POV Luca
Nasci na Itália, mais precisamente em Roma, onde as pessoas eram todas ignorantes, não digo isso por serem mal educadas e sim por não aceitarem o que realmente era. - Roma por ser um ponto católico muito forte não permitia outras crenças pois o rei da época em que nasci era muito católico - Luis XIII - e acabou com todos os centros das demais religiões, sendo elas o anglicanismo e o puritanismo.
Meus pais eram católicos e acreditavam que quanto mais humilde e igual a Deus a pessoa fosse, mais ela teria seu lugar no céu, bem, eu sei que eles tiveram seu lugar no céu, num lugar bom e bonito como ela sempre desenhou para mim quando eu era mais novo.
Porém, essas influencias não foram o suficiente para crer que eu não precisava multiplicar minhas riquezas, para mim, eu tinha que ser alguém na vida e com cinco moedas, fazer dez. E quando resolvi mostrar para as pessoas meus pensamentos, confundiram com o anglicanismo de Henrique XIII que criou ao ver que o papa não aceitaria seu divórcio com Ana Bolena.
A igreja na época era teocêntrica, ou seja, tinha a resposta para tudo. E a resposta para os meus pesamentos foi que eu estava possuído pois havia questionado a religião da época que era como questionar sua própria vida. E a solução foi a minha morte.
Posso e devo dizer que a todo momento meus pais foram contra meus pensamentos mas na hora em que me amarraram em meio à praça pública com uma multidão de pessoas me olhando com uma corda envolta em meu pescoço, se desesperaram e a todo custo tentaram me tirar de lá.
O final acabou sendo mais trágico ainda, nós três morremos. Mas quando deu as quatro primeiras badaladas do sino da matriz eu despertei. Já não estava mais pendurado mais naquela corda áspera. Mas meus pias estavam.
Olhei para todos os lugares mas não via nada nem ninguém, apenas uma luz verde que se estendia em outras luzes verdes formando um vasto caminho por dentro da floresta que ficava logo em frente daquela igreja grande e imponente.
A floresta não era tão grande, mas a minha curiosidade era. Ferido e sem nenhum sentido na vida, não tendo mais ara quem recorrer foi a minha vez de caminhar até a luz verde que me atiçava a curiosidade que nunca tive antes, era um verde que jamais vi em toda minha vida...
Até agora.
Os olhos daquela menina era como o verde eu tanto admirava e nos meus quase quatrocentos anos nunca mais tinha visto. Indescritível como a noite que é tão bela e tão leve como um cristal que se assemelha a uma bailarina dançando com sua leveza que me admita tanto.
O verde era um dourado que parecia mais amarelo, porém era evidente a cor verde como uma folha em plena primavera. Era dourado, porém verde.
Você não entendeu, e eu também não.
O que senti nem o melhor poeta, nem um artista ou nem mais louco de todos os homens é capaz de descrever, eu não sou até hoje capaz de descrever o que senti quando a vi pela primeira vez naquela fila de uma boate ouvindo um segurança de terno perguntar onde estava seus pais.
O mais irônico de tudo foi saber que nem ela mesmo sabia quem era e onde estava. Não sabia nem como foi parar no mundo e nem o que estava fazendo. Sabia apenas que queria fugir de todo o mal que ela estava rodeada mas que nunca iria sair de perto dela. Como a mais pura inocência numa menina que não sabia ainda das maldades que esse vasto mundo tem.
-Filha o que você está fazendo aqui? - Me aproximei começando o meu teatro que ao longo do tempo fui aperfeiçoando. Meu colega acha que eu deveria ser artista, mas não é bem o que eu penso.
O segurança me olhou com uma cara de alivio, "Esses humanos que acredita em tudo o que se vê", foi muito fácil chegar naquele homem e tirá-la de lá, como uma boneca que pode ser manuseada ou até mesmo como um biscuí modelado pelas mãos de uma bela artista.
Quando já tinha levado a menina comigo ela fez a melhor pergunta na qual nos lembramos até hoje na hora do café da tarde: "Você é uma pessoa suspeita? Não, quer dizer... Você é uma pessoa boa que vai me levar para um chalé no alto da montanha e me deixar ficar lá até eu ter um lugar onde ficar?".
Para falar a verdade eu não sabia responder aquelas simples duas perguntas porque eu nem sabia o que eu faria com ela, pois minha intensão primária foi matá-la e sentir o gosto daquele sangue novo em minha boca. Minha intensão secundária foi levá-la para minha casa para que eu pudesse interrogá-la, porém depois minha intenção terciária foi apenas ver no que essa bela e interessante loucura iria me levar.
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Era uma vez...
VampireQuando uma pessoa tem um destino a seguir, vai acontecer. A não ser que essa queira desistir, mas é como a famosa frase: "Nunca desista, pois alguém pode estar se inspirando em você." Bom, Lua tinha o seu destino já predestinado desde quando foi p...