Senhor Anderson (DEGUSTAÇÃO)

Alex? Não, Senhor Anderson!

Tinha esquecido completamente que hoje é o meu dia de reunião com as meninas do sex shopp.

Revendo produtos e peças eróticas, é quase fim de mês, e hoje é o dia em que eu pego produto com a Mercedes, a dona do sex shop pra revender pras meninas do escritório, combinei com as seis com ela e por conta disso tive que pedir pro Brendon pegar a Flor na escolinha, ele achou muito bom já que viu nisso a oportunidade de leva-la pra comer fora, ainda ficou meio que me mandando indireta pra que eu fosse junto pro restaurante japonês com eles mas cortei na hora, disse que tinha reunião com as meninas da 25, também pego bastante coisa lá pra revender, aproveitei e fui na minha consultora de cosméticos, peguei as novas revistas e produtos de pronta entrega, tive que chamar o Zé meu moto taxi fixo pra me ajudar com as coisas, ao menos já começo o mês bem.

Zé me levou na terceira corrida, era muita coisa, ainda bem que sai após o horário de pico, se bem que em São Paulo francamente o trânsito não ajuda em nenhum horário do dia, ele anotou pra mim, como fecho pacote mensal só pago depois do pagamento, ja na recepção do meu prédio a Silma me ajudou a ir levando as sacolas e as caixas com alguns pedidos das meninas do escritório pro elevador.

--bonito seu novo namorado dona Isabel.

Namorado? Que namorado?

Eu meio que nem respondo, estou exterminada, acho que ela se refere ao Alex, não dou muita corda pros funcionários do prédio, os conheço a anos mas se tem uma coisa que são é fofoqueiros, não é o caso da Silma, mas o porteiro Gilmar, aquele tem uma língua afiada feito uma faca.

Definitivamente entro na onda da Nega de que em todo prédio tem um porteiro fofoqueiro chamado Gilmar, no prédio dela também tem um e é xará do meu, as vezes eu brinco muito com ela sobre isso, pergunto se em algum dia da semana ela não gostaria de trocar o meu pelo dela ou vice e versa, vai ser fofoqueiro assim longe...

--ele não é muito de falar né dona Isabel--Silma insiste enquanto o elevador sobe.

--é, não é não.

Desconheço esse interesse desenfreado das pessoas de saberem da minha vida, acho que é por que eu não vivo falando de mim pra ninguém no prédio.

Chegamos ao meu andar, Pego as chaves no bolso da bolsa e abro a porta, entro e logo de cara vejo Alex com a minha madrinha sentados, Silma fica suspirando enquanto me ajuda a colocar as caixas pra dentro, a Flor já está aqui o que significa que o Brendon provavelmente a deixou aqui mais cedo mas não acho que seja tão tarde.

--obrigado Silma--falo acompanhando ela até a porta--boa noite.

--boa noite dona Isabel--Silma fala toda sorridente, seus olhos estão em Alex.

--ah, espera--abro uma das caixas, retiro de lá m batom de cor coral e um lápis de olho--pra você.

--ai dona Isabel muito obrigado--a mulher agora se volta pra mim bem mais que surpresa--vai pro pagode no domingo?

--aham--afirmo e estou fechando a porta--avisa pro Jéh formar uma roda bem legal.

--ta, sim senhora.

O pessoal do condomínio organiza uma roda de samba uma vez no mês no terraço, participo por que a Nega adora esse tipo de coisa, ela não perde uma chance pra se divertir com amigos, ela conhece muita gente aqui do prédio, também gosto de beber um pouco e me distrair, Jéh é o síndico, ele é sambista numa escola de samba local, sempre chama os funcionários pra participarem também, eu gosto.