Assim que cheguei no hotel, passei algumas horas acordado conversando com Lucas. O contei como foi o show e ele me propôs que nos víssemos no outro dia. Eu não pensei duas vezes antes de aceitar, eu queria muito vê-lo novamente. Conversamos por algumas horas e adormeci, estava sem sentir parte das minhas pernas, minhas costas doíam e minha mente estava cansada.Lucas iria me esperar no mesmo parque, assim que saísse do curso de inglês que ele tinha todos os sábados. Eu iria vê-lo e logo depois iria sair para conhecer algum lugar da cidade com o pessoal que havia ido pro show comigo. Por incrível que pareça, eu não estava mais preocupado em estar o mais bonito, em arrumar o cabelo, ou estar com a melhor aparência para vê-lo. Eu pude sentir desde que nos beijamos, que ele me amava por eu ser eu mesmo, independente do que eu mostrasse ser por fora.
Início da tarde. Ele estava chegando no parque, eu estava de chinelos, um short jeans que nem era tão novo, uma camiseta cinza com alguns desenhos animados estampados e o cabelo bagunçado. Eu sempre estive com um cheiro bom, pelo menos isso eu não poderia deixar a desejar, pus um bom perfume e fui ao seu encontro.
— Oi!
— Oi! — Disse ele, levantando-se da cadeira de madeira que estava sentado no meio do parque e me dando um abraço apertado.
Conversamos um pouco sentados nos bancos de madeira que eram conjuntos com uma enorme mesa redonda, a mesma mesa que sentamos da primeira vez que nos vimos. Contei mais detalhes sobre o show da noite passada, do êxtase que senti ao vê-la em minha frente. Ele me observava atentamente e olhava pra mim com um sorriso bobo no rosto, como se estivesse feliz por estar me vendo feliz.
— Vamos andar pelo parque. O que acha? — Sugeriu Lucas
— Vamos.
Passamos um bom tempo caminhando lado a lado, e o tempo começou a esfriar. Lucas estava usando um suéter cinza cheio de cavalos, e eu que não era acostumado com frio, comecei logo a ficar trêmulo.
— Toma. — Disse ele enquanto tirava o casaco, ficando apenas com uma blusa de manga curta que usava por baixo. — Você está com frio.
— E você?
— Eu sou acostumado com o tempo daqui.
Vesti o casaco e enquanto o fazia, me veio a mente o quão lindo aquilo havia sido. Eu me sentia num filme de romance onde tudo estava perfeito. E pra completar, quando me vesti, ele envolveu seu braço em volta da minha cintura e saímos andando abraçados. Minha mão tocava a dele, e apesar de ser uma mão mais grossa que a minha, era o melhor toque de mão que eu já havia sentido na minha vida toda. Ele olhava para mim com um rosto de realização e eu me sentia a pessoa mais protegida no mundo envolvido em seus braços. Era como se nada pudesse me atingir, me machucar, eu definitivamente me sentia seguro ao lado dele.
Sentamos em outros bancos, em um lado oposto de onde estávamos antes. Apoiei meu cotovelo esquerdo na mesa e apoiei minha cabeça sobre a mão, observando ele cara a cara. As mãos dele deslizavam sobre meu braço direito, enquanto eu acariciava sua perna. O abracei. Repousei em seu ombro e encaixei meu nariz em seu pescoço, por um momento fechei meus olhos, eu estava no paraíso. Era tudo que eu queria pro resto da minha vida. Me sentir bem e feliz como estava me sentindo naquele momento.
— Eu te amo. — Sussurrei em seu ouvido, aproveitando a distância que estávamos.
Lucas se moveu de forma que me fizesse olhar em seus olhos.
— Eu também te amo.
Peguei uma de suas mãos e repousei em meu rosto. Ele tinha algumas pulseiras no pulso da mesma. Olhei pra ele com um olhar de quem faria algo que ele não iria gostar e ele me devolveu o mesmo olhar.
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Moondust
RomanceAs melhores coisas lhe aparecem na hora de mais escuridão na sua vida. Uma vida pode ser construída de metáforas e a luz da lua pode ser insuficiente para traçar caminhos corretos para uma alcateia de um lobo só.