Capítulo 21

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Past, Present and Future I
• Benjamin •

Chegou o natal, a época de alegria. Pessoas trocando presente, coral indo de porta em porta para cantar músicas natalinas, mesa farta... Para que isso tudo? Eu não sei. Mas o Natal não é minha época favorita.

"24 de dezembro de 2007
Havia chegado em casa com uma caixa de papelão e um spray de tinta verde que tinha conseguido na rua. Vou caminhando para a sala e a cada passo, o piso rangia. A casa era velha, as paredes com tinta desgastada e uma lareira velha que não usávamos. Na sala tinha um sofá antigo de dois lugares e uma mesa de centro de madeira envelhecida e que servia de alimento aos cupins.

Levo meu novo material até a pilha de coisas que tinha juntado para montar minha árvore de natal. Com a tesoura, começo a recortar o papelão, tentando dar a ele um formato de árvore. Após o corte, pinto o recorte com a tinta velha e uso uma esponja para isso. Quando acabo a pintura, dou um passo para trás a fim de apreciar meu trabalho.

Fico feliz com o que vejo e colo as tampas de garrafa e CDs arranhados na pequena árvore. Ao término, ponho a árvore do lado da lareira bem na hora que a porta abre.

Corro até o corredor e minha avó chega com uma sacola. Ela me olha e logo faz uma carranca.

- Benjamin... O que aprontou agora? - Ela diz séria me analisando de cima a baixo.

- Eu tenho uma surpresa vovó! - Falei todo animado e a puxei pela mão até a lareira.

- Você está imundo, garoto! - Sorrio achando o comentário engraçado e paro de frente para minha árvore de papel. Olho para ela esperando uma reação e recebo outra completamente diferente. - Vai me explicar porque esse monte de lixo está na minha sala? - Ela cruza os braços e meu sorriso se desfaz.

- Pensei em fazer algo legal, então resolvi montar uma árvore... - Falo todo desanimado e abaixo a cabeça.

Ela faz a lareira acender usando magia, pega minha árvore e joga no fogo. Eu grito para tentar impedir, mas é tarde e todo meu trabalho já estava envolvido pelo fogo. Lágrimas quentes escorriam pelas minhas bochechas, depois de tanto trabalho, de machucados na minha mão, a sujeira de tinta na minha roupa e rosto, tudo isso foi lambido pelo fogo. Toda alegria acabou ali.

- Nunca mais junte lixo nessa casa! Agora levante e vai se limpar ou vai ficar sem o jantar também.

Ela vai para a cozinha. Eu fico observando tudo se transformar em cinzas e quando não vejo mais nenhum vestígio de nada, me levanto enxugando o rosto, corro pelas escadas e vou para meu quarto e me tranco no banheiro."

- Ben? - Alguém me chama, pisco algumas vezes - Ben? Está me escutando? - Saio do transe e olho para ela.

- Desculpa mãe. O que foi?

- Preciso que leve a panela de arroz para a mesa e ajude seu pai e seu irmão para pôr a mesa. Seus tios logo vão chegar. Vamos! - Ela me entrega o pote e volta a cozinha.

Respiro fundo e vou a sala de jantar, Alec estava colocando os pratos enquanto Heitor põe os talheres perfeitamente organizados. Ponho o pote em um suporte na mesa e me afasto, me volto para Heitor perdido no que tinha para fazer.

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⏰ Última atualização: Feb 12, 2018 ⏰

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