25 • Um Futuro Promissor

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Lembre-se: a realidade é uma ilusão, e o universo, um holograma.

✿✿✿

•Dipper

Eu não conseguia acreditar!

— Espera ai, então está me dizendo que nossos pais nos deixaram morar em Gravity Falls? Tipo, para sempre?

Mabel sorriu, tão animada quanto eu. Por um momento até esqueci que estava bravo com ela.

— Bem, para sempre não, mas deixaram a gente ficar até terminar a faculdade. Ou seja, quando o verão acabar temos que nos matricular em alguma faculdade daqui.

— Isso… isso é incrível! — Olhei para o Bill, feliz. Saber que vamos morar aqui muda tudo.

A essa altura, a única coisa que segurava nessa relação com o Bill era saber que uma hora, eu teria que lhe dar adeus, mas não mais!

Pela primeira vez, eu conseguia imaginar o futuro com clareza: Mabel, Peace e eu indo pra faculdade. Bill me esperando em casa quando eu voltasse, e trabalhando na cabana do mistério.

Nós todos reunidos em épocas festivas, comemorando o Natal. Conversando felizes em volta da lareira.

Como que sentindo que aquele era o melhor momento, Bill grunhiu na cama.
Olhamos com atenção para ele. Acho que nunca antes fiquei tão feliz em vê-lo se espreguiçar. Levantei de supetão e fui até a beirada da cama.
Admirei quando seus olhos abriram devagar, como se não tivesse pressa. Estava sereno, e olhou para mim fascinado.

— Como pode ser tão lindo, Pinetree? — E me deu um selinho rápido.

Eu ri, e dei-lhe um selinho rápido também. Ele me beijou de volta. Eu o beijei também. E então a gente estava emaranhado um no outro, doidos de saudade nos beijando como se não houvesse amanhã.

Vê-lo bem e consciente me causava um alívio incrível. Me fazia lembrar de coisas boas, como o cheiro do mar, água fresca e cobertores quentinhos.
Depois de tanto nos escondermos, de ter que nos provar para os outros o nosso valor, estávamos finalmente recebendo nossa recompensa.

Sempre juntos, na alegria e na tristeza. Só ali eu percebi como ele era tinha essa capacidade de me deixar bem só por acordar. E foi quando percebi que eu amo esse garoto.

Mabel tinha saído do quarto sem que eu notasse, mas já estava retornando com toda a família.

— Bill! — Os tivôs o cumprimentaram calorosamente. Soos e Melody o abraçaram, e até mesmo Pacífica lhe deu um aperto de mão, meio sem jeito.

— Eai, como é o além? — Stanley perguntou.

— Está com fome, querido? Soos e eu podemos fazer panquecas. — Melody ofereceu.

Mabel era a mais afastada da roda que cercava Bill. Ele estava desorientado com toda aquela atenção, mas também notou a distância dela.

Ninguém mexeu com Mabel, pois todos sabiam o que ela tinha feito, mas Bill não ligou e acenou para que ela se aproximasse.

Ela ficou tão vermelha ao chegar perto que parecia que ia desmaiar. Bill a abraçou, sem se importar com o tiro que quase o matou.
Todo mundo sabia e estava pensando naquilo ao ver os dois ali abraçados. Até eu estava pensando nisso. E contra todas as expectativas, Bill mostrou um gesto máximo de fraternidade, e eu pude ler em seus lábios quando ele sussurrou está tudo bem, não guardo mágoas, tá?

Não sei se mais alguém entendeu o que ele disse, mas ela sem dúvidas entendeu. Quando se separaram do abraço, Mabel estava com lágrimas nos olhos, emocionada, e soltou um obrigado não verbal para ele.
Bill assentiu, e então Mabel saiu do quarto.

Chuva de Verão ✿ BilldipOnde histórias criam vida. Descubra agora