Como Ashton tinha proposto, eles tinham ido a um restaurante e ele só estava a dizer merda acerca da ex-namorada. O homem não se calava, dizendo sempre as péssimas características que Eva tinha, e Kyoko ouvia, sem puder fazer mais nada. A morena apenas metia as garfadas na boca e assentia, por vezes tendo de morder o lábio para conter o riso.Ele tinha ido buscar a mulher a casa dela e dito que tinha um restaurante ótimo onde poderiam comer comida tão saudável quanto saborosa e onde poderiam ter uma conversa alegre acerca dos dias de hoje e, por momentos, esquecer que estava numa fase difícil. Verdade seja dita, a comida tinha pouca gordura, baseando-se nas verduras, e tinha um sabor bastante agradável. Mas a conversa alegre não estava lá. Nem foi preciso Ashton beber um copo de vinho, o primeiro gole à bebida alcoólica foi suficiente para o tornar num canhão de insultos à ex-namorada.
"E ela tinha sempre a mania de colocar os pés em cima do meu colo quando estávamos no sofá a assistir a filmes." Ele cortou um pedaço de carne e meteu-o na boca. Mastigando de boca aberta, e recebendo olhares de lado devido a estarem num restaurante ainda um pouco formal, o loiro continuou, "Sabes o quanto eu odeio pés? Eu odeio-os mesmo, tipo, que horror!"
"Ash, baixa o volume, por favor." Kyoko pediu com uma voz baixa, mas sentindo-se nervosa devido aos olhares que a mesa deles estava a receber, tanto dos empregados como dos clientes.
"Desculpa." O homem não estava bêbado, por isso ainda se coonseguia controlar. O único problema era que parecia que toda a raiva que ele sentia por Eva estava a voltar, todo de uma vez. "É só que eu a odeio mesmo."
Tirando uma lasca do seu peixe e levando-o à boca, a mulher de olhos amendoados assentiu. "Eu sei, mas tens de te acalmar."
Ignorando-a, Ashton continuou, "A Eva odiava peixe. Não sei porquê, mas sempre que eu queria comer peixe, ela pedia-me que fizesse outro prato, um prato de carne, só para ela. E ainda por cima era preguiçosa. Será que ela não sabia levantar o rabo do sofá e ir fazer a merda do seu jantar? Tinha de ser eu a cozinhar dois pratos ao mesmo tempo? Mas o pior é que eu lhe fazia as vontades todas." Ele parou de falar para dar outro gole ao seu copo de vinho que, por incrível que pareça, ainda ia a meio e era apenas o primeiro copo. "Aquela cabra devia ter a merda de um feitiço qualquer, pois eu fazia tudo por ela."
"Ashton, olha o palavreado." A mulher avisou-o, de olhos arregalados e com um olhar matador.
"Desculpa." Ele voltou a pedir. "Sabes o que mais me irrita? O facto de nunca falares mal do Grayson."
"Não há nada para falar mal." Kyoko encolheu os ombros, dando um gole ao seu sumo (ela não queria beber nada alcoólico, pois era ela que ia conduzir) e colocando os seus talheres corretamente sobre o prato para indicar que tinha acabado. "Eu ainda o adoro. Ele não me fez mal nenhum. Só nos separamos por causa do nosso filho."
O homem revirou os olhos. "Deves ter pelo menos algo que não gostas nele."
"Bem-" Antes de ela puder acabar a sua frase, um choro agudo e irritante fez-se ouvir por todo o restaurante, fazendo toda a gente calar-se por instantes, antes de repararem que era apenas uma criança de dois anos a fazer birra.
"Sim?" Ashton tentou incentivá-la a continuar, mas Kyoko estava demasiado preocupada com a criança do outro lado da sala.
Não era suposto fazê-la sentir algo, mas ver aquele rapazinho de idade perto à de Stanley a chorar, criava um vazio na sua barriga.
"O meu filho fazia dessas birras." Ela começou, esquecendo a pergunta anterior e criando uma nova. "Sempre que não fazíamos o que ele queria em público, ele começava a chorar e a gritar alto. Ele não era burro, nenhuma criança é, e penso que ele sabia que se ele fizesse birras em público, nós tentaríamos calá-lo o mais rápido possível, dando-lhe o que ele queria. Infelizmente, o Grayson tem um sobrinho e sabe bem como são as crianças. Assim, ele explicava-me a situação e repreendia Stanley, fazendo o pequeno calar-se imediatamente. Quando era só eu o meu filho, eu pegava nele e brincava com ele, fazendo-o passar do choro às risadas." Ela parou de falar e olhou para Ashton. "Penso que aqueles são pais pela primeira vez e ainda não sabe como lidar bem com o filho a não ser recorrendo à violência, coisa que não convém fazerem num restaurante destes. Eu já venho."
Assim, a mulher levantou-se e ajeitou o seu vestido azul escuro. Ela percorreu a sala até à mesa onde estava a criança e perguntou se os podia ajudar. A mãe do menino parecia aliviada. Portanto, a morena agarrou na criança e elevou-a alto, fazendo caretas. Depois, abanou o menino lentamente, cima para baixa, fazendo barulhos estranhos com a língua e caretas engraçadas. Pouco tempo depois, ouviram-se os harmoniosos risos de criança.
Ashton, que assistiu o tempo todo aos procedimentos que Kyoko teve com o menino, comentou, quando a mulher se voltou a sentar à frente dele, "Mas uma coisa que eu adorava na Eva era que ela adorava e sabia tomar muito bem conta de crianças."
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não sei se percebem, mas esta última frase tem o objetivo de mostrar que apesar de dizer que a odeia, ele ainda sente algo por eva
então, não há mais aulas este ano e eu estou a ocupar o meu tempo a jogar mystic messenger, o que é ótimo
nem vou dizer que vou tentar atualizar mais porque sim, estou de férias, mas passo os dias toda ocupada na mesma
ily
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Blue Memories :: afi
FanfictionOnde eles vão a uma gelataria que está aberta 24/7 e falam sobre os seus corações partidos. [book 4 in color series] Ideia da história por @envelopedmoon Capa feita por @mukequality Copyright © 1-800-STFU (Carolina) All Rights Reserved