Cap. 27 Promessa Cumpridda

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           ~~~~~ Parte I ~~~~~

     Em pouco tempo, enquanto todos se recuperavam, uma aeronave vem ao nosso encontro. Sim, se tratava de Dean. Contente e com um sorriso estampado no seu rosto, eufórico Dean nos abraça.
     - Ah, ah! Sabia que vocês conseguiriam. - dizia Dean explodindo em felicidade.
     - Obrigado, meu amigo. - respondo enquanto me alongava. - Você também faz parte dessa vitória, nos ajudou muito.
     - Que nada. Foi um grande prazer fazer parte das missões.
     - Legal, né? Mas tipo... Estou morrendo de fome!. - retrucava Guilherme. - Fora as dores, tô com dor até nos ovos! Vamos embora desse lugar. Depois a gente comemora!.
      Graças ao chorão, partimos de volta para a Base Operacional da Organização. Diferente das últimas viagens, ao qual sempre íamos sérios, pensativos e temerosos, dessa vez, foi difícil esconder nossa alegria. Dávamos risadas das piadas sem noção da dupla Guilherme e Isadora. Chegando no quartel, para nossa grande surpresa, todos os soldados e agentes da Organização nos aguardavam com uma belíssima recepção. Com grandes vibrações, eufóricos e felizes pela surpreendente vitória, senti um leve frio na barriga. Foi difícil se conter com tanta alegria.
      Abrindo as comportas da aeronave, descemos rumo à entrada, onde os vejo gritarem meu nome diversas vezes, " Lelnardy! Lelnardy! Lelnardy! ". Enquanto observava a cada um que nos aplaudia, sinto Bryan colocar sua mão em meu ombro.
     - E então, majestade... Vamos?.
     - C-Claro!. - respondo envergonhado.
      A cada passo, a cada metrô que andávamos, me recordava de cada momento que passei, cada luta, cada dificuldade, todos que perdi... Não tenho palavras para expressar tamanho alívio. Um grande fardo saia de minhas costas, saber que tudo não havia sido em vão, me deixou muito mais leve. Chegando no interior do Edifício, encontramos Roger que nos aguardava ansioso.
     - Equipe Origens, estou orgulhoso de vocês! Enfim vocês venceram. Aplaudir-los é pouco ao que merecem.
     - Corta essa Comandante. - interrompe Guilherme. - Uma boa refeição e umas bebidas bem geladas, trincando, sabe? Isso sim é o bastante.
     - Você não muda... - retruca Andrew.
     - Ele é a diversão da equipe, ih ih. - suspira Rose sobre risadas.
     - O que foi gente?! Eu assino em baixo! Estou morta de fome. - apoiou Isadora inconformada.
     - Vocês não mudam, por isso os admiro tanto. Bom, depois de uma batalha dura e cansativa como aquela, nada melhor do que isso... Entrem. - disse Roger abrindo a porta do salão atrás de si, onde é avistado uma grande festa.
     - NÃO BRINCA!!? - exclama Isadora com água na boca. - Quanta coisa!.
     - Tudo isso é pra gente?. - pergunta Cintia espantada.
     - Sim, aproveitem. Por hoje, festejar é o mais indicado.
     - Comandante, eu te amo!!. - gritou Guilherme correndo até a festa.
     - Uê! Espera aí Gui, você não estava morrendo de dor?. - questiona Andrew desconfiado.
     - Não está mais aqui quem falou, he he. - responde Guilherme disparando na frente.
     - Lel e Bryan, posso conversar um pouco com vocês?. - pediu Roger nos parando.
     - C-Claro. Ellen, vá indo na frente. - digo ao estranhar seu pedido.
     - Sim, vou guardar seus doces. Vou tentar. Não garanto muito, mas vou tentar.
     - Aconteceu alguma coisa?. - pergunta Bryan com sua cara fechada de sempre.
     - Não ouve nada. Apenas queria agradecer pela liderança de vocês. Ambos foram essências no campo de batalha, isso fez com que os membros da equipe se sobressaíssem. Muitos presidentes exigiram que déssemos alguma recompensa. Existe algo que desejam, qualquer coisa que esteja ao nosso alcance?.
