CAPÍTULO 53

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CAPÍTULO 53

“Gideon vai superar essa situação, Victor. Ele é um homem forte. Tranquilize sua filha. É com ela que me preocupo.”

“Ela não poderia estar passando por tantas situações complicadas, não é verdade?”, suspiro.

“Exatamente. Temo pela gravidez.”

“Quando Gideon estiver melhor eu vou conversar com ele. Talvez possa convencê-lo de viajar, sair dessa cidade por um tempo.”

“Pode ser uma solução…”, ela fica pensativa. “E você já tem informações da polícia sobre o que houve?”

“Só algumas. Sei que Corinne e seus capangas foram conduzidos à delegacia. Como policial, posso dizer que muitos milhões terão que ser gastos para tentar convencer o juiz a conceder um habeas corpus. Dessa vez não há muito para defender. Corinne foi longe demais. E a influência e a fortuna de Gideon vão fazer o que for necessário para ela nunca mais sair da prisão.”

“Isso é ótimo!”

Sorrio para ela. Em meio a todo esse caos, consigo sentir paz quando olho para Ana.

“Obrigado.”, deixo escapar.

“Pelo quê?!”, ela arqueia a sobrancelha.

“Por tudo… Por cuidar tão bem da minha filha, por se preocupar com ela, com meus netos…”

“Esse é o meu trabalho, Victor. Mas desde o início simpatizei muito com a sua filha. Farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudar. E, digo isso a você também. Pode contar comigo.”

Ana estica seu braço e pousa sua mão em meu ombro. Sinto um formigamento onde ela toca. Respiro fundo. Tento ser discreto, mas acho que nao tenho sucesso. Ela retira sua mão de mim, sorrindo. Percebo que seu rosto fica avermelhado, mesmo com ela abaixando a cabeça.

“Bem, eu já vou indo. Preciso cuidar de muitas coisas. Passar bem, Ana.”, estico a mão direita para cumprimentá-la.

“Passar bem, Victor.”, ela me cumprimenta de volta, ainda enrubecida.

Saio da sala e, quando fecho a porta, reparo que estava prendendo minha respiração. Meu coração está acelerado. Mas que coisa... Definitivamente essa mulher mexe comigo. Será que há reciprocidade? Bom, ela ficou envergonhada lá dentro… Mas deve ser só porque notou o quanto o seu toque me afetou. Ah, Victor! Quando que uma mulher dessas ia reparar em você? Sacudo a minha cabeça para espantar esses pensamentos, porque tenho outras coisas para cuidar agora. Pego meu celular e ligo para minha filha. É dela que preciso cuidar.

**********

Cheguei em casa, tomei um banho e me deitei. Não vou conseguir dormir. Sei que tenho que me forçar a descansar, mas como?! Meu Deus, porque não temos sossego? Suspiro fundo e abraço minha barriga, cada vez mais aparente. Ouço baterem na porta.

“Entre.”, eu digo.

“Posso ficar aqui com você um pouco?!”, Ireland coloca somente a cabeça para dentro do quarto.

“Claro, vem ficar aqui.”, me acomodo mais para uma das laterais, deixando mais espaço para ela.

Ireland se deita ao meu lado e se aconchega junto ao meu ventre.

“Como eles estão?”

“Acho que bem… Se eu não estou sentindo nada de diferente, creio que esteja tudo certo com eles também.”, sorrio.

“Ah, que bom.”, ela faz uma pausa. “Sabe, Eva… Eu admiro muito você…”

“A mim? Por quê?!”, minha testa se franze de curiosidade.

Série Crossfire - Enfim Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora