Capítulo 13 | Come with me

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Sinto leves carícias no meu cabelo e ainda de olhos fechados sorrio instintivamente, viro lentamente encontrando os olhos de Grant focados em mim. Ficamos nos encarando em silêncio ao mesmo tempo em que ele segura em meu rosto e acaricia com o polegar minhas bochechas.

—Eu estou aqui, eu vou estar onde você estiver, isso é uma promessa!—Balanço a cabeça em afirmativa. Estava uma mistura de sentimentos, medo, ansiedade e nervosismo. Preciso encarar tudo isso e saber se está tudo bem.

Sento-me no banco do passageiro enquanto Grant coloca a última mala no carro, aperto minhas mãos uma na outra à fim de aliviar a bagunça que se encontrava dentro de mim.

Nada aconteceu, está tudo bem!

Me distraio repetindo isso que não percebo que já estávamos em movimento. Permaneço calada e focada em tudo ao meu redor, Grant coloca uma mão sob minha coxa e dá um pequeno aperto, era seu jeito de falar que estava tudo bem, o contato do seu corpo com o meu me faz lembrar que ele está aqui agora. Mas e depois? Não temos nada um com outro, será que ele vai apenas me levar de volta e nunca mais iremos nos olhar novamente? E se tudo que ele falou foi apenas para me acalmar diante da situação que estou vivendo no momento?

Para de pensar em tantos "e se", viva isso!

Minha cabeça repetia aquela frase a todo instante. Sou bombardeada por perguntas sem respostas que parecem dançar como o inferno em minha cabeça.

Consigo olhar a estrada do meu apartamento, para mim pareciam horas intermináveis dentro deste carro, mas apenas haviam se passado trinta minutos. Quanto mais no aproximamos, mais meu nervosismo aumentava.

Grant parou em frente ao apartamento e olhou para mim, sorrio fracamente e desço do carro. Caminho lentamente, o silêncio me perturba, balanço a cabeça afastando qualquer pensamento negativo. Odiava querer ser tão realista, isso me levava ao negativismo de meus pensamentos. E isso era uma grande merda.

Ele segurou em minha mão e meu coração acelerou em expectativa, me sentia uma criança. A porta do elevador se abriu e então caminhei a passos lentos, parei em frente à porta a encarando, respiro fundo e giro a maçaneta gelada lentamente.

Não...não, Liz...meu apartamento.

A sala está destruída, a cozinha americana esta perdida entre as cinzas, lembro-me que Liz havia reclamado sobre os detectores de fumaça, pensei que estivessem concertados, entro lentamente desviando de móveis e objetos queimados e espalhados pela sala, minha visão embaça por conta das lágrimas. Olho para os lados a procura dela, tudo o que me importa agora é saber se minha amiga está bem. Caminho até seu quarto, abro a porta e o encontro queimado pela metade. Caio de joelhos no chão e cubro meu rosto.

Não...Liz está bem, ela esta viva. Grant segura em meus braços e me faz levantar lentamente e abraçá-lo, me aninho em seu corpo como se fosse meu refúgio, ele me abraça protetoramente e beija meus cabelos. Não sei quanto tempo passei assim, saio de seus braços quando escuto uma voz grave, inclino a cabeça para o lado e vejo um homem de mais ou menos trinta anos nos encarando.

—Desculpe-me, sou Elijah, seu novo vizinho.—ele intercala o olhar entre mim e Grant que fica sério, estreitando os olhos. —Bom, estava a sua espera, creio que você queira saber onde está sua amiga?—sinto um arrepio por todo o meu corpo, solto-me de Grant e me aproximo do meu novo vizinho.

—Como você sabe quem é ela? Onde ela está? O que aconteceu com ela? Eu...—minhas mãos tremem e eu me agarro ao meu corpo, Grant me abraça e Elijah me olha compassivo.

—Vocês podem vir até meu apartamento para conversamos?

—Não!—Ele rosna me apertando ainda mais contra o seu corpo.

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