Capitulo 3

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Os dois continuaram aquela discussão por mais um tempo, e Christopher entregaria uma carta no dia seguinte. Ele seguiu para a casa sozinho de bicicleta. Dulce também tinha acabado de sair do trabalho, ela estava juntando dinheiro para conseguir entrar nas aulas de direção no próximo semestre. Ia distraída pelas ruas ouvindo musica, e novamente uma onda de angustia invadiu o seu corpo: a carta. Ela não sabia o que faria quando o destinatário soubesse quem foi o remetente, ele não poderia saber, ela não queria perder o vinculo que os dois construíram durante tantos anos. Estava tão distraída que tomou um grande susto quando alguém puxou seus fones.

- AAAAH. – tentou bater em quem puxou seus fones. – Christopher, quer me matar do coração? – deu-lhe um tapa no braço.

- Desculpe Dulce, não resisti. – riu – Você precisava ver sua cara.

- Idiota! – bufou.

- Esta indo para onde? – diminuiu a velocidade da bicicleta para poder acompanha - lá.

- Para casa, e você?

- Também, acabei de sair do treino. Sobe ai, eu te deixo em casa. – parou a bicicleta.

- Numa bicicleta Ucker? Ah não, eu passo, você vai me derrubar.

- Não fale assim do Max, ele tem sentimentos. – fez carinho na bicicleta.

- Sua bicicleta chama Max? Bicicleta não é feminino? – fez careta o zombando.

- Sobe logo e para de reclamar. – e assim Dulce fez, montou na garupa da bicicleta e os dois saíram pelas ruas.

O movimento da bicicleta fazia o vento bater forte no rosto dos dois dando uma sensação maravilhosa para ambos. Ate a casa de Dulce tinha muitos quarteirões ainda e varias descida que aumentavam a velocidade da bicicleta.

- Sente o vento Dulce, uhuuu. – disse próximo ao ouvido dela.

- AAAAH. – Dulce abriu os braços e se entregou aquela sensação libertadora. O vento espalhava seu cabelo ruivo pelo ar e atingia o rosto de Ucker. Logo ele foi invadido pelo gostoso cheiro de morango dos cabelos dela, ele adorava aquele cheiro, era marca registrada de Dulce desde pequena exalava esse cheiro dos cabelos. – Cuidado Uckeeeeeer.

Só deu tempo de Ucker desviar de um cachorro que passava em frente a eles e perder o controle da bicicleta descendo ladeira a baixo. Ele tentou frear com os pés, e a bicicleta foi direto para o gramado da casa de Dulce derrubando os dois no chão. Ele caiu em cima dela, e os dois não se lembram de já estarem tão perto assim um do outro. Dulce o olhou e os dois explodiram em gargalhadas.

- Você além de Mané não sabe pilotar uma bicicleta. – riu.

- Se seus cabelos não estivessem à frente não é mesmo? – ironizou e os dois caíram na gargalhada de novo.

Eles estavam tão próximos que podiam sentir a respiração acelerada um do outro. A risada de Dulce foi cessando conforme ela se sentia invadida por aqueles olhos castanhos, ela se perdia cada vez que olhava para eles. Ela queria mergulhar naquela imensidão chamada Christopher, mas havia uma barreira tão grande entre eles que aquilo era quase impossível. Mas sonhar não custava nada e cada vez que ela sentia os olhos dele sobre ela, sua pele se arrepiava e os seus sentimentos pareciam aflorar. Christopher sentiu os olhares de Dulce e também parou de sorrir ele estava a poucos centímetros da boca dela, e agora não tinha como sorrir, um nervosismo invadiu seu corpo, estava perto demais de sua melhor amiga, tão perto que ele estava jurando que ela iria beijá-lo. 

Admiradora Secreta.Onde histórias criam vida. Descubra agora