Capítulo 09

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Aviso básico: capítulo atrasou por dois motivos: Crossover {quando dois ou mais personagens de diferentes histórias interagem um com o outro}, que no caso, foi O Reino Cinzento, de Nay meu amorzinho, parceira pra vida <3 e outro por conta de provas e essas coisas. Aviso: capítulo gigante e lindo. ENTÃO COMENTEEEEEEEM PORQUE ORC E A.O ESTÃO LINDAMENTE UNIDOS!


Em Kleinestal tudo é estranho.

COMI TANTA BESTEIRA na viagem que a minha barriga dói só de respirar. Kleinestal era apenas quatro horas de diferença de Grismont, então iríamos chegar rápido. No carro viemos falando de coisas aleatórias, como sobre a possível terceira guerra mundial, sobre arrebatamento - sim, eu participei dessa conversa, mesmo não dando tanta importância - e sobre a política em crise do nosso país. Foi um momento de ouro. Eu, meu pai e minha irmã felizes, eu sem reclamar da minha vida pessoal e sem parar para pensar nas alheias; eu longe da minha mãe, de Grismont inteira. Era o melhor dia de todos os tempos.

Eu nunca tinha viajado tanto. O máximo que eu pude ir foi na cidade vizinha de Grismont quando eu tinha uns cinco anos, mas era apenas meia hora de diferença. Meu pai me explicou o porquê Kleinestal não era muito conhecido: ficava um pouco depois da Flórida - e todos apenas se importavam em ir para lá -, e tinha um caminho um pouco difícil. É como se fosse uma cidade pequena, só que, segundo ele, não como um interior largado, pois era bem estruturada. Lá era tranquilo, muito focado em reciclagem, cheio de famílias oriundas de lá e que emigraram para outros lugares, ah, e fazia muito vento.

Papai diminuiu a velocidade quando entramos numa cidadezinha. Eu até tentei enxergar alguma placa ou qualquer outra coisa, mas estava de noite, então eu não enxergava nem a minha mão se eu tentasse.

- Sejam bem-vindos à Kleinestal! - ele disse, finalmente confirmando o que eu já suspeitava.

Kaylee começou a gritar e eu só fiz rir da empolgação dela.

Uma coisa: sim, a cidade realmente ventava muito. Papai abaixou todos os vidros e meu cabelo começou a voar, e junto alguns fios fizeram meu olho coçar. Grismont só sabia fazer calor, e Kleinestal tinha um clima bem legal.

Nem dez minutos depois papai parou o carro. Ouvi um piano de longe. Não era um teclado, eu tinha certeza. Alguém ali estava tocando piano. As pessoas vieram até nós. Nem esperaram, apenas abriram a minha porta e começaram a me abraçar. Eles eram bem receptivos.

Por último mais uma pessoa veio até mim.

- Minha netinha! - uma voz feminina disse. O cheiro dela era muito bom.

- O-oi - ri. Aquilo era muito estranho.

- Você cresceu tanto, tanto - ele me analisou e depositou um beijo na minha cabeça. Eu cresci? Eu nem sei quem é ela.

- Vamos, vamos, vamos entrar - me soltou. - Vou chamar o Isaac para você!

Isaac.

- Quem é Isaac? - Kaylee sussurrou no meu ouvido.

- Eu não faço ideia - sussurrei de volta.

Kay e eu estávamos de mãos dadas. Como sempre ela me guiava, e eu fingia que estava tudo normal. O cheiro bom da comida exalava, e mesmo tendo comido tanta coisa na viagem eu estava com muita fome. A casa parecia bem aconchegante. Nada muito sofisticado, mas ainda assim havia um piano ali, o que significava que eles tinham dinheiro. O som do instrumento ficava mais forte a cada passo que eu dava, e isso sim me deixava empolgada.

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