A Sobremesa da Promotora

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Depois do meu emprego de office-boy, eu fui trabalhar como promotor de vendas, eu achava que o emprego seria o máximo, mais uma vez me enganei, o meu trabalho consistia em rodar de mercantil em mercantil, arrumando as prateleiras de produtos, fazendo degustações, essas coisas.

Como tudo na vida tem seu lado positivo, esse emprego também, tinha, eu conheci muitas pessoas, e boa parte da cidade de Fortaleza.

Conhecia, repositoras, caixa, gerentes e promotoras de outras empresas, numa dessas minha viagens de trabalho, acabei conhecendo, Germana, uma garota ruiva de 19 anos, 1,70 de altura, muito bonita. Quando nos vimos a primeira vez, foi o famoso bom dia, como vai?

Na hora do almoço acabamos indo comer no mesmo restaurante, mas, em mesas separadas, depois seguimos nossas rotas e foi cada um para o seu lado, isso ocorreu em uma quinta-feira, no sábado, nos encontramos de novo, dessa vez, rolou um sorrisinho amistoso e um aperto de mão, almoçamos no mesmo local, dessa vez na mesma mesa, acabamos conversando mais sobre trabalho e coisas triviais.

Depois de seis meses de amizade, já estávamos bem íntimos, conversávamos sobre trabalho, relacionamentos, gostos pessoais, sexo, tudo, havíamos trocado números e marcado até um cineminha, o namorado dela havia viajado e ela queria sair, então decidimos ir ao cinema assistir um filme romântico, depois fomos lanchar, foi uma tarde de domingo ótima.

Quando num sábado, duas semanas depois, a encontro no mesmo mercantil de costume, mas, havia algo diferente nela. Ela estava com olhos vermelhos e cara triste, perguntei o que foi, ela disse que conversaria no almoço.

Concordei, pois depois do almoço, não tínhamos rota, era o início da nossa tão abençoada folga, depois de uma manhã estafante de trabalho, fomos ao almoço.

Como estávamos próximos ao North Shopping da Bezerra de Menezes e ela estava triste, sugeri que fossemos comer no North Chopp, um restaurante melhorzinho que o de costume, seria tudo por minha conta, pedimos o famoso mistão, baião de dois, farofa, vinagrete, porco assado, boi assado, frango assado e linguiça, como eu sabia que Germana adorava linguiça, deixei pra ela, as três que vieram no pedido.

Para deixa-la mais relaxada, sugeri uma cervejinha, pra acompanhar o almoço, afinal, já tínhamos tirado a farda e tecnicamente, estávamos de folga.

Ela topou e eu pedi uma cerveja bem gelada, o garçom trouxe uma tinindo, quando já estávamos no meio da refeição e na segunda cerveja, resolvi botar em pauta o motivo de seus olhos vermelhos e carinha triste.

Quase me arrependi, ela começou a chorar e tive que acalma-la, depois que ela se acalmou, então começou a contar a história.

Ela tinha descoberto que o namorado estava traindo ela, as viagens que ele fazia a trabalho, aproveitava pra se encontrar com outra menina na cidade pra onde ia.

Contou que descobriu, porque a própria garota ligou pra ela, dizendo:

- Como é que você se sente, sendo chifrada, no dia da mulher?

Eu, como não gosto de pôr lenha na fogueira, argumentei, que poderia ser um trote ou coisa parecida, ela disse:

- Como, se ela ligou pra mim do celular dele e quando eu liguei de volta só dava desligado, isso me deixou arrasada, sem chão!

Argumentei que realmente era chato ser traído e tudo mais, mas, que ela devia erguer a cabeça e seguir em frente, foi quando ela disse:

- Só de raiva vou dar pro primeiro cara que eu ver! Levantou o rosto e me encarou.

Nesse momento, eu fiquei meio encabulado, ela então disse:

- Topa?

Eu balancei a cabeça rindo e respondi:

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