31. Nefilim

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::ANA::

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A consciência veio vagarosamente, como o despertar de um sono profundo. Era como se antes, eu flutuasse no vazio e não estivesse mais conectada com meu próprio corpo e, de repente, vem uma espécie de luz me preenchendo e juntando cada parte separada pela escuridão. Os ruídos eram longínquos, ainda assim uma força que eu nunca havia sentido percorria minhas veias me avisando que eu estava viva e queimava como eu nunca antes havia sentido. Então, foi como se explodisse de mim, expandindo-se para além do meu corpo e do meu inconsciente, eu podia sentir circundar-me e espalhar-se como um campo de energia à minha volta, imaginava se era assim a descrição que as personagens de livros sentiam ao descobrir uma espécie de poder, embora eu não acreditasse realmente na possibilidade.

Olhei em volta sem saber onde estava, um teto de gesso com luzes fluorescentes fracas, paredes brancas e nuas, havia cabos no meu corpo fazendo com que me sentisse um rato de laboratório e, o que mais me surpreendeu: não havia dor. A última coisa de que me lembrava era de ouvir a voz de Fernando chamando meu nome quando algo atravessou o meu corpo, a dor lancinante se espalhou me mantendo acordada contra minha vontade enquanto eu gritava no inconsciente por alívio. Um brilho forte de uma luz pura jamais vista encheu meus olhos antes que finalmente a escuridão me abraçasse. Lembrava de Adrian, da massa estranha de escuridão que me cercava, mas tudo eram lapsos de memória como em um paciente amnésico, depois disso veio apenas o vazio, a escuridão e o silêncio completos, como se eu estivesse vagando em um universo paralelo.

Baixei os olhos e encarei Fernando, de pé longe da cama, o olhar dele era de... medo ou alguma coisa muito próxima disso, e ele o direcionada para mim o que só aumentou o meu choque. As janelas tinhas vidros quebrados, no chão do quarto havia corpos de pessoas caídas, na mão dele havia uma espada preta com detalhes vermelhos que eu me lembrava dos quatro caras que me perseguiram — e que ele afirmava serem demônios — usavam, ela estava suja de dourado como se fosse mergulhada em ouro líquido. Desviei meu olhar para o lado onde um aparelho de monitoramento cardíaco, levei a mão instintivamente para a barriga, havia um enorme curativo ali, mas eu não sentia nada, nenhum tipo de dor ou incômodo, ergui a túnica de hospital que vestia e quase baixei-a novamente ao perceber que eu estava nua sob ela. Puxei o curativo para ver nada além de pele intacta sob ele, havia sido um sonho? Eu estava imaginando tudo aquilo e finalmente me levaram para um hospício?

— Não é nada disso. — Disse Fernando respondendo minhas perguntas mentais. — Aconteceu de verdade.

Por um tempo não disse nada, ele parecia preocupado de alguma forma e aquilo estava me aborrecendo. Elevei o tronco e comecei a tirar toda aquela aparelhagem de dentro da minha pele, aturdida demais para pensar com coerência, não reconhecia aquele lugar, se era um hospital certamente não era nenhum dos hospitais que eu visitara onde morava. Procurei minhas roupas por ali, mas não vi nada, no corredor havia corpos caídos, não sabia se mortos ou apenas desacordados, Fernando ainda avaliava os nove homens caídos no chão com uma minúcia digna de detetives, lembrei-me de quando ele mentira afirmando ser um policial, olhando para ele naquele momento não parecia impossível.

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