     - Hunf! Apenas fiz o que pude... E por falar em recompensa. - dizia Bryan com um olhar distante. - Não existe recompensa melhor comparada a que recebi durante essas semanas. Meu pai ficaria orgulhoso em saber que ajudei o filho de David em batalhas definitivas.
     - Ele não seria o único. - disse eu confiante.
     - Nesse caso, que tal aceitar viver nesse planeta? Poderá ficar com seus amigos, moradia é algo fácil de se arrumar. - oferece Roger.
     - Não. Eu agradeço a consideração, mas meu lugar não é aqui. Meu verdadeiro lar me aguarda, tenho muito o que fazer por lá. Aliás, em dois dias Rose e eu voltaremos para a Dimensão Alpha.
     - Mas, como vocês pretendem voltar? No momento isso é...
     - Não se preocupe, já dominei a Manipulação Dimensional. Posso levar eles pra casa quando quiser. - anúncio sorridente.
     - Entendo. Nesse caso, aproveite seus últimos dias aqui. Se precisarem de algo, me procure. Terei o prazer em ajudar.
     - Sim, procurarei. Eu agradeço.
     - Er... Quase esqueci, tenho algo a te pedir Roger. - disse eu ao me recordar de algo.
      Não demorou muito até irmos pra festa. Lá, a diversão foi garantida, e assim se foi durante boa parte da noite. No dia seguinte, uma premiação com diversos comandantes mundiais foi realizada na tão famosa Casa Branca. Todos da equipe receberam medalhas como forma de agradecimento. Embora a mídia ainda não nos aceitou 100%, ignoramos as críticas... Nada atrapalharia esse momento.
      No dia seguinte, nos reunimos para a despedida de Bryan e Rose. Embora estivéssemos tristes pela partida dos dois, respeitamos sua decisão. Não seria algo tão difícil de relevar, mas uma surpresa surge...
     - O quê?! Como assim Andrew? Você vai mesmo ir embora com o Bryan?. - perguntava Guilherme espantado.
     - Sim... Já havia tomado essa decisão há um tempo. Deixarei a equipe e irei com eles. Pretendo ficar com a Rose, não importa pra onde. - responde Andrew determinado.
     - Que fofo. Mas enquanto aos seus pais? O que eles disseram?. - pergunta Ellen preocupada.
     - Não se preocupem, já conversei com eles. Não tem do quê se preocupar.
     - Calma aí gente. O Andrew não está partindo pra sempre, vamos ver ele de novo, não é Rose?. - disse eu pegando minha mochila.
     - Sim. Não se preocupem. - responde Rose com um leve sorriso.
     - Bryan! Caraca, você vai embora e nem vai me dar um abraço mano?. - dizia Guilherme se aproximando de Bryan. - Não seja antissocial!.
     - Esse não vai te deixar em paz nem tão cedo, ih ih. - dizia Cintia dando risadas.
     - Puff... Corta essa, tá bom? Mas, acho que seria melhor você ficar com isso. - suspira Bryan entregando uma espada para Guilherme. - Não é uma das espadas do meu pai, mas usei essa em algumas lutas.
     - Puts grila!! Que massa!! Valeu cara, você é o melhor!. - falava Guilherme eufórico e animado.
     - Eu também quero presente. - resmunga Isadora com um tom de sarcasmo.
     - Fica quietinha aí, pitoco!. - provoca Guilherme mostrando sua língua.
     - Depois que apanha não sabe o porquê. Lel me diz, como você vai abrir esse portal?. - pergunta Isadora mudando de assunto, evitando socar Guilherme até a morte.
     - Simples, vou usar minha Habilidade de Fusão.
      Depois de explicar a eles como funcionava a Manipulação Dimensional, me concentrei e por fim abri o portal. Era algo espantoso. Gui por sua vez, se perguntava se realmente adentra-ló seria seguro, ao qual respondo retoricamente.
     - Não, quando entrarmos vamos virar pó.
     - Cavalo... Você já foi mais humilde. - resmunga Guilherme.
      Bryan se direciona até o portal levando Andrew e Rose consigo, estavam prontos para partir. Ao me direcionar a eles, Ellen me puxa pelo braço e sem que esperasse, recebo um beijo.
     - Pronto, já podem ir. - diz Ellen recuando seus lábios. - Vê se não apronta por lá, tá bom?.
     - Er... Não vou demorar, doida. - afirmo sorrindo.
      Ao menos era o que esperava, encontrar os seus pais não seria nada fácil. Ellen não suspeitava sobre o nosso plano de encontrar Alexandra, é uma boa oportunidade para fazer uma surpresa.
      Entrando no portal, fico completamente abismado... Era incrível! Algo tão lindo, luzes por todos os lados realçavam aquele intenso espaço. Uma brisa relaxante nos tranquilizava. Flutuar enquanto observava as diversas estrelas pelo espaço-tempo nos trazia uma sensação confortante. Em poucos minutos, o fim do portal foi avistado por nós. Enfim chegamos ao planeta Zhery.  
     - Certo! Vamos nos dividir. Procuraremos a Alexandra em toda cidade, nos encontraremos nesse mesmo lugar dentro de duas horas. - disse eu a eles.
      Optamos em nos dividir em duplas, Bryan se junta a mim para investigar o Centro da cidade de Towan. Rose e Andrew seguiram na direção oposta. Para o nosso alívio, o planeta Zhery não era tão extenso. Posso afirmar que ele é três vezes menor que Plutão, o conhecido planeta anão do meu Sistema Solar. Só existem três cidades e apenas uma capital, isso reduzia nosso tempo de procura para menos de um dia. Dentre o caminho, Bryan contava sobre seu passado, suas aventuras e como foi se tornar um caçador de recompensas... De um simples filho de uma camponesa, a um respeitado caçador ainda tendo 13 anos. Era admirável, confesso que sentia inveja. Também fiquei sabendo que quando criança, seu cabelo na verdade era branco, algo específico de sua raça, mas ele se recusava a contar sobre sua linhagem, os Henks. Isso sim é estranho, mas não dei importância, por certo ele tinha seus motivos.
      Caminhando dentre os mercadores, fico abismado com a quantidade de seres, produtos, itens dimensionais, alimentos pegajosos, armamentos de guerra, e claro, vendas de escravos. Fiquei com remorso em não poder ajudar-los. Bryan me aconselhava a não mover um dedo ou isso causaria um tumulto que poderia privar nossas chances de saber o paradeiro de Alexandra. Eu precisava me segurar para não fazer qualquer besteira.
     - Venha Lel, eu também não suporto ver isso... Minha vontade é de libertar os escravos e matar esses monstros! Mas, não podemos fazer isso. - dizia Bryan insistindo em nos afastar.
      Tremendo de raiva, me retiro do local, indo até as barracas. Perguntávamos sobre Alexandra de barraca à barraca, mas todos negavam saber algo a respeito. Quando algum mercador dizia ter uma pista, o mesmo buscava fazer chantagens para comprarmos alguns de seus produtos. Em um deles, Bryan quase perde a cabeça e esteve prestes a encher o indivíduo de pancadas.
     - Ah, cara... É como procurar uma agulha num palheiro. Será que ela está mesmo por aqui ?. - dizia eu coçando a cabeça.
     - Desanimar não vai ajudar em nada... - resmunga Bryan.
     - Ei garotos? Venham aqui!!. - disse um comerciante de armas a nossa frente.
      Nos aproximamos desconfiados. Tínhamos certeza de que seria para oferecer um de seus produtos. O comerciante observava Bryan, e notando suas espadas, ele diz descaradamente.
     - Então, você gosta de espadas, não é? he he!.
     - Puff... Mais um. - retruca Bryan.
     - Temos um valentão aqui, quem diria! Que tal trocar essas lâminas velhas por um belo Sabre? Ou quem sabe, uma Katana, Hein? O que você acha? Posso fazer um preço especial pra você, he he. - dizia o comerciante retirando a espada de Bryan.
      Ao retirar a espada, sem que seus reflexos acompanhassem, Bryan as pega de volta, e empunhando-a, coloca sobre o pescoço do mercador.
     - Me diz um bom motivo para não arrancar sua cabeça!?. - ameaçou Bryan irritado.
     - C-Calma garoto... - dizia o comerciante amedrontado.
     - Bryan, se acalma! E aquela historia de não chamar atenção?. - questionei separando-o do comerciante.
     - Hunf! Tanto faz. - disse Bryan cruzando seus braços.
     - D-Desculpe por isso, entendo que esteja apenas tentando vender seus produtos, perdoe-me. - pedia eu desculpas enquanto arrumava a gola da sua roupa. - Aproveitando, queria lhe perguntar uma coisa... Estou procurando uma mulher chamada Alexandra. Você sabe algo ou conhece essa mulher?.
     - Hã? V-Você disse A-Alexandra!?. - gaguejou o homem espantado.
     - Lel, ele sabe de algo!. - exclamou Bryan. - Trate de contar tudo agora, ou dessa vez vai perder mesmo a cabeça!.
     - N-Não vou dizer nada! Vocês são os enviados da Dimensão Chaos... Não direi uma palavra se quer, seus imundos!. - dizia o comerciante tremendo de medo.
      Me espantei com suas palavras, por acaso os Dark Lordes também estavam procurando Alexandra? Isso só poderia significar que queriam matá-la. Eu precisava ganhar a confiança desse mercador e retirar informações sobre ela.
     - Desculpe, mas não sou da dimensão Chaos. Pelo contrário​, eu sou um Ori...
     - Ficou maluco!! Quer dizer quem você é, justo aqui!?. - exclamou Bryan tapando minha boca, alertando para olhar ao redor.
      Haviam diversas " pessoas " nos olhando, me encaravam desconfiados. Fiquei intimidado, por pouco não cometo o erro de dizer a minha raça, por certo existiam soldados sombrios dentre eles.
      Ao estranhar nossa reação, o mercador pede para que o acompanhasse-mos. Depois de seguir ele por mais de dez minutos, vejo Bryan reclamar.
     - Espero que não esteja nos levando para alguma emboscada.
      O homem se manteve em silêncio. Sem se importar com as reclamações, decido a seguir em frete, novamente pede para segui-lo. Curioso em saber até onde ele nos levaria, o segui sem questionar. Não tenho dúvidas, ele que nos mostrar algo, mas o que seria? Já estávamos afastados da cidade, foi quando chegamos em uma casa abandonada, logo adentramos por uma passagem secreta.

     - Antes de continuar, gostaria de saber seus nomes. Quem são vocês, e suas raças. Digam a verdade, ou não continuaremos... - dizia ele nos encarando.
     - Hunf! Meu nome é Bryan. Sou um ex-caçador de recompensas do Planeta Centurius. Minha raça se chama Henks.
     - Entendo, isso explica seu temperamento forte. - disse ele rindo. - E enquanto a você garoto? Estou curioso sobre sua identidade.
     - Meu nome é Lelnardy. Sou o último Origens sobrevivente do Planeta Henikey.
     - U-Um Origens !!!!? Não pode ser... Ah! Ah! Você é mesmo um Origens?. - dizia o homem sorrindo e dando gargalhadas.
     - Qual é a graça?. - pergunta Bryan de cara fechada.
     - Nenhuma, ah ah! Só não imaginava que ainda existia um Origens vivo, fico mais aliviado. Aliás, meu nome Midoriya. Vamos, me acompanhem. Irei leva-los até a rainha dos Nexus.
     - Rainha...? Então ela está mesmo aqui?. - pergunto esperançoso.
      Adentrando aquele corredor, me recordei da vez em que junto com Tony, salvamos Ellen daquela fortaleza. Estava com um frio na barriga... Depois de percorrer metrôs a frente, chegamos em uma porta onde é aberta por Midoriya. Diante dos meus olhos, vejo uma mulher sentada no que parecia ser uma poltrona de couro.
      Bonita e calma, se quer questionou nossa presença. Olhos verdes, cabelos pretos, se parecia muito com a Ellen. Não restava dúvida, é mesmo a  Alexandra. Bryan e eu demos um passo a frente, no entanto, somos surpreendidos por um homem que avança na nossa direção... Ele empunhava uma espada, friamente nos ataca.
     - Lel, se afaste!! Eu cuido disso!!. - exclama Bryan sacando sua espada.

... Fim da Parte I...

Olá pessoal  
Gostaram dessa primeira parte?
Desculpe a demorar pra postar,
Tive alguns problemas... Me perdoem.
Mas, está!
A segunda parte vai sair em breve!
Até a próxima ^°^
Não se esqueçam de avaliar.

Lel Origens: Genesis - Livro 1 - Versão DemoOnde histórias criam vida. Descubra agora