(N/A: Gente, eu peço mil desculpas pelo demora a postar, mas eu estava com um bloqueio horrível, espero que entendam e se deleitem com o capítulo, tá bem grandinho kkkk'. Beijinhos e boa leitura! )
"Me salve se eu me tornar
Meus demônios"
- Se quiser nos alcançar vai precisar correr mais rápido, principezinho! – As meninas soltaram, quase que em uníssono, para o garoto alto que escalava as rochas atrás delas, seu rosto exibia um filete de sangue da testa até a linha do maxilar, deixando claro o que aquela pequena disputa estava lhe custando. –Será que já cansamos vossa alteza? – A de cabelos verdes debochou sem se dar conta do amontoado de raízes à sua frente.
O resultado não pode ser outro: Ela tropeçou ali e depois teve uma pequena confusão com os próprios pés, acabando por ser deixada para trás. Soltou um grito para as irmãs, no entanto, já estavam longe demais para que desse tempo de resgatá-la e retornarem à fuga sem serem pegas pelo garoto.
-Pelos olhos do Kraken! – Resmungou, retirando as raízes de cima do tornozelo.
-Eu soube que ele é cego. - Brian ralhou, prendendo o riso enquanto firmava os pés, firmes, no chão irregular. – Aparentemente não tanto quanto você.
Brian estava em seus quinze anos, mas aparentava ter muito mais. Era alto, tinha o corpo ainda magricela, porém definido, e os cabelos caíam na frente dos olhos, tanto que tinha que prender num rabo de cavalo frouxo com uma tira de couro; era uma figura adolescente comum se não se atentasse para o bastão que exibia em uma das mãos ou para a espada presa às costas. Tampouco para as cicatrizes que se escondiam sob suas roupas, marcas de seu árduo treinamento com Hades e cia.
Era uma luta boa, como ele costumava dizer.
-Cale a boca, garoto! Não tem o direito de zombar de mim! – A menina tinha os olhos dourados, como uma ninfa deve ter, brilhantes o suficiente para atrair pobres humanos e fazer deles o que seu bel-prazer desejasse. A cor de seus cabelos indicava que pertencia aos domínios dos bosques e, consequentemente, ao mundo de cima, junto de suas irmãs, também ninfas. Brian ficara deslumbrado por elas, e intrigado com o fato de estarem ali, num lugar totalmente destoante do qual estavam habituadas.
Pelo que soube, estavam no submundo para um jantar oferecido por Perséfone; aparentemente, precisavam discutir sobre uma nova espécie de flores que Deméter tinha criado antes que a primavera chegasse, o que significava que a deusa as agricultura novamente desceria ao submundo, local que visivelmente desprezava. E em vista disso, não pretendia ficar muito tempo, apenas o necessário para mostrar o trabalho à filha. Então, enquanto não chegava tornou-se obrigação de Brian cuidar do entretenimento das ninfas, contudo, o jovem príncipe não fazia ideia do que fazer para tomar a atenção delas e optou pela atividade que lhe era mais familiar, depois da luta, claro, de acordo com sua mãe, as ninfas não eram inclinadas à luta como as caçadoras de Ártemis e sem demora ele iniciou um jogo de "gato e rato" onde era ele quem as caçava. Pareceu divertido em tese, mas uma simples brincadeira de criança podia gerar as mais diversas e... Interessantes situações.
-Na verdade, Chia, tenho todo o direito, sim! Eu consegui te alcançar, ora!?
-Apenas porque eu caí. – Ela deu de ombros, ainda lutando com as raízes.
Brian riu.
-Isso não diminui o meu mérito.
-Ah, sim. Certamente uma caça em desvantagem muito lhe credita. – Resmungou algo sobre crianças serem estúpidas, o que confundiu o jovem, poucos lhe indicavam como criança, principalmente depois do incidente com Cérbero... Longa história, mas, em suma, ele tinha apostado com um dos soldados que conseguia fazer a fera correr em três direções ao mesmo tempo. Pensando melhor tinha sido uma ideia bem idiota, mas qualquer brincadeira no submundo beirava a idiotice. – Sua criança inútil, não vai nem mesmo me ajudar a levantar? – Brian deu de ombros, se escorando num canto rochoso, cruzando os braços e assumindo um olhar divertido, semicerrado, escuro, a ninfa emaranhada nas raízes era uma visão cuja palavra "encantadora" não conseguia chegar aos pés de descrever.
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O Filho da Morte (EM PAUSA)
FantasíaBrian não era como os outros. Nunca foi. E o motivo disso envolvia o fato de que desde sua concepção, sua alma pertencia à escuridão. Uma madrugada insana.Uma morte prematura. Sangue. E um Deus dos Mortos furioso marcaram sua quase morte e nascimen...