Capítulo 24 | Baby

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Ele havia me tocado. Não apenas com as mãos, com os lábios, com os olhos mas também com suas ações. Sim, eu me sentia pela primeira vez verdadeiramente amada. E eu o amava, tanto a ponto de duvidar que fosse possível amar alguém assim.

Eu ainda olhava admirada para o anel no meu dedo. A pedra em formato oval brilhava chamando atenção. Ainda não acreditava em tudo o que estava acontecendo, era como se fosse um sonho e a qualquer momento a realidade bateria em minha porta.

Minha mente voltou ao passado quando eu era apenas uma menina que acreditava que nada, nem ninguém poderia me machucar. Ao menos que não seriam capazes, não acreditava na maldade e frieza humana. Até ele.

Michael Halloway foi o auge para que o meu mundo feliz fosse quebrado. Em tempos como esse, consigo retirar coisas boas no que aconteceram, me tornei alguém mais forte e decidida.

Tentava me convencer de que aquilo me ensinou algo, mas apenas havia me destruído.

Esse era um pensamento âncora que eu usava para me convencer de que algo ruim, realmente não fosse. Para quem viveu em um relacionamento abusivo, era assim que eu gostava de pensar.

Durante um ano eu namorei com Michael. No começo ele era carinhoso e fazia eu me sentir como se fosse única, mas com o passar do tempo ele foi demonstrando quem verdadeiramente ele era. Manipulador e agressivo. Nunca contei a ninguém sobre as coisas que ele fazia. Bom, Liz sabia, mas não porque havia contado e sim porque havia visto.

Um certo dia ele veio até mim e pediu que eu fosse com ele para um local mais afastado da cidade, onde ele e seus amigos gostavam de ir. Estes que nada combinavam comigo. Eu disse que estava cansada e precisava estudar, naquele dia Liz viria para o meu quarto e então estudaríamos para as provas finais.

Como eu queria apagar da minha memória tudo o que aconteceu naquele dia.

Eu havia negado sair e com apenas isso ele havia demostrado de verdade quem realmente era.

Seu rosto estava contorcido e seus olhos expressavam claramente a fúria que ele sentia naquele momento.

Eu tentei, eu juro que tentei sair do quarto quando ele me puxou pelo braço e me jogou na cama, subindo em cima de mim logo em seguida. Minha cabeça encontrou-se com o colchão fortemente e eu agradeci por não ter sido no chão frio do quarto.

Eu gritei, mas não fui ouvida porque logo em seguida ele me calou com sua mão em minha boca. Ambas minhas mãos foram seguradas fortemente contra o meu peito. A primeira coisa que pensei foi que aquilo não estava acontecendo realmente. Eu tentei chuta-lo desesperadamente e minhas pernas pareciam apenas descontroladas. E foi assim que ele soltou minha boca e eu pensei em gritar, porém fui silenciada quando recebi um tapa forte, quando um dos meus chutes acertou em seu estômago.

Eu não acreditava que havia levado um tapa. Mas a dor se fazia presente e quente do lado direito do meu rosto.

Mas a verdade quase sempre é dolorosa e aquela tinha uma dose a mais.

Eu pedi para que ele parasse e ele parecia possuído demais para me escutar, seu corpo ainda estava em cima do meu, igualmente aos meus braços que persistiam presos. Eu estava com meu corpo imóvel. Eu apenas chorava, e me sentia quebrada o suficiente para não ter forças para lutar. Ainda chorando, reuni forças para tentar dar um chute em suas partes, mas isso apenas piorou minha situação.

Ele imediatamente soltou meus braços e eu o arranhei para que ele saísse de cima de mim, isso apenas explodiu o resto de raiva que ele até então parecia segurar.

Ele agarrou os meus cabelos por trás ao ponto de sentir alguns fios serem soltos de meu couro. Eu só queria que tudo acabasse. Era somente isso que eu pensava.

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