Cool For The Summer

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Heey

Esse vai ser um capítulo mais leve pra dar uma aliviada nessa série de tiros rs (e espero que agora todo mundo consiga visualizar o capítulo)

Musiquinha:

Skin - Rihanna

Julho, 2017

As férias de verão começavam e Lauren e Camila iriam para Miami juntas logo após a consulta com a psicóloga. A latina a convidou para passar alguns dias em sua casa e a outra aceitou imediatamente, sem nem pensar em como avisaria a mãe. Portanto, resolveu não avisar e combinou com o resto da família de eles falarem que ela começaria o trabalho naquela semana para não ser perturbada.

Seu texto foi publicado na revista The New Yorker e teve uma boa repercussão. Sendo assim, David, o editor, decidiu que ela podia estagiar enquanto estivesse na faculdade, uma vez que precisaria de uma graduação para ser colunista oficial.

Foi desafiador para Lauren ter uma criação sua disponível para todo o mundo pela primeira vez. Constantemente esperava por uma série de críticas negativas e olhava os comentários na matéria. Pedia para Camila ver primeiro e se surpreendia, pois eram todos bons. Era agoniante e eletrizante ao mesmo tempo.

– Eu acho que posso dizer que algo dentro de mim já mudou desde a primeira vez em que vim aqui – Lauren contou durante o seu monólogo.

– Como se dá essa diferença dentro de você? – a psicóloga, Emily Prentiss, perguntou. Ela tinha uma postura séria, mas, de alguma forma, não parecia tão difícil para Lauren se abrir com ela.

– Acho que... Acontece quando a gente menos espera. Eu tinha perdido toda a minha perspectiva de vida, não queria sair do quarto, não queria me dar o trabalho de falar com ninguém, não queria mais viver... E dá pra aguentar até certo ponto, porque você se acostuma a se sentir assim. Mas chega uma hora que tudo explode... E eu não consegui mais. Eu perdi o sentido da vida e sentia que os momentos de tristeza foram ficando mais prolongados. Agora não me sinto mais desse jeito – ela divagava. Ainda era um pouco doloroso ter que falar sobre aquilo e admitir que se sentia daquela maneira. – Quer dizer, pelo menos diminuiu bastante a frequência com que me sinto assim. Parece também que... Eu posso sentir mais as coisas. Não me sinto mais tão... Vazia – disse e deu um suspiro de alívio.

– Muito bem. E como você se vê agora?

– Eu... Pela primeira vez em muito tempo, estou começando a acreditar que posso fazer alguma coisa, que sou capaz de realizar algo. Não me sinto mais tão inútil assim. Às vezes ainda me sinto um pouco... Sinto vontade de mudar o mundo, a sociedade, a política e não posso fazer nada, mas isso não vem ao caso – discorreu. – Enfim, acho que é isso...

– Por que acha que se sente mais capaz?

– Acho que a resposta está na última edição da The New Yorker – Lauren respondeu soltando uma risada e Emily a encarou.

– Bom, nosso tempo acabou por hoje. Nos veremos daqui a algumas semanas, certo? Espero que fique bem nesse tempo – Emily acenou com a cabeça e levantou-se.

– Nos primeiros dias eu sei que vou, já nos outros... – Lauren disse levantando as sobrancelhas e seguiu a mulher.

– Vai ver sua mãe, não é?

– Pois é...

– Qualquer coisa pode me ligar – ela disse abrindo a porta. A silhueta da moça de cabelos castanhos estava sentada na sala de espera apreensiva e uma expressão de alívio surgiu em seu rosto ao ver Lauren saindo da consulta. – Mas acho que já terá alguém pra te ajudar.

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