Entrevista estranha.

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Estávamos a caminho do cenário de gravação quando uma amiga de uns anos atrás passou por mim. Já havia acabado a primeira tour, e estava no mês de pausa para a próxima. Meus fãs foram a loucura quando eu anunciei a tour do meu CD novo "A new tomorrow" (um novo amanhã), e então, como era esperado, milhares de entrevistas foram marcadas. Uma dessas era hoje, então encontrei Sara e a Cara Delavigne. Uma fã que estava passeando pelo estúdio e nos viu conversando pediu para tirarmos uma foto com ela. Logo depois revelou que ela era brasileira, e pediu uma foto nossa com uma pequena bandeira do Brasil, a entrevista já era a noite, então um segurança nos levou até uma sala e disse que podíamos tirar fotos la. Fizemos o pedido da moça, e então eu segui ela no meu Instagram e postei nossa foto. Adoro surpreender meus fãs, e fazer esse tipo de coisa, remete confiança e humildade a eles. Terminei de conversas com as meninas e fui para a entrevista.
A mulher que ia me entrevistar tinha uma cara fechada, mais quando ela me viu, sorriu e suspirou aliviada.
- Prazer, sou Delila. Achei que você não viria. - ela disse e deu um sorrisinho sem graça.
- Eu me atrasei? Desculpe. Estava conversando com umas amigas. - eu disse me arrependendo de passar tanto tempo lá fora.
- Não, é que já aconteceu antes. Alguns cantores não são tão comprometidos quanto outros. - ela me dá um sorriso amarelo, e eu entendo. Não é uma emissora tão famosa, e as pessoas acabam menosprezando ela por isso. Pois bem, vou divulgar em todas as redes sociais e fazer questão de dizer que eles são ótimos profissionais.
- Bom, vamos nos sentar ali. Você já se maquiou? Tudo pronto? - ela pergunta e eu digo que sim.
Nos sentamos e em poucos minutos a entrevista começa. Falamos do novo CD, da tour, da minha nova casa, de Harry, do meu acidente, e quando eu estou contando para ela sobre uma brincadeira minha com ele, meu estômago revira. E então uma ânsia de vomito chega de tal forma que eu fico assustada. Peço licença e saiu correndo para os bastidores atrás de um banheiro. O segurança abre uma porta pequena, e eu vôo para a privada. Vomito tudo o que tomei no café da manhã e no almoço, e as frutas que comi com mel antes de vir para cá.
Minha agente aparece na porta com os olhos arregalados e um dos meus médicos acompanhantes entra no banheiro. Depois que termino de vomitar, ele mede minha pressão, vê se eu tenho febre, faz um teste glicêmico, apalpa minhas cicatrizes do acidente e então começa a perguntar o que eu comi hoje, e se tomei meus remédios protetores de estômago antes dos remédios normais. Respondo corretamente tudo, e outra ânsia me invade. Fico na privada mais alguns minutos e depois me sinto fraca e pálida. Minha agente conversa com o pessoal da emissora e eles decidem que vão cortar a parte que eu passei mal e que vão utilizar aquilo que eu já gravei, e depois eu volto e faço outra entrevista, no fim da tour, como pedido de desculpas. Delila me deseja sorte e diz que vai ficar tudo bem, quando uma maca me busca no banheiro e me leva para o carro. Agradeço e digo que vou divulgar a entrevista assim que tiver tempo.
No carro, os médicos me ajudam com as ânsias e eu apago por um tempo. Acordo no hospital. Olho para minha mãe que me encara como se eu tivesse criado uma terceira cabeça.
- O que foi? - eu pergunto desconfiada.
- Você tem tomado seus remédios direito?- ela pergunta também desconfiada.
- Mãe, tem uma equipe médica me acompanhando pra todo lado, eles não me deixam esquecer. - digo e reviro os olhos.
- Eu acho que os medicamentos estão muito fortes então. Você nunca passou tão mal assim. - ela diz e pega minha mão na cama.
- É eu sei. Só quando sai do hospital, eu vomitei durante dois dias. - eu disse me lembrando.
- Porque não estava acostumada com tanta medicação. Mais já faz meses que você está tomando essas. Durante a tuor inteira você não passou mal sequer uma vez. - ela disse se lembrando provavelmente dos relatórios que eles recebiam da minha saúde durante a tuor.
- É eu sei. Vão fazer exames? - eu perguntei desanimada.
- Sim, já fizeram um de sangue, e um raio x, enquanto você dormia. Agora vão fazer uma endoscopia e alguns outros, o seu médico disse que se você continuar vomitando ele vai te receitar um remédio de doze em doze horas. Por enquanto, só uns para ânsia mesmo. Eles acham que alguma coisa na cirurgia soltou, ou algo assim. Sua irmã e seu pai vão vir pra cá depois que terminarem suas tarefas. - ela explica e eu aceno.
Mando mensagem para Harry explicando tudo que aconteceu, devido suas inúmeras ligações e o fato dele provavelmente estar puto e preocupado.
Ele me liga logo em seguida.
- Como assim você não para de vomitar? - ele pergunta e parece estar dentro de um carro.
- Eu não sei. Os médicos acham que foi algo da cirurgia que soltou, ou deu errado depois de um tempo. Vamos fazer mais exames. - respondo o que sei, e com a voz cansada.
- Eu não entendo. O que você comeu hoje? - ele pergunta e então ouço a voz da Lou. - Ela não está grávida? Quando eu descobri a gravidez da Lux, eu passei bastante mal. - eu dou risada e espero Harry dizer que não. Mais ele fica quieto.
- Harry? - pergunto
- Você já menstruo esse mês? - ele pergunta, reviro os olhos.
- Meu ciclo não vem mais faz uns quatro meses Harry. Os remédios. - eu digo lembrando ele.
- Peça um exame de urina. - a Lou diz lá atrás novamente. - Ou de sangue.
- Isso, exame de urina, ou de sangue. - Harry diz e eu bufo.
- Ja fizemos exame de sangue. Só falta sair os resultados. E Harry eu não estou grávida.
Nessa hora o doutor entra na sala com um sorriso enorme nos lábios e um envelope na mão.
- Senhorita Bowen, temos uma ótima notícia para você. - ele diz e parece que vai sorrir cada vez mais. Me assusta.
- O médico chegou? Coloca no viva-voz. - faço o que Harry pediu e então uma bomba saí da boca do doutor.

A Contratada || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora