sinestesia, tinha a capacidade de ver o mundo de outra forma e mais colorido. Mal esperava que um dia encontraria...