Thomas começou a se aproximar de Denise com passos lentos e, a mesma estava tentando fugir, sem sucesso. Ele tirou uma seringa do bolso com um líquido estranho dentro e isso fez Denise se desesperar muito mais.
- Não! Por Favor! Não me mate! - ela implorou, agoniada. Ela se esperneava e gritava histericamente.
Lágrimas começaram a rolar, e ela disse num fio de voz:
- Deixa eu me despedir de minha amiga! Por favor! - ela suplicou.
Ele olhou sério para ela, e hesitou. Percebendo isso, ela continuou:
- Não direi nada demais! Prometo! Vou ter uma conversa normal com ela! - ela disse, tentando se acalmar.
Ele parou de andar, e começou a pensar. Sentou no banco em frente à ela e depois de um tempo ele tirou o celular dela do seu bolso.
- Se disser algo que não deve... Vou atrás dela também. - ele disse rudemente fazendo ela engolir em seco.
Ela digitou o número da amiga rapidamente e tentou controlar o medo em sua voz.
- Alô? - Mari atende.
- Alô, Mari. Que bom que atendeu. - ela disse, com a voz falha.
- Denise? - ela mostrou confusão em sua voz. - Onde você esteve? Eu estava te procurando há um tempão! - Ela praticamente berrou.
- Calma, por favor, me deixa falar. Você precisa. Prestar. Atenção. Em cada palavra que eu disser. - ela disse pausadamente.
Mari franziu o cenho e percebeu que tinha algo errado. Ela rapidamente pegou um bloquinho porque sabia que Denise falava em códigos quando a coisa era séria.
- Eu recebi uma proposta de última hora da minha avó - ela riu - Sabe que ela sempre me manda estudar, né? Agora ela quer me ajudar, nisso. Estou praticamente presa nos estudos - ela disse, dando ênfase em "presa".
Mari rapidamente anotou a palavra. Ela continuou:
- Então eu vim, COM um monte de cadernos e livros. - ela deu um risinho. Mari anotou mais uma palavra.
Thomas começou a olhar estranho para ela, desconfiado.
Mari apenas a ouvia, enquanto corria para se arrumar.
- Está muito estranho aqui em casa. Sabe, é muito LOUCO ficar aqui, mas a gente se acostuma. - ela disse e Mari já sabia o que estava acontecendo.
"Presa com louco", era o que estava escrito no papel.
- Denise, você foi sequestrada? - ela perguntou, com desespero.
- Exatamente. - ela riu. - Que bom que sabe. Bem que você e o Lucas podiam passar aqui de vez em quando.
- Você está perto de casa? - ela perguntou sentindo o coração palpitando.
- Ah, não sei. - ela disse sorrindo para disfarçar a aflição. - Dormi a viagem toda. - ela disse rindo.
Thomas fez um sinal dizendo que o tempo tinha acabado.
- Mari, Mari! Lembre-se que Lucas é um detetive! - ela disse, antes do Thomas tomar o seu celular e guardar com agressividade, ele ficou tão perto que ela conseguiu dar uma cabeçada nele. Sabia que tinha pouco tempo.
***
Mari estava correndo na rua, sem saber aonde ir. Estava ligando para Lucas várias vezes e ele só atendeu minutos depois.
- Lucas! Vem correndo me encontrar no ponto de ônibus! - ela disse, desesperadamente.
Ela realmente não sabia o que fazer, sua amiga seria assassinada em pouco tempo. Lucas chegou um tempo depois com curiosidade nos olhos.
- O que foi, Mari? - ele perguntou, preocupado.
- Denise foi sequestrada! Meu Deus, Lucas, o que vamos fazer? - ela perguntou.
- Não sei, Mari. - ele disse relutante.
Ela apenas sentou no chão botando as mãos na cabeça, sem saber o que fazer. Contaria a polícia? Talvez fosse a melhor opção do momento.
Ele apenas olhou para ela. Mari era ótima em ler rostos, e tinha impressão de que tinha visto arrependimento em seus olhos.
- Sei onde eles estão - ele disse tão confiante que Mari nem perguntou como ele sabia
***
Denise estava chorando desesperadamente. Ela tentou se aproximar da mesa afim de pegar a faca para cortar a corda amarrada em suas mãos. Ela conseguiu depois de alguns minutos. O suor escorria de sua testa, seu coração palpitava fortemente e adrenalina corria em suas veias. Ela tentou cortar as cordas mais rápido quando percebeu que Thomas estava quase acordando.
- Deus, não! Por favor. - ela dizia, baixinho.
Ela conseguiu finalmente cortar as cordas que prendiam as mãos, e sem jeito começou a cortar a corda que amarrava seus pés. Thomas abriu os olhos, demorando uns segundos para entender o que estava acontecendo. Quando viu Denise solta, ele levantou para alcança-la, mas Denise já estava longe de tão rápido que corria.
- Volte aqui, sua maldita! - ele gritou, enfurecido.
Ela não sabia que o lugar que estava era tão grande. Passou por um lugar que tinha uma cama. clichê, ela sabia, mas não tinha muitas opções naquele momento. Ela se abaixou, e se escondeu em baixo de lá. Não ousou fazer nenhum barulho, prendendo até a respiração. Ela viu seus sapatos passando, o vendo correr na direção que a Denise teria corrido, dando um tempo para ela.
***
- Tem certeza que é aqui, Lucas? - Ela perguntou, agoniada.
Ele apenas assentiu com a cabeça. Os dois pararam de correr e tentaram abrir a porta de um casarão velho. Mas estava trancada. Sem paciência, Mari chutou a porta com toda força que tinha, o fazendo arrombar.
Lucas pensou em fazer uma piadinha sem graça como nos filmes, mas achou que não fosse uma boa ideia. Eles correram e abriam várias portas sem saber onde ir.
- Denise! - Ela gritou.
Denise sentiu o coração parar (mais uma vez) quando ouviu Mari e Lucas chamarem ela. Mesmo com medo, ela saiu de baixo da cama, seguindo as vozes. Ela sabia que Thomas poderia ouvir, mas ela estava cansada daquele lugar, então começou a gritar o nome deles também.
Mas antes que pudesse chegar até eles, Thomas apareceu colocando a mão na boca dela, para que ela não pudesse falar. Ela se esperneava loucamente mas ele era muito forte.
- Shhh. - ele disse, enquanto afundou a seringa em seu pescoço.
Denise fechou os olhos lentamente e a última coisa que ouviu foi os gritos dos amigos.
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Girls in Black
Mystère / ThrillerDuas amigas se vêem diretamente ligadas a um serial killer quando uma delas é sequestrada por ele, e agora elas terão que descobrir quem é a pessoa por trás daquela máscara.