Invasão

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— Filho...

— Oi, Omma. Está bem? Ficou pálida do nada. — Choi ajoelha-se frente a sua mãe.

— Não... Por favor, Doutor. Me deixe ver esse garoto. — A mulher levanta-se, quase implorando ao médico para poder ver o garoto.

— Claro, venham.

Apenas Choi e Hyara foram junto ao médico, os outros ficaram no quarto de Jun. Chegando no quarto de Min, Seungcheol sentiu a mão de Hyara gelar, e viu uma lágrima escorrer dos olhos da mulher.

Logo ela correu até a cama, e abraçou-se ao corpo esguio desacordado. Ela chorava como uma criança, soluçava, e os outros não compreendiam. As lágrimas da mulher já molhavam a roupa branca que o rapaz usava, transparecendo seu peitoral pálido, assim como o resto de sua pele. Aos poucos seu choro foi cessando, e suas palavras saíram sem sua percepção.

— Me perdoa, filho, me perdoa. Senti tanto a sua falta, eu jurei para mim mesma que quando fosse novamente ali, seria para te contar toda a verdade, mas eu não consegui voltar logo, eu juro que tentei. — Enquanto falava, despejava beijos na face do rapaz.  — O que fizeram com você, meu amor? Eu iria te tirar dali, eu juro que iria. Eu me culpo tanto, eu não deveria ter seguido os conselhos do seu avô, mas eu senti tanto medo, só que eu voltaria para você, eu apenas não sabia como chegar agora na sua vida. Olha você, já é um homem feito, lindo, te acho a cara de seu pai desde a noite que te vi em seu trabalho. Mas eu vou tirar você dessa, eu prometo e vou cumprir dessa vez.” Despeja um selar no pequeno nariz do rapaz.

Seungcheol sentia seus olhos arderem em lágrimas, acabou por compreender o que acontecia. Então Yoongi era o filho perdido de Hyara? Choi não conseguia contar quantas vezes já viu a mais velha chorar abraçada a roupa amarela de bebê, na qual ela dizia que era de seu filho.

Hyara era uma mulher humilde antes de ser contratada por seu pai, vivia no subúrbio de Seul, e morava com seu pai. Um homem rígido, de velhos costumes, que não aceitava ter sua filha sendo uma mãe solteira. Rapidamente ele deu um jeito de deixar seu neto em um orfanato, morrendo anos depois. Hyara batalhou muito para encontrar Yoongi, e agora o encontra em uma cama de hospital prestes a morrer.

— Omma, não chore. — Abraça as costas de sua amada mãe, que apenas se aperta ainda mais ao corpo.

— Me diga quando será a doação, me explique tudo sobre o caso de meu filho, por favor doutor. — Olha para o médico, que estava absurdamente emocionado.

— Claro, eu só preciso que você vá até minha sala comigo. — Seca uma lágrima que cai contra sua vontade.

— Por favor, me deixe perto de meu filho. Ele pode me ouvir? — Segura a mão de dedos finos.

— Infelizmente não. O caso de Yoongi é grave, seu corpo ao menos reage aos medicamentos. A bala está se dilatando a cada instante em seu corpo, a cada exame sua posição muda por milímetros, se chegar a ponto de perfurar o pulmão do garoto, ele poderá morrer por insuficiência respiratória. Ele aparenta ter algum problema respiratório, por sua tão pouca capacidade respiratória. — Explica o caso.

— Quanto tempo temos? — Fora Seungcheol quem perguntou.

— Temos cerca de dois dias ainda. — Isso era absurdamente pouco, o natal estava tão próximo e tantos problemas para resolver.

— Omma, vamos, você precisa descansar. — Tentava tirar Hyara de perto de Yoongi, conseguindo após tanta luta.

— Amanhã você retorna ao hospital e já começamos a preparação para a cirurgia de Yoongi, ok? Vamos tentar associar a cirurgia para remoção da bala, com a transfusão do sangue, assim ele não irá correr tanto risco. — Junmyeon levava os dois ao saguão do hospital.

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