Lembre-se: a realidade é uma ilusão, e o universo, um holograma.✿✿✿
•Bill
Abotoei a camisa em frente ao espelho. Meus lábios ainda latejavam por causa de hoje mais cedo. O Pinetree tem um beijo tão bom…
Eu levei mó tempão pra ficar pronto, porque acabei me empolgando de novo no banho. A sensação de ter água sendo jogada sobre você toda hora é super estranha e legal.
É melhor eu correr. A festa já deve ter começado e eu to aqui fazendo hora. O Pinetree deve estar me esperando, com toda a gostosura fenomenal dele.
Sai do meu quarto para o quintal escuro. O espaço era grande, mas mesmo assim estava cheio de carros. Música alta e luzes piscantes vazavam da casa como uma explosão eletrônica, e os jovens em volta fumavam ou se pegavam no escurinho.
Heh, fico me perguntando o que os irmãos Pines acharam da festa que os sobrinhos quiseram dar.
Para minha surpresa, justamente quando falei vi eles sentados numa mesa do lado de fora, conversando com o tal do Soosto e a esposa Melanie. Não, eu acho que o nome deles era diferente. Enfim.— Will! Boa noite! — Um dos Stans me cumprimentou. — Festa maneira, hein? Já esteve em uma dessas antes?
Eu me aproximei do quarteto.
— Não. Na verdade nunca estive. Espero causar uma boa impressão.
Todos ali riram.
— Está brincando, jovem? Não precisa causar boa impressão em ninguém. A casa está lotada de gente, então as pessoas não vão reparar em você. Agora o que eu te aconselho a fazer, dado que você é um jovem bem ajeitado, é arranjar alguma garota legal para dar umas beijocas.
Eca. Do jeito que ele falava, devia ser o Stanley. O irmão “errado”.
— Bom, na verdade, eu gosto do seu sobrinho, senhor Stan.
Todo mundo me observou surpreso por um momento, mas logo estavam todos normais de novo.
— Ah, tudo bem também. De todo modo, boa sorte para encontrá-lo nesse caos que está a casa. E se conseguir, diga para ele trazer um pouco de ponche para mim.
Eu assenti e adentrei a casa. Realmente, tava lotada. A grande quantidade de gente me incomodou, mas eu precisava achar meu Pinetree.
Eu sei que Stan falou que ninguém ia reparar em mim, mas algumas pessoas olhavam para mim e mordiam os próprios lábios. Será que é algum tipo de saudação novo dos humanos? Talvez eu pergunte para alguém uma outra ho-
— Eai, anjo. É novo por aqui? — Um garoto me abordou. Ele vestia uma camisa florida muito feia, e seu olhar era meio desconfortável.
— Bom, na real eu moro por perto. Cê pode me ajudar a encontrar meu… amigo?
— O quê? Desculpa, eu não te ouvi. Vamos ali pro canto pra poder conversar melhor — E já foi me puxando pra algum lugar no meio daquela gente toda.
Olhei em volta tentando achar meu Pinetree, mas as pessoas estavam muito próximas, e a iluminação não era tão boa.
Por fim eu e o menino florido chegamos num salão que não estava assim tão cheio. Um moleque tava jogando alguma coisa em um sofá e eu fiquei com vontade de sentar lá, porque esse tanto de gente tava me deixando meio claustrofóbico, mas fui encurralado na parede.
— Eai, você quer ou não? — Ele me perguntou com o rosto mais perto do que eu gostaria. Seus braços me cercavam, e ele me prensava.
— Do que você tá falando, mano. Querer o q-
E então ele enfiou a língua nojenta dele na minha boca. Eu fiquei tão sem reação que não fui capaz de fazer nada. Senti o rosto começar a queimar, tanto de raiva quanto de vergonha.
— ROBIN, SEU DESGRAÇADO! — Alguém gritou atrás de mim. O menino florido se virou para ver e eu fiz a primeira coisa que me veio à mente: enterrei um murro na sua barriga.
Ele tossiu e caiu no chão atordoado. Olhei na direção da voz que gritou e meu deus do céu. Acho que nunca senti tanto medo na vida, exceto daquela vez em que morri queimado na cabeça do Stanley.
Pinetree vinha em nossa direção com um olhar de morte tanto para mim quanto para o tal Robin se contorcendo no chão. Por causa desse olhar eu me perguntei se fiz algo de errado. As pessoas em volta olhavam para a gente e se afastavam um pouco, mas logo voltavam a curtir a festa.
Será que foi por causa do beijo forçado? Mas eu não tinha culpa, certo? Eu não sabia que ele ia fazer aquilo, e eu nem pedi. Pinetree certamente vai me entender.
— Wendy! Vem buscar seu amigo desprezível. E você — Ele apontou o dedo em riste pro meu nariz. — …tem uma explicação para me dar.
Ele então me pegou pela orelha e saiu puxando pela casa. Ô droga, por que será que todo mundo gosta de sair me empurrando pra lá e pra cá?
•Dipper
Meu deus do céu, que raiva que estou sentindo. Raiva daquela gente me atrapalhando de chegar no quarto, raiva da Wendy por passar pano para aquele imbecil, raiva de Mabel por fazer aquela festa, e bem, raiva de Bill por… urgh. Eu nem sei porquê. Eu vi ele socando a barriga do Robin, mas será que foi só por que ele me ouviu gritar? Eu sei que nem tenho o direito de exigir fidelidade dele, até porque não combinamos ainda que isso é uma relação fechada, mas poxa…
Há poucos mais de duas horas estávamos nos beijando, sabe?
Sequei as lágrimas que embaçavam a visão e subi as escadas que levavam ao quarto.
Agradeci internamente aos céus por ter lembrado de trancar a porta antes de sair, caso contrário provavelmente teria algum casal transando em cima das nossas camas.Fechei a porta atrás de mim.
— Senta aí. — Disse, seco.
Bill foi todo encolhido para a borda da cama. Ele evitava olhar no meu rosto a todo custo.
— Você tá bravo comigo? — Ele perguntou me encarando com olhinhos de cão abandonado.
Eu, que também estava sentado, soltei o ar que estava preso e me deitei.
— Não… não é com você. Desculpa.
— Então o que está te deixando bolado? Conta pra mim — Ele se deitou ao meu lado. Ambos encarávamos o teto.
— É que… sei lá. Como a gente tava ficando, eu achei que a coisa fosse mais séria, mas besteira minha. Eu não quero te impedir de conhecer coisas novas, beijar outras pessoas.
— Pinetree, eu-
— Eu entendo total que essa coisa de ser humano é totalmente nova para você. Não te culpo por feito isso. Eu só fiquei meio chateado. Além do mais o Robin é bem babaca, e ele ali te beijando pare-
— Pinetree!
Eu parei de falar e deixar de encarar o teto. Ele já estava olhando para mim quando me virei em sua direção. Estávamos tão perto que eu podia sentir seu hálito afagando meu pesçoco.
Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, a beijando macio.
— Dipper — Ele falou meu nome. — É só de você que eu gosto, e eu gosto pra caramba. Quando você vai entender isso?
Ele sorriu enquanto falava, e eu sorri junto. A música era apenas um som distante. O quarto já estava em uma outra vida. Tudo o que eu via eram seus olhos, estrelados como o céu de uma noite sem nuvens.
— Você quer namorar comigo?
✿✿✿
Galera, eu sei que a maioria de vocês aqui só apareceu por causa do lemon, mas é sempre bom avisar. A história agora está marcada como conteúdo adulto, pois o próximo capítulo tem cenas de sexo explícito. Então se você não se sente confortável lendo esse tipo de conteúdo, por favor, pule para o capítulo seguinte.
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Chuva de Verão ✿ Billdip
FanfictionO que acontece quando um demônio tem a chance de viver pela segunda vez? É o que Dipper e Mabel estão prestes a descobrir. 4 anos se passaram desde que os gêmeos partiram de Gravity Falls. A cidade mudou, assim como eles, e agora que estão de volta...