Capítulo 10

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Notas iniciais.

A temática deste capítulo é bem diferente, e interessante. Peço que entendam o real motivo das coisas aqui acontecerem, e que não estamos aqui para causar um plot twist/reviravolta boba para atrair leitores e mudar o rumo da história. NÃO. Isso aqui foi pensado, repensado e alvo de muita oração. Não estamos (eu e NayaraAraujoS) brincando com isso! 

Espero que entendam a proposta. POR FAVOR, COMENTEM MUITO. NUNCA PEDI NADA.

  

A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora.

- Benedetto Croce.


NAQUELE INSTANTE, e um pequeno instante, eu quis continuar ali para sempre. Não sabia definir a dimensão do que aquilo era para mim, então fiquei quieta. Dentro de mim parecia que no meio daquele despejar de sentimentos eu tinha me livrado de um peso e descarregado tudo em cima de uma pessoa que parecia ter a carga mais pesada que a minha.

– Sabe o que é pior? – December continuou falando.

– O quê? 

– Que eu nem te conheço.

Eu ri. Nossa, era tão bom rir.

– E eu nunca converso com ninguém, e agora eu estou aqui, com alguém que acabei de conhecer e que me levou para um monte – me expus, ainda rindo.

– É, tipo... eu tinha amigos... mas quando a minha melhor amiga morreu, todos pensaram que eu que matei ela então... fim da vida social.

Confessei:

– Eu nunca vi alguém com dupla personalidade. Isso é tipo...

– Estranho?

– Raro.

– E bizarro. E você é muito estranha para alguém com céu no nome.

– E você legal demais para alguém com nome de mês.

Não sabia explicar, mas era ótimo a sensação de me sentir bem com ela. Porém, depois de um tempo eu sentia um hiato entre mim e a satisfação que sentia. Algo me condoía; era oco, sem sentido. Ah, aquele vento... Arrepiei-me quando ele chegou mais uma vez, e em meio ao escuro, pude ver um clarão, e em seguida a descarga elétrica do relâmpago que quando atravessava o ar, mesmo sem estar chovendo ainda, faziam aquele barulho emocionante.

Trovão.

– Está ficando frio, e tarde... e logo logo vai chover – ela avisou. – Vamos embora?

– É, é melhor – me posicionei. – Mas December... eu não sei onde...

– Eu entendo.  Sei onde é a casa do Isaac. Talvez alguém por lá saiba.

Eu pensava que a casa onde eu estava antes era a casa dele também. Mas eu não tinha certeza, então sei lá.

December segurou minha mão. Eu podia contar nos dedos quantas pessoas já haviam segurado a minha mão: Meu avô, Kaylee, minha mãe, Luke para me guiar até sua casa, Isaac para guiar pela rua, e agora ela, a esquisita legal que eu conheci há umas horas atrás.

Era engraçado andar de noite pela rua. Eu realmente não enxergava nada além de fleches de luzes vagas e bem opacas, quase imperceptíveis.

December soltou o ar. Parecia cansada, ou não sei, eu não podia ver. Tudo que eu podia era ouvir o som que saía dela: o que não era muito preciso.

Abra Os OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora