What?
• Agatha •- Olá Mãe - Ele sorri levemente, mas com uma pontada de maldade na voz.
- Você tá tentando alguma brincadeira de mau gosto? - Já bem séria.
- Tá vendo alguma câmera? - Ele abre os braços.
- Não tem como.... Ele... Não, não e não - Nego repetidamente com a cabeça.
- Por que? - Ele inflou as bochechas, como uma criança mesmo.
- Porque ele tá morto. Há 17 anos! - Digo porque é óbvio. - Não tenho tempo para brincadeiras - Ele vai até a escada e me mostra uma marca na parede.
- Como isso apareceu aqui? - Ele mexe o pirulito na boca.
- Meu filho Alec, quando estava brincando com a magia e ele tinha uns 5 anos quando fez isso.
- Não foi, eu que fiz isso porque tava entediado - Ele fala indiferente e me olha.
- Claro que não. Garoto você nem sequer estava aqui...
- Eu fui criado nessa casa. No porão, tem uma coleção de grimórios organizados por datas de edição. Embaixo do estofado do sofá, tem uma arma calibre 18 de emergência e nessa casa tem um quarto extra onde tinha coisas de bebê até os meus 6 anos. E agora as caixas contendo essas coisas estão na sua garagem, escondidas por vários enfeites de natal - Depois de todo relato, ele tira o palito da boca e faz bico, mas logo em seguida ele tira outro do bolso e põe na boca feliz e volta a olhar para mim com uma expressão divertida ao ver meu espanto.
- Como sabe... Nem meu filho sabe disso..
- Como eu disse, Agatha. Eu moro aqui desde sempre - Ele fica sério.
- Como nunca te vi por aqui?
- Simples, eu estava morto e no Outro lado, ou seja, eu tava aqui, mas não tava - Ele se perde nas palavras enquanto olhava para baixo, mas logo volta para mim com a mesma cara de antes. - Você entendeu, é bruxa, não me faça explicar.
Ele vem na minha direção e vou me afastando, ele vê uma foto perto dá lareira, a foto foi tirada pelo meu ex namorado, Arthur. Ele para e pega a foto, fico observando ele atentamente. Ele parece ir para um outro mundo, mas não demora muito para voltar e coloca a foto de volta no seu lugar e volta para mim.
- E então mãe. Consegui convencê-la? - Ele abre um sorriso maldoso e sinto um frio na espinha.
- Não tem como isso... - A campainha toca e não me deixam terminar de falar, corro até a porta e abro dando de cara com, ninguém mais, ninguém menos, que a minha mãe. Apenas congelo no lugar a olhando. Não conseguia pronunciar as palavras. Sentia minhas mãos tremendo e um frio correr por todo meu corpo de tanto nervoso. Ela abriu um sorriso quando me viu e meus olhos se arregalam.
- Boa noite, me desculpe o incômodo, me disseram que meu neto está aqui e vim busca-lo.
- E..E...E..Ele tá aqui sim. - Gaguejo e ele vem até nós e ela logo tira o sorriso, fecha a cara e fala seriamente com ele.
- Quantas vezes tenho que pedir para me avisar quando sair? Espero que não tenha dado nenhum trabalho para moça, Benjamin.
- Não me chama desse jeito... - Ele rosna e entra no carro dela bufando.
- Me desculpe por isso - Ela se vira para mim com um sorriso, percebendo a minha tensão. - Você se parece bastante com minha filha - OI? Como assim eu lembro a filha dela? - Pena que ela está morta... Bem, obrigada por cuidar dele para mim. Tchau.
Ela vai para o carro e logo eles somem da minha vista, fecho a porta sem entende absolutamente nada, vários pensamentos correm pela minha mente, diversos sentimentos preenchendo meu corpo, minha única forma de reação foi sentar no chão próxima a porta e começar a chorar desesperadamente. Ouço passos descendo, levanto o olhar e vejo Heitor correndo até mim e se abaixar querendo saber o que houve.
- Não é possível que nosso filho esteja vivo... Não.. não é possível...
Ele me abraça e continuo chorando por um tempo, ele me leva para o quarto e me deita na cama, me acariciando até eu pegar no sono por completo.
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17 Segundos [EM REVISÃO]
RomanceJá esteve em um momento em que toda a sua vida planejada, de repente, muda de direção? Acontecimentos inesperados, aparições do passado... Tudo está diferente, principalmente após a chegada de um conhecido na cidade, um garoto presunçoso, que, após...