"Finalmente São Paulo!"
Cheguei por volta das três e meia da manhã. Meus amigos me aguardavam no aeroporto. Assim que saí do desembarque encontrei Pietro, John, e a melhor amiga dele me aguardando. O clima dentro do aeroporto estava frio, mas não aparentava ser nada fora do normal como diziam no widget de tempo do meu celular.
Não havia ônibus funcionando aquele horário, teríamos que esperar até as cinco da manhã para pegarmos condução, então sentamos em um café e jogamos conversa fora por algumas horas. Expliquei tudo que andava acontecendo na minha vida, desabafamos um para o outro sobre muitas coisas, eu me sentia completamente a vontade com eles.
As cinco e meia saímos do aeroporto. Assim que eu pus meus pés fora da estrutura do aeroporto, parece que fui congelado por completo. Pela primeira vez senti fumaça saindo da minha boca enquanto eu falava, o que era o máximo. O frio me consumia e eu já estava com dois casacos além das luvas e a touca que John havia me emprestado.
Entramos no ônibus e fomos de lá até a estação. O tempo estava frio, mas eu rapidamente já estava me acostumando, afinal não iria deixar aquilo me abater, era frio mas eu não estava no polo norte.
Sete da manhã. Lucas havia acordado e me mandou mensagem, estava a cinco estações de distancia da cidade dele. Pri já estava a caminho.
Meus amigos esperaram até ela chegar na frente da estação para voltarem, John me abraçou antes de ir embora e disse pra eu ter cuidado com tudo, a realidade dali não era a mesma que a que eu vivia, ele não queria que eu me machucasse. Pietro me mandou aproveitar o que tivesse de aproveitar e logo depois eles se foram. A partir daquele momento, eu estava ali por mim mesmo até o momento que encontrasse Pri e tia Simone.
Saí da estação com minhas malas, uma mente perdida e um corpo praticamente congelado. Meus dedos não conseguiam nem se mexer direito, estávamos a menos de dez graus pelo que me parecia. Encostei minha mala em uma parede, me "sentei" em cima da mesma, aguardei ali na frente a chegada delas. Minha cara não era das melhores visto que eu não havia dormido nada de um dia pro outro.
Assim que chegaram, Priscilla saiu do carro correndo e me deu um abraço forte de boas vindas. Retribuí o abraço, guardamos as malas e entramos no carro. Tia Simone nos levou numa panificadora da cidade, que pra mim mais parecia um mercado enorme.
Chegamos na casa delas por volta das oito e quinze, tomamos café e logo depois eu finalmente tomei um demorado banho quente pra me livrar daquele frio que fazia. Estava combinado para nos encontrarmos as dez, eu, Lucas, Pri e Lau no centro da cidade. Eu estava muito cansado, queria descansar um pouco. Depois do meu banho, me deitei por alguns minutos no quarto de hospedes onde eu ficaria hospedado ao longo da semana. Priscilla disse que não daria pra chegarmos antes das doze, ela tinha muito o que fazer antes de sairmos. Avisei pra Lucas, que começou a reclamar e dizer que estava desanimando com tudo e que havíamos marcado algo e agora estávamos alterando horários.
Mesmo cansado, e mesmo sem conhecer nenhum lugar ali, nem sequer como chegar a algum lugar, falei que o encontraria sozinho no centro e depois as meninas iriam ao nosso encontro, eu não ia, nem podia estragar tudo por besteira.
DIA 1
Eu estava em um ônibus sozinho, não fazia ideia de onde parar, estava completamente ansioso, nervoso e com medo. Conversava com Lucas enquanto isso. Ele já estava me esperando no centro, porém eu não sabia onde era o mesmo, nunca tinha ido por ali e do jeito que eu tinha a mente fraca com essas coisas, eu tinha 99,9% de chances de me perder. Até que o cobrador avisou que seria a última parada.
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Moondust
RomanceAs melhores coisas lhe aparecem na hora de mais escuridão na sua vida. Uma vida pode ser construída de metáforas e a luz da lua pode ser insuficiente para traçar caminhos corretos para uma alcateia de um lobo só.