Eduardo acordou mais um dia e ficou penando em toda sua vida, pensando em como seus pais estaria agora ou como ele foi parar lá. Tudo para ele era uma incógnita que ninguém podia responder, nem o melhor matemático, nem o melhor universitário nem ninguém. Para ele, a vida segue e as coisas boas vêm com o tempo.
Os pés descalços batem no chão frio de porcelana branca, Eduardo odiava o frio, era uma época onde as coisas ficavam mais feias, as plantas ficavam mortas além de ser horrível fazer suas tarefas diárias. — Mas não seria tão simples o frio invadir seu lugar e lhe tomar todas as forças para fazer suas tarefas diárias.
Trocou de roupa optando por uma calça jeans, uma blusa preta com um casaco e um tênis que havia ganhado no aniversário passado do seu melhor amigo, Carlos.
Descendo as escadas, Eduardo houve o som da campainha e se pergunta quem seria essa hora. Ficou com preguiça de atender, mas como o mesmo era muito curioso não se aguentou. — Deu passos curtos, porém rápidos ate a porta. Porém, não viu ninguém.
Um sopro distante o despertou e como mágica talvez, olhou para o chão vendo uma cesta negra com detalhes vermelhos, a cesta era num trançado perfeito. — Com um medo humano Eduardo cutucou por entre os panos também negros de linho.
Havia muitos panos mas quando Eduardo percebeu que aquela cesta servia de abrigo para uma criança pegou-a logo e trouxe para dentro. Afinal, estava frio e poderia prejudicar a criança.
Colocando no sofá, Eduardo pegou a criança que estava escondida em lençóis por conta do frio. Notou sua temperatura tão fria e sentiu pena. "Como uma pessoa consegue abandonar uma criança tão inocente?"
Mas foi exatamente isso que sua mãe fez naquela tarde de inverno em quanto o mesmo olhava inocentemente para sua mãe, que sempre o desprezou.
Eduardo por sua vez, tinha pena, queria ser diferente de suas linhagens e resolveu cuidar do pequeno ser frágil que estava em suas mãos.
Mais tarde, Eduardo descobriu que era uma menina, e se chamaria Lua.
Eduardo estava andando de um lado para o outro em quanto seu amigo Carlos olhava para a criança na cama, a menina tinha olhos dourados como ouro, pele branca e uma pele estranha não diria grossa, e sim suave o suficiente a ser maleável - sua pele era como porcelana. Seu cabelo bem ralinho, louro como um Paina.
—Eu não sei o que eu faço, eu sei que está frio mas, ela não fica quente por nada, não aceita nada o que faço para ela comer. A menina não faz xixi nem essas coisas aew. — Eduardo diz desesperado ao amigo parando por um segundo só.
—Eu falei que era uma má ideia ficar com essa criança. Sei lá, manda para a adoção. — Carlos responde com os olhos castanhos arregalados como uma jabuticaba. — E se descobrem dessa menina? Cara, aqui é a favela e não um condomínio de luxo, se descobrirem que você agora tem uma "filhinha" vai ser o alvo principal.
—Eu sei, eu sei.
Carlos olhou para a cesta ao lado: "Muito escura para uma criança, será que queriam disfarçar?" Pensou. — Puxou todos os panos que tinham ali, ao todo cinco. Havia uma superfície fofa que foi retirada por curiosidade. Havia outros panos escuros e finos, num tecido gostoso ao toque. Nesses tecidos havia uma garrafa pequena de vidro, que brilhava parecendo ser de cristal. Noutra, uma mesma garrafa de cristal com um líquido avermelhado. Em ambas havia esse líquido afinal. E em ambas estava escrito "drink me".
—Cara, olha o que eu achei. — Carlos correu rapidamente até Eduardo que olhava desesperado para Lua.
Eduardo viu as garrafas e questionou-se o que seria aquilo. Talvez veneno, "melhor jogar fora" — pensou. Mas qual seria a intenção da pessoa ao colocar veneno na cesta onde abandonaria seu filho? Nenhuma.
—Não deve ser veneno. — Pensou alto Eduardo.
Carlos abriu a tampinha que saiu com um pouco de dificuldade. Tal líquido misterioso cheirava à ferro, um cheiro horrível.
—Melhor jogar fora. — Carlos disse. Colocou os pequenos vidrinhos em cima da cabeceira da cama e segurou a bebê. — Até que ela é bonitinha.
Eduardo notou uma pulseira na mão esquerda da menina, o que lhe chamou atenção. Nela estava gravado "Hüten Sie sich vor, werden Ihre Kräfte verwendet, um gegen Sie. Ich vertraue dir."
Só sabiam de uma coisa, essa criança era estranha e sabia que seu passado não fora legal.
—Ela é estranha. Parece um robô, uma boneca, nossa. — Disse Carlos.
—Daqui ela vai Carlos.
—Você que manda. Aliás, vou buscar a encomenda das armas e de outras coisas que você pediu. Vou passar um rádio para o Marcelo e vou para casa depois ok?
—Ok. Fala para os moleques que eu não vou aparecer por lá hoje.
—Pode deixar. — Carlos saiu do quarto e com certeza pensa até hoje que seu amigo havia endoidado de vez, mas o que ele podia fazer? Nada. Eduardo nunca aceitava sua opinião, mesmo que o mesmo estivesse errado. Carlos tinha um amigo muito teimoso. Mas, o que seria daquela menina aqui na favela? Junto de bandidos, armas e drogas?
Mas não era assim que Eduardo pensava. Ele pensava sempre no melhor para o agora e de fato tinha medo do futuro que essa menina levaria aqui, mas ele não poderia abandona-la novamente. Nada o impedia de fazer isso mas, para ele, todos o impedia.
Eduardo estava sentado na cama balançando Lua até a menina dormir, tal que já tinha os olhos semi fechados era calma, não chorava e não dava trabalho. Em momento algum Eduardo suspeitou do seu poder sobrenatural e das suas estranhas sensações frias ao toque da pequena. Tudo nela era estranho e diferente, não era como os outros bebês.
Eduardo se levantou e ligou o aquecedor que por um momento esquecera que estava ali. Em minutos o quarto ficou quente o suficiente para ele poder ver o que faria com aquela menina gelada que estava quase dormindo. O homem tirou todos os panos que a enrolaram deixando-a só de fraldas.
A menina sentindo o frio do inverno logo acordou, mas não chorou. Ela sorriu mostrando que não tinha dentinhos ainda. E foi impossível de Eduardo não ver essa cena.
O mesmo pegou seu celular e ligou para um de seus parceiros:
—Jhonatan, trás sua irmã aqui com a bebê dela e algumas roupas e anda logo. — Chamada encerrada.
Depois que a irmã de Jhonatan havia chegado, ela ficou esperando na sala em quanto Eduardo embrulhada Lua naqueles panos finos e escuros. — A sala agora estava toda iluminada e aberta por causa de Maria, a mulher que limpava a casa, logo a bebê se sentiu incomodada com tanta luz natural. Seu cheiro chamou atenção da moça que balançava seu bebê.
—Ei, calma Lua. Ei... — Tentou acalmar a menina.
—Ela deve estar com frio, vou fechar as janelas. — Num pulo Tereza fechou as janelas e Lua parou de chorar. — Quem e a menina?
Luana se aproximou pegando-a no colo. Notou sua temperatura e seus grandes olhos dourados, penando: "Nossa, que bela". — Luana ninou a menina com habilidade até ela dormir.
—Duda, acho que ela tem frio. — Disse a moça encantada com a beleza da pequena.
—Eu já fiz de tudo para deixar ela quente. Mas ela não fica quente, parece que sempre esta com frio. Ela é estranha, não sei se é normal dos bebês. Você tem roupas para me emprestar?
—Claro. Eu vou ver se alguma serve nela, porquê minha bebê é grandinha já.
—Legal.
Ao anoitecer, Eduardo queria dormir já que havia ficado o dia todo cuidando da menina, ela dormiu de tarde mas Eduardo tinha medo de deixá-la sozinha, já que nunca havia feito. Pensou em chamar uma babá, o que seria ótimo mas quem gostaria de trabalhar na casa de um traficante? Veria isso depois. — De noite Lua acordou e não queria mais dormir, Eduardo colocou-a na sua cama que era grande o suficiente para deixá-la dormir junto dele. Chegou sua fralda e não tinha nada, enrolou a menina numa coberta fina e a deitou na cama onde encheu de travesseiros para que ela não caísse e foi tomar banho.
....Desculpe qualquer erro! Prometo ser revisados.
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Era uma vez...
VampireQuando uma pessoa tem um destino a seguir, vai acontecer. A não ser que essa queira desistir, mas é como a famosa frase: "Nunca desista, pois alguém pode estar se inspirando em você." Bom, Lua tinha o seu destino já predestinado desde quando foi p...