Chuva de Verão ✿ Billdip

Capítulo 2

Lembre-se: a realidade é uma ilusão, e o universo, um holograma.

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•Dipper

Estou tentando sem sucesso fechar o zíper da minha mala. Mabel também está ocupada com a mesma tarefa, mas diferente de mim, ela não para de falar em rever suas amigas, por isso seu progresso é mais lento que o meu. Estou praticamente deitando em cima da minha mala para ver se ajuda.

Acontece que não quero ter um monte de malas para carregar por ai. Isso dá muito trabalho.

Mabel segue descrevendo o abraço apertado que vai dar em Grenda (aquela pedra com rosto) e Candy. Ela não mencionou Pacífica, mas seu silêncio diz o que ela preferiu omitir. Para ser sincero, eu não estou nem mesmo surpreso.

Nós dividimos quarto, afinal de contas. Só eu sei como ela fica após conversar horas e horas com Pacífica, por chamada de vídeo. Parece que está caminhando entre as nuvens, dançando e cantando, toda boba.

Contenho um risada, e ela olha para mim de cara feia.

— Que foi, Mabs? Tem algo que queira me dizer? — Eu provoco, para ver se ela diz algo sobre esse possível sentimento que elas parecem nutrir. Não que eu tenha algo contra, sério. É só engraçado vê-la toda encabulada quando se trata de sua amiga.

— Não, ué. Osh. Nada a declarar. Não.

Falando em Pacífica, algo estala em minha mente. — Ei, peraí. A Pacífica não tinha ficado pobre com o Estranhaggedon? Achei que Bill tinha acabado com a fortuna dos Northwest.

— Pois é, eu também fiquei com essa dúvida, mas numa dessas conversas com Pacífica, — Suas bochechas ficam vermelhas e ela desvia o olhar — Ela me explicou que apenas uma parte da grana se perdeu. Eles tiveram que vender a casa, mas já estão prosperando de novo.

— Hmm, tendi, tendi. E tem aeroporto em Gravity Falls?

— Bom, agora tem. Na verdade foi construído a dois anos, pela própria família Northwest. É daí que eles estão tirando a grana que está colocando eles de volta no topo da pirâmide social.

Franzi o cenho. — Uau, eles têm um aeroporto. Por quanto tempo eu dormi?

Brincadeiras à parte, estou muito ansioso, e sinto que Mabel também está. Gravity Falls está cada vez mais próxima. Quase consigo sentir seu cheiro. Fico me perguntando que tipo de aventuras nos aguardam nesse retorno.

[…]

Tenho que falar. Viajar num jatinho particular foi puro luxo. Pacífica deu ordens para que servissem tudo do bom e do melhor para nós. Trocamos horas e horas de viagem de ônibus desconfortáveis por regalias.

Poupo palavras para descrever a reação de meus pais. Estavam tão envolvidos com a viagem de cruzeiro que, segundo Mabel, concordaram de prontidão. Não cobraram nem que liguemos para avisar quando chegarmos.

A viagem estava seguindo muito bem. Eu estava comendo como um condenado. De cinco em cinco minutos aeromoças chegavam para nos servir alimentos de todo tipo, sobretudo doces.
Acabou que estavam envenenados, e nós morremos. Acabou a história.

Brincadeira hahahaha, acabei de quebrar a quarta parede. Enfim, voltando ao assunto.
Estava me divertindo pacas, provocando Mabel ao falar de Peace a todo momento, até que ela decidiu revidar.

— Nossa Mabel, você está muito estressada. Devia agir mais PACIFICAmente, hein.

— Hmm, sobre meu estresse, eu não sei. Queria saber mesmo era da Wendy. Sinto a maior falta dela, e você?

Perco o sorriso na hora. — Bem, sim. É claro. Somos bons amigos, afinal de contas — Digo, dando de ombros, para mostrar que isso não me abala.

Ela solta um risinho gutural. — Amigos né, sei.

Paro a colher a meio caminho da boca. Um pedaço de pudim descansa ali. O sabor doce na minha boca de repente azeda. — Mabel, o que está falando? É claro que somos amigos. Wendy e eu somos parças, sacou?

— E vai me dizer que não gosta dela, parça? — Ela me imita de um jeito debochado.

— Ai que besteira, Mabel. Eu nem gosto mais dela. Já superei faz tempo. Tive quatro anos para isso. — Afirmo, mais para mim mesmo do que para ela. Quero acreditar que superei, mesmo sabendo que trouxe o chapéu dela comigo.

— Ergh. Tá, tá. Que seja, mas você está ou não animado para revê-la? Afinal de contas, ela é sua parça né.

— Nhé, acho que tô. — Digo, demonstrando meu supremo desinteresse.

Ela revira os olhos. — Meu deus, não tem a menor graça conversar sobre essas coisas com você.

— Não converse então, ué. — E viro para a janela, deixando meu pudim de lado, claramente irritado com ela.

— Tá, tá. — Ela interrompe com igual irritação.

[…]

— Mabel! Mabel, acorde. Nós chegamos!

Dei um tempo para Mabel se espreguiçar e desci do jatinho, com ela logo atrás. Pacífica já estava lá embaixo, nos esperando com um sorriso no rosto.

Caramba, ela mudou muito desde a última vez. Ainda tinha a pele bem clarinha e os cabelos longos, mas estava mais alta, e seu rosto já havia se esquecido de como era olhar para os outros com desprezo. Sim, ela havia mudado muito sim, e para melhor, eu podia sentir.

— Mabel! Dipper! Que saudade de vocês! — E nos deu um abraço tão apertado que deixaria Grenda ultrajada.

Depois de nos soltar, ela e Mabel ficaram se olhando de lado, e decidi que era minha hora de sair de fininho. Guardei as malas na limusine que nos levaria e fiquei observando-as de dentro do carro.

Com o vidro fechado eu não pude entender bulhufas da conversa, mas de qualquer forma não durou muito. Logo as duas estavan na limusine, e Pacífica avisou ao motorista que já podiamos ir para casa.

Casa... é tão bom ouvir essa palavra... não que a casa dos meus pais não seja realmente boa, mas nós temos um carinho especial por esse lugar. Não pude deixar de olhar pela janela, e sorrir ao ver os pinheiros que cobriam toda a região.

É bom estar de volta.

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Olá leitores vorazes! O que estão achando da história até aqui? É minha primeira fanfic, então críticas e sugestões são totalmente bem-vindas ^^
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