20 • O Dia Seguinte

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Lembre-se: a realidade é uma ilusão, e o universo, um holograma.

✿✿✿

•Mabel

— Ué, você não viu para onde o Dipper foi? — Perguntei à Wendy.

— Num vi, foi mal. Depois que ele bateu no Robin, ele saiu puxando um menino por ai e sumiu. Eu fiquei perdidassa.

Pacífica põe a mão em meu ombro, o que significa que ela quer que eu me acalme. Eu entendo sua preocupação, mas é desnecessária. Eu me preocupei demais com a festa, e me dei conta de que nem tudo está nas minhas mãos. Eu só queria poder contar para o Dipper o que Candy e Grenda me disseram, mas isso vai ter que ficar para uma outra hora.

— Tsc, tudo bem então. Obrigado Wendy. E melhoras para o Robin.

— De boa! E o Robin vai ficar bem. Já liguei para os pais dele, e eles já estão a caminho. Agora se me dão licença, preciso ir fazer a festa valer a pena.

E com isso ela se dirigiu para o salão.

— Hey, quer ficar um pouco lá fora. Aqui dentro é meio difícil de conversar — Peace sugeriu.

— Pode ser! Eu não tô aguentando essa música chata.

Fomos para o quintal e nos apoiamos em um carro qualquer. Por sorte, seu alarme não disparou quando fizemos isso.

O lado de fora não tinha iluminação, mas por causa das luz bruxuleante que vazava da casa, dava para enxergar alguma coisa ou outra.

— Que loucura. Nunca que o antigo Dipper iria arranjar briga com alguém. — Ela comentou.

— É, ele não faria isso. Na verdade, até hoje ele não é do tipo briguento. As únicas situações em que assume uma pose ofensiva é para me proteger de outra pessoa. O menino que a Wendy mencionou provavelmente é o Will. Desconfio que o Robin forçou o Will a beijá-lo, mas Dipper o flagrou.

— Heh, a cara do Robin. Nos dois primeiros anos depois que você foi embora, Robin ainda causava muita encrenca na cidade. Pichava muros, destruia patrimônios públicos, entre outras coisas.

Me virei para ela. Apenas parte do seu rosto estava iluminada. — E o que mudou?

— Não sei dizer bem. Conforme a cidade foi crescendo, o prefeito teve que expandir o departamento de polícia. Pode ter sido isso, mas não dá pra afirmar com certeza. Além do mais, ele começou a andar com outro pessoal. Eles devem tê-lo influenciado.

— Mas no fundo ele ainda é um tapado. — Resmunguei.

Peace riu. — Que estranho ouvir você xingando, estrelinha! Você é sempre tão fofa e meiga — Ela disse, me abraçando de lado. — Eai, orgulhosa da sua primeira festa?

— Não é minha primeira festa — Eu retruquei em falso deboche. — Caso tenha esquecido, já duelamos num torneio musical uma vez, lembra?

Peace deu altas gargalhadas, e eu também.

— Meu deus, como pude esquecer! Agora eu me lembro desse dia. Acho que falei que você se vestia como uma velha. No final acho que eu estava só com inveja que você vestia o que te dava vontade e ficava bonita mesmo assim.

— Ué, e você não se vestia como queria? — Indaguei.

— Não… eu tinha uma assistente paga para esse tipo de coisa. Ela escolhia minhas roupas, me ajudava com maquiagem e corte de cabelo.

— Nossa, que loucura. Eu não fazia ideia!

— É, loucura. Mas depois de um tempo me toquei que os gostos e preferências dela não combinavam muito comigo. Depois que meus pais dispensaram ela, tentei descobrir por mim mesma qual era minha identidade visual.

Chuva de Verão ✿ BilldipOnde histórias criam vida. Descubra agora