Capítulo 12 - Temporal

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Chovia muito forte em Mirabilis. Nicolas tinha encontrado um pedaço de pau e se preparava pra enfrentar o monstro Silas que atacava sua cidade. Júlia tentava pensar em uma saída, ela queria ajudar os moradores da cidade mas não sabia como. Sara não havia contado a ninguém que o livro  podia responder as perguntas de quem o possui, e menos ainda contou que o livro disse que ela deveria matar sua amiga Júlia. Ela fez várias e várias perguntas ao livro e o livro acertou todas. Ela não tinha dúvidas, o livro falava a verdade. Mas porque deveria matar a Júlia? Ela não aceitava essa idéia. Júlia tinha se tornado uma grande amiga, elas dividiam jutos com os outros amigos algo só deles, uma aventura. Antes de entrar nessa viagem, antes de conhecer os amigos, antes de conhecer Júlia, ela se sentia muito sozinha. Seus pais estavam sempre viajando, e ela não se sentia em família. Isso mudou quando os 5 jovens ficaram em dependência na aula de história. Dependência de história que até hoje ela não entende como ficou. Pensando nisso ela perguntou ao livro em seus pensamentos porque ela tinha ficado em recuperação. O livro respondeu:

" Os 5 deveriam estar juntos"

Sara começou a perceber que tudo aquilo estava sendo manipulado por alguém. Alguém os levou até aquele lugar. Ela pensou que a mulher do Antiquário tinha algum interesse neles. Porque ela entregou as pedras? Porque ela contou a eles a história de Perséfone? Afinal quem era ela? Ela depois de ouvir a história de Riad de que existiam Deuses, guardiões, bruxas e monstros , ela entendeu que a velha seria algum desses seres poderosos. Alguém com poder para parar o tempo. Ela lembrou que o livro disse para matar Júlia, e de que sem ela , eles nunca estariam ali. Foi com Júlia que a velha teve mais contato. Foi ela quem ganhou a pedra Locale. Que ligação tinha Júlia com a mulher?
As dúvidas colocavam Sara louca. Ela começou a duvidar de Júlia, e até mesmo pegou um pedaço de metal pontiagudo para se defender caso a amiga se mostrasse mesmo uma inimiga. Sara lembrou que Júlia disse que sonhara com o monstro Silas e que Riad em todo tempo que esteve ficou encarando a Júlia com uma cara de preocupado. Ela agora estava certa que Júlia era um perigo, ela só não sabia oque fazer.

O temporal continuava e a chuva os encharcava de água. Os três resolveram ir até a cidade enfrentar o monstro. Chegando lá viu que boa parte da cidade e das minas tinham sido destruída. Muitos corpos no chão e o monstro estava sobre uma rocha com suas seis cabeças de lobo saindo de sua pelve. Nicolas reconheceu o pai e a mãe de Olmo mortos perto do monstro. Ele lembrou que o avô tinha contado que os pais morreram soterrados em uma mina. Parecia que Olmo não sabia que a morte de seus pais tinha sido pelo monstro. Silas observando os jovens, ficou mais agitado e violento, com todas as cabeças rosnando de raiva e movendo freneticamente para todos os lados. Nicolas tinha um pedaço de madeira na mão. Júlia tinha uma espécie de escudo de madeira. Sara segurava o livro.

O monstro partiu para o ataque e avançou para cima dos jovens como uma flexa disparada ao alvo. Eles se espalharam cada um para um lado. Silas foi para atacar Nicolas que golpeou uma das cabeças do monstro com o pedaço de pau. Um outra cabeça, arrancou a madeira de suas mãos,e uma terceira cabeça mordeu sua perna. Júlia tentando acertar o monstro pelas costas, foi golpeada por outra das seis cabeças do monstro. Quando ela ia ser morta pelo ataque da besta, alguem apareceu chutando a cabeça do monstro que atacava Júlia. Era Erick. Gabriel também chegava e perfurava o pescoço de uma outra cabeça com uma lança.

Monstro uivava de dor, uma das suas seis cabeças estava morta. Faltava agora outras cinco. Mas os jovens agora também eram cinco de novo. Erick com uma tocha acessa nas mãos, acendeu outras tres e as deu a Sara, Nicolas e Júlia. Agora os cinco jovens afastavam as cabeças com o fogo das tochas. Gabriel muito mais másculo do que era antes de encontrar sua irmã, atacava as cabeças com a sua lança e perfurava outra, e outra. O monstro tinha apenas três cabeças agora. Os jovens tinham a vantagem, apesar do cansaço e da perna machucada de Nick. Mas Silas não era o guardião das pedras apenas por ter seis cabeças. Ele era um dos monstros mais ferozes do reino de Poseidon. Uma neblina de repente cobriu todos os jovens e eles não sabiam onde os outros estavam. Eles não conseguiam nem mesmo ouvir a voz dos outros. Era algum tipo de magia. Silas separou do seu corpo as outras três cabeças de lobo e cada uma virou um lobo vermelho gigante. Eles se separam e atacaram cada um dos jovens. Um atacou Nicolas que caia no chão e tinha dificuldade de se defender. O outro lutava com Erick, e o outro avançava em Gabriel com sua lança. A parte de cima no monstro que era uma mulher atacou Sara. Júlia ninguém atacou. Silas tentava sufocar Sara que lutava por sua vida com dificuldade. A menina sensível que nao sabia se virar sozinha, não seria páreo para um monstro de mais de 5 mil anos. Silas apertava a garganta de Sara com tanta força que parecia que seu pescoço fosse quebrar. Ela se recordou de todas as vezes que seus pais a deixaram sozinha, e dos discursos de que ela precisava saber se virar. Juntando forças de onde não tinha, ela lembrou do pedaço pontudo de metal que guardara para Júlia, e o enfiou no olho do monstro, que a soltou na mesma hora. A neblina desapareceu enquanto o monstro gritava e rolava no chão de dor. Os lobos tinham sido derrotados pelos meninos. Nicolas estava gravemente ferido. Com a forte chuva que fazia, seu sangue tinha se misturado e feito uma poça rosa embaixo dele. Sara com uma coragem rara, pegou a lança nas mãos de Gabriel, e enfiou no peito de Silas,matando assim de uma vez por todas a besta. Tudo tinha acabado, mas Sara estava irritada e intrigada em porque Júlia foi a única a não ser atacada. Será que tinha sido coincidência ou algo sombrio? Os cinco amigos comemoraram e contaram uns aos outros tudo que havia acontecido. Ficaram sabendo que Erick era o amor perdido da deusa Perséfone, que Gabriel encontrou sua irmã e o deus Hipno havia sido preso por Riad, e que o passado não pode ser mudado. Júlia cuidava das feridas de Nicolas que estavam piores, enquanto Sara permanecia desconfiada e calada. Erick então afirmou:
- Pois é, agora eu vou salvar a Perséfone. Alguém topa partir em outra aventura? Mas dessa vez vamos para nossa época normal.
- Eu quero voltar para minha época logo.- disse Júlia.
- Eu prometi te ajudar e vou. - Gabriel estava dentro do desafio.
- Vocês me prometeram as pedras quando a gente voltar. Se cumprirem com a palavra, eu também os ajudarei. - Nicolas mesmo ferido era corajoso.
- eu..- Sara resolver contar todos os seus temores. - Esse livro tem o poder de responder às perguntas do meu coração. Ele me diz sempre a verdade, e ele me disse que vocês Júlia é a culpada por tudo, e que eu devo mata-la. Oque você me diz disso?

No começo eles acharam que era uma brincadeira, mas logo perceberam o olhar feroz de Sara e se levantaram. Júlia disse que não sabia de nada e que o livro estava errado. Sara mostrou a eles que o livro funcionava e fez várias perguntas para  o livro para mostrar. Erick teve a ideia de perguntar ao livro como abrir a porta da Prisão de Perséfone. E o livro respondeu:

" É necessário alguém que ame a prisioneira, alguém que tenha vivido duas vidas, alguém que não tenha conhecido o amor, alguém que tenha sido infectado por uma besta e é necessário uma bruxa"

Eles viram que Nicolas estava com sua perna negra como se suas feridas estivessem infectadas, Gabriel tinha vivido sua vida e a vida de Vanessa, Erick amava Perséfone, Sara não havia conhecido o amor de seus pais. E Júlia?? Ela era uma bruxa?

Riad os havia contado a história do primeiro mago que ensinou magia a sua esposa e filho. E sua esposa Viviane começou a estudar as artes da trevas e da magia negra e matou o mago. Seu filho se vingou e matou a mãe que tinha se tornado a primeira bruxa. O pai foi o mago mais forte da terra, aquele que havia lutado com um deus menor e o derrotado. A mãe foi a rainha e primeira bruxa de todas. O filho foi o fundador e primeiro guardião da ordem que Riad fazia parte. E segundo Riad, as bruxas eram piores que os monstros, elas eram praticantes do mal, e não mediam esforços para dominar os poderes dos deuses. Agora Júlia era tida como uma bruxa por seus amigos.

- Eu não sou uma bruxa! Vocês me conhecem desde que eu era criança. Como podem pensar isso.
- O livro não mente Júlia, você pode não saber , mas é uma bruxa. - Sara afirmava.
- Eu não sou nada. Você está louca Sara.

- Não. Ela não está.

Uma voz feminina vinha de trás dos jovens. Eram três mulheres com capas . Uma marrom, uma preta e uma branca. A mulher de capa preta abaixou seu capuz e continuou dizendo: - Você é uma bruxa com nós.

O Segredo de PerséfoneOnde histórias criam vida. Descubra agora