"Querido Christopher,
Sei que não deveria escrever está carta ou revelar tudo isso há você, mas eu realmente preciso fazer. Não sei se vou ter coragem de assinalar, mas preciso que saiba. Todo esse tempo que nos conhecemos você sempre tem me surpreendido e me encantado. No começo pensei que era só uma atração física, pois você é um dos caras mais gatos da escola. Com o passar do tempo eu percebi que não, pois eu também adoro o seu jeito de correr quando faz graça para o treinador de futebol. O jeito como passa a mão nos cabelos para bagunçá-los, e a sua risadinha maliciosa quando alguém diz alguma besteira. E não é só isso Christopher, não são somente seus trejeitos que me encantam, mas também seu caráter, a maneira como você faz alguém sorrir, como elogia as garotas – mesmo que não seja eu – o jeito como trata a sua mãe e passa horas embaixo da árvore centenária do Colégio lendo. Tudo em você me atraí e eu estou presa neste sentimento. Amar nem sempre é fácil, ainda mais quando se ama escondido. O que me revigora e me ajuda a continuar sonhando é poder te ver todos os dias e continuar admirando cada parte sua mesmo que não seja da maneira como sonho. Sei que não dará bola para esta carta, todas as garotas caem aos seus pés e eu te admiro em silêncio. Mas não podia guardar esse sentimento somente para mim, você precisa saber Christopher, eu te amo. E vou sempre, verdadeiramente, completamente amar você. Sei que é uma frase clichê do meu filme preferido, mas é o que sinto. Estou submersa em um amor platônico e impossível e não sei se um dia ele deixara de ter esse rótulo. Desculpe te importunar com minhas palavras, mas eu precisava desabafar.
Eu te amo.
Com amor, ..."
Os corredores do Colégio estavam movimentados, era quase hora da saída e muitos se preparavam para irem embora. Uma garota a passos largos jogou o mais rápido que pode um envelope dentro de um armário e saiu apressada. Do outro lado do corredor vinha Christopher com o moletom do time, desta vez estava desacompanhado. Abriu seu armário jogou alguns livros lá dentro, pegou outro e o envelope que nem percebeu que não estava ali antes e os socou dentro da bolsa, saindo rumo as escadarias e ao portão da escola.
Próximo ao portão ia duas garotas conversando e rindo sobre algo, elas usavam o uniforme que consistia em saias até o joelho azul marinho com meias três quartos brancas e camisa de botão também branca. A diferença era que uma usava sapatos lindamente brancos e um cardigan também branco combinando perfeitamente com o uniforme e a outra usava um coturno surrado e uma blusa xadrez vermelha desconfigurando o uniforme. Logo que Christopher as avistou correu até elas entrando no meio e as abraçando.
- E ai garotas? – sorriu para elas.
- Oi Ucker. – responderam juntas.
- Annie você está lindíssima hoje, os cachos do seu cabelo estão perfeitos. – elogiou a loira.
- Que lindo ele entende de cabelo. – apertou as bochechas de Christopher. – Foi minha mãe que fez ela está treinando para o salão dela.
- De os parabéns a ela, está lindo.
- Você é um fofo Ucker. – apoiou a cabeça no ombro dele.
- Da para pararem com a melação? Já consumi açúcar demais por hoje. – disse a ruiva com cara de poucos amigos para os dois.
- Você é a amiga mais ciumenta que eu tenho sabia? – Christopher deu lhe um beijo estalado na bochecha.
Os três já estavam fora da escola quando um carro parou ao lado deles na calçada.
- E ai Ucker. – o motorista também era um dos alunos da escola.
- Ah ai sim moleque, estava precisando mesmo de um carona. – Bateu na mão do amigo em sinal de cumprimento.
- Entra aí. – olhou para as meninas. – Quer uma carona Annie?
- Não Poncho obrigada, minha carona já chegou. – olhou para um carro estacionado próximo a escola com um rapaz dentro. – Tchau Dul depois nos vemos, tchau garotos.
Anahí foi caminhando até o carro e sobrou somente Dulce na rua, já que Christopher logo adentrou no carro de Alfonso.
- E você Dulce tem carona? – perguntou Alfonso.
- Não tenho.
- E acho que vai continuar sem não é mesmo? – riu e deu partida no carro.
- Desculpa Dul. – foi tudo que se conseguiu ouvir antes do carro sair.
- Idiotas.
Ela seguiu o caminho para a casa de a pé correndo o máximo que pode já que logo precisaria entrar no trabalho. Os garotos foram para a casa de Christopher como era de costume almoçar antes do treino. Alfonso era um dos melhores amigos de Christopher e zagueiro do time da escola.
- Mamãe está em casa? – olhou para a mãe que estava sentada no sofá olhando alguns papeis.
- Pois é querido, tenho uma reunião mais tarde estou me preparando. – os olhou – como estão? Cadê Christian?
- Disse que esta com dor de cabeça, não foi a aula. – respondeu Poncho.
- Sempre querendo cabular aula não é? – levantou-se – Vamos almoçar garotos.
Os três seguiram para a cozinha, a mãe de Christopher era corretora de imóveis e só moravam os dois naquela casa. Dulce acreditava que era por isso ele ser tão atencioso com a mãe queria suprir a falta do pai para ela.
- E Dulce cadê? Faz tempo que ela não aparece. – sentou junto com eles a mesa.
- Ela esta muito ocupada com o trabalho. – começou a se servir.
- Ah é mesmo, gosto tanto dela. – sorriu.
- Ela é estranha tia. – Poncho fez uma careta.
- Não diga isso Poncho, ela é muito bonita e um doce de menina. – defendeu Dulce. A amizade entre Dulce e Christopher surgiu por conta da mãe dos dois. As duas sempre foram muito amigas e os dois sempre estavam muito perto, surgindo assim uma grande amizade de longos anos.
Depois do almoço os meninos subiram para o quarto de Christopher a fim de fazerem algo antes do treino que começava em duas horas. Christopher era sensação do time este ano, era o atacante e o time estava muito bem colocado no campeonato inter escolar.
- O que vamos fazer? – se jogou no puf próximo a televisão.
- Aí me empresta seus exercícios de química, eu matei essa aula hoje. – pediu Alfonso.
- Onde estava que não foi a aula?
- Resolvendo umas coisinhas. – lançou um sorriso malicioso para o amigo que logo entendeu do que se tratava e retribuiu o sorriso. Christopher abriu a bolsa e jogou o caderno em cima de Alfonso. – Valeu. – logo que Alfonso abriu o caderno encontrou um envelope. – O que é isso?
- Onde estava isso? – Christopher se aproximou. – Deixe-me ver. – tentou pegar o envelope.
- É uma cartinha é? – riu tentando abrir o envelope.
- Me de Poncho, é meu. – tentou pegar novamente, mas Poncho abriu primeiro.
- "Querido Christopher. Sei que não deveria escrever está carta ou revelar tudo isso há você..." – olhou para o amigo. – eita.

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Admiradora Secreta.
FanfictionDulce é apaixonada por seu melhor amigo Christopher, mas ele não faz a menor ideia disto. Cansada de guardar isto só para si, ela decide escrever uma carta anônima revelando seus sentimentos para ele. Depois de receber a carta Christopher decide des